sexta-feira, 13 de abril de 2012

Editorial Expressão Sinjus 208



Só o tempo dirá...

“Dizem sempre que o tempo muda as coisas, mas na realidade somos nós próprios quem temos de mudá-
las” (Andy Warthol). Certamente, foi com essa convicção que os servidores da Justiça de 2ª Instância decidiram dar um basta às injustiças praticadas contra a categoria pelo Judiciário mineiro. Além de enfrentar a morosidade com que seus direitos são cumpridos, a categoria ainda tem que conviver com o descumprimento de leis pelo próprio Tribunal, a quem cabe zelar pela legislação. 

Após a histórica paralisação de 2011, a categoria da 2ª Instância passou a viver um novo tempo, de um novo despertar para uma realidade em que passaram a ser mais atuantes e conscientes nas ações em defesa de seus direitos. A greve, que até então era tida como um mito, algo inacessível a uma categoria pequena como a nossa, de repente tornou-se a porta aberta para novos horizontes, onde os ideais dos servidores ficaram ao alcance de suas mãos. Essa nova perspectiva também acentuou a urgência de vencer pendências que se arrastam por anos a fio sem solução. Os servidores não admitem mais trabalhar sem o devido reconhecimento de seu labor, sem dignidade, sem respeito.

Por isso, questões como “carreira em dia e respeitada”; “política de recuperação dos vencimentos aprovada”; “revisão geral cumprida na data-base”; prêmio por produtividade instituído”; “assédio
moral combatido pela Instituição”, entre outras, são bandeiras que motivam a nossa luta e dão o “gás” necessário para enfrentar o que vier. Segundo Willian Shakespeare, “o tempo é muito lento para os que esperam.” A nossa categoria sente na pele todo o sofrimento de esperar indefinidamente por “respostas concretas” que nunca chegam. Só para exemplificar, a PV 2006 ainda possui passivos pendentes de quitação. Para quem fica seis anos aguardando a finalização de um processo de promoção, o tempo pode ser cruel.

A Justiça não tem mesmo uma relação boa com o tempo, haja vista as críticas pela sua morosidade e lentidão na conclusão de processos judiciais. Um problema que aflige toda a nossa sociedade e que, infelizmente, é também realidade dentro da Casa da Justiça, onde muitos direitos da categoria levam anos para serem cumpridos – e geralmente são efetivados após muitos embates.

Neste 2012, estamos “correndo contra o tempo”, pois algumas pendências não foram resolvidas com a greve de 2011 e ficaram para serem solucionadas este ano, tais como revisão e reajuste escalonado,
cuja verba foi cortada na previsão orçamentária na “calada da noite”. E agora, com a aproximação
do término do mandato do presidente Cláudio Costa, em junho, e da aposentadoria do interlocutor
Dídimo Inocêncio, prevista para maio, a grande questão é: haverá tempo e empenho suficientes para honrar os compromissos assumidos com a categoria? Ou será mais um tempo perdido?

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