Segundo
Arthur Lobato o assédio moral é um conjunto de práticas perversas,
humilhantes, constrangedoras, exercidas com intencionalidade de
prejudicar um ou mais trabalhadores através de ações sistematizadas. O
assediado se cala sobre as injustiças, adoece lentamente e sente-se
impotente para reagir. Na relação de poder hierárquico que geralmente
existe entre o assediado e o assediador, este ainda convive com a
complacência da direção da organização em coibir estes fatos. Os
assediadores geralmente são pessoas que ocupam cargos de chefias, ou
incentivados por
chefias, já que o poder da chefia cria relações assimétricas nas
relações de trabalho. Este tipo de assedio é vertical. Há também o
horizontal (entre colegas), e o mais raro, que é praticado por
funcionários contra chefes.
“O
assédio moral é um ‘mal invisível’ nas organizações, que causa impactos
negativos sobre a saúde do trabalhador e traz prejuízos à própria
instituição”, afirmou Lobato. Tal prática costuma ser sentida pelos
trabalhadores por meio de cobranças excessivas de metas, humilhações,
injustiças, violência moral, dentre outras práticas que ferem a sua
autoestima e a dignidade do trabalhador. As consequências, de acordo com
o palestrante, podem chegar ao suicídio do trabalhador que se sente
prejudicado e não conta com o apoio da instituição.
O
palestrante informou que a série de atos maliciosos diagnosticadas como
assédio moral no serviço público levam o servidor à incapacidade
laboral, fazendo com que o mesmo fique isolado e necessite de licenças
médicas. Atualmente, 80% das licenças médicas do INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social) são motivadas por depressão.
As
vítimas de assédio moral, sejam em empresas públicas ou privadas,
normalmente sofrem impactos traumáticos que as deixam
fragilizadas e, a partir daí, desenvolvem problemas como síndrome do
pânico, depressão, tristeza, desânimo, vontade de chorar frequente, uso
de medicamentos antidepressivos, absenteísmo (falta constante no
trabalho), presenteísmo (presença excessiva no trabalho por medo de
perdê-lo), stress, insônia, ansiedade, esgotamento físico e psíquico,
cansaço, queda da produtividade, falta de motivação, dentre outros. As
vítimas, muitas vezes, também acabam desenvolvendo sede de vingança
contra os assediadores.
Lobato
reconheceu a importância da mobilização dos Auditores-Fiscais iniciada
em 18 de junho. Segundo ele nos últimos anos os servidores estão
sofrendo com o processo de transformação do serviço público, que passa a
ter metas e cobranças excessivas por produtividade. Com isso, eles têm
perdido muitos de seus direitos já conquistados.
“Somente
através da organização sindical é que os trabalhadores terão condições
de reivindicar não só melhorias nas condições de trabalho, mas eles
poderão interferir no ambiente de trabalho da instituição. Nessa visão, o
servidor deve pleitear um novo modelo organizacional, que não adoeça o
trabalhador e o deixe incapacitado, e é função do sindicato atuar junto
ao servidor nesse momento”, concluiu o palestrante.
À
tarde o presidente da DS BH, Luiz Sérgio Fonseca Soares, esteve na
DRF-Contagem participando de reunião preparatória para a Assembleia
Geral da próxima semana. Atendendo a pedidos de filiados, a palestra
“Assédio Moral e Saúde do Trabalho” será ministrada também na
DRF-Contagem na próxima terça-feira, 10, às 14 horas.
Assessoria de Comunicação DS BH Sindifisco Nacional
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