Publicado em:
http://www.sinjus.com.br/
Como receber ou atender uma vitima de assédio moral?
Marie France Hyrigoen reforça, em sua
palestra, o trabalho já desenvolvido no Brasil por Margarida Barreto e
pela equipe de combate ao assédio moral do SINJUS, orientando os
profissionais de saúde a ter muita solidariedade e empatia com a vítima
de assédio moral que os procura, criando assim, um vínculo de confiança
que possibilite ao profissional, escutar, pontuar a narrativa, retomar o
fio da meada de um discurso, muitas vezes narrado numa velocidade
verbal acelerada, característica das pessoas em estado ansioso. Outras
vezes, o paciente pode estar em um estado depressivo e cabe a nós
psicólogos, criar um clima favorável, não ser invasivo, saber esperar em
silêncio, respeitando os sentimentos e conflitos interiores, para que a
vítima possa narrar o que esta acontecendo em sua vida.
É importante que quando as lembranças
do mal causado pelo assédio moral trouxerem de volta o afeto reprimido -
sentimento de re-vivência dos fatos via palavra/emoção -, a relação
entre o psicólogo e a vítima seja de solidariedade e através da empatia,
deixar o paciente à vontade, para que as lágrimas sejam uma forma de
alívio e não um momento de vergonha por chorar na frente de estranhos,
pois, para muitos homens chorar é expressão de fraqueza, mas pode ser
benéfico, pois é a emoção em seu estado puro.
No momento que as lembranças trouxerem
sentimentos de ódio, temos que fazer o manejo da emoção, já dizia Freud,
toda pulsão consiste de afetos ligados a uma ideia. Assim, o encontro
com a vitima de assedio moral deve ter uma escuta diferenciada, ser um
momento de solidariedade, de apoio emocional, que a vitima de assedio
tanto precisa.
Muito importante é uma anamnese do
trabalho, ou seja, obter o máximo de informações da historia de vida da
vitima de assédio, seu trabalho e os efeitos do assedio sobre sua saúde.
No término da sessão, é importante que a vitima esteja mais tranquila,
depois de ter desabafado e se emocionado, por isso o tempo deste
encontro deve ser maleável sem ser interminável, daí a importância do
manejo, da experiência e da técnica do psicólogo na sessão, para que se
possa trabalhar a emoção e o descarrego do afeto, via palavras e atos,
proporcionando assim um pequeno alívio pulsional às vitimas de assedio
moral.
Portanto, voltamos ao inicio do texto:
somente com empatia criamos o vinculo de confiança que proporciona o
encontro que viabiliza ou não o sucesso do atendimento psicológico às
vitimas de assédio moral.
Especialistas franceses falam no TRT sobre assédio moral e a relação entre saúde e trabalho
Confira!
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