segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sintraf promove palestra sobre assédio moral

28 de abril de 2011
Em memória das vítimas de acidente de trabalho, mundialmente relembradas no dia 28 abril, o Sintraf JF em parceria com Centro
de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest-JF) e o Conselho Municipal de Saúde (CMS) promoveram no dia 26 a palestra
"Assédio Moral no Trabalho - Consequências 
para a saúde e direitos dos trabalhadores".



O encontro aconteceu no auditório da OAB e contou com a presença da médica do trabalho e autora de várias obras sobre o tema, Margarida Barreto, além do psicólogo e jornalista Arthur Lobato. Os convidados apresentaram para a plateia, composta principalmente por sindicalistas, profissionais ligados aos segmentos de assistência ao trabalhador e estudantes, as características do assédio moral, prática segundo eles perversa e que traz conseqüências sérias para vida do trabalhador em vários aspectos, entre eles o familiar.

Foto: Humberto Nicoline
Lobato explicou que apesar do assédio representar uma humilhação, nem toda humilhação ou chacota pode ser caracterizada como assédio. “O assédio tem a intencionalidade de prejudicar e acontece sistematicamente, 
evidenciando a não aceitação da diferença”.

Os dois especialistas concordam que além do tratamento da vítima por uma equipe multidisciplinar (envolvendo sindicatos, advogados, médicos, psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais), é essencial que colegas de trabalho e família sejam solidários ao sofrimento do trabalhador. “A pessoa que sofre com este problema se sente traída, pois dedicou parte de sua vida e teve seu sonho de trabalho comprometido”
ressalta Margarida.

A forma de assédio mais conhecida por todos é a vertical, de uma chefia para um subordinado. Entretanto, a agressão pode acontecer também entre colegas que ocupam o mesmo posto dentro de uma empresa. “O assédio pode nascer de uma brincadeira, onde não são respeitados os sentimentos e a dor do colega” explica Margarida. Já Lobato lembra que a prática não é exclusiva de empresas privadas,
mas também de estatais. “Neste caso, o problema pode ser ainda pior, pois devido a estabilidade que o emprego público oferece, a própria família pressiona a vítima a continuar suportando a situação.”

Para os palestrantes, acordos de prevenção ao assédio como o assinado entre os bancários e a Fenaban, na última Campanha Nacional representam uma conquista importante para a classe trabalhista, mas é dever do sindicato fazer com que o protocolo seja cumprido. “A cláusula é sinal de que a entidade patronal também reconhece que esta prática existe, mas cabe aos sindicatos fazer com que ela
tenha vida”, acredita Lobato. “É preciso que as entidades sindicais compreendam a organização do trabalho e atuem organizando, mobilizando e preparando canais de denúncia. O combate ao assédio deve ter visibilidade e unidade. A agressão pode acontecer com um, mas a responsabilidade tem que ser de todos”, completa Margarida.

O Sintraf já oferece uma estrutura adequada para assessoria das vítimas de assédio em bancos, conforme explica a diretora de Saúde e Condições do Trabalho, Cristina Maria Moysés “Vamos encaminhar as notificações recebidas, sempre resguardando a identidade do bancário. Depois disso o banco terá 60 dias corridos para apurar o caso e prestar esclarecimento ao sindicato”. As denúncias sobre assédio podem ser feitas pelo e-mail assediomoral@bancariosjf.com.br, ou pessoalmente na sede social do sindicato.

Foto: Humberto Nicoline
Outras informações sobre assédio moral e suas implicações legais, físicas e sociais  podem ser vistas na internet nos endereços www.assediomoral.org e www.assediomoralesaudenotrabalho.blogspot.com.

Veja abaixo matéria do MG TV sobre a palestra:

 Publicado no site: http://www.bancariosjf.com.br/


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