Os
Auditores-Fiscais e demais servidores da DRF-Sete Lagoas participaram
de seminário que contou em sua programação com a palestra “Assédio Moral
e Saúde no Trabalho”, ministrada pelo psicólogo e jornalista, Arthur
Lobato, na manha desta quarta-feira, 24 de abril, no auditório da
Delegacia.
O
diretor de Comunicação da DS BH, Maurício Godinho Diniz, abriu o
seminário agradecendo a presença de todos os participantes e à
administração local que contribuiu e apoiou a realização do evento. Ele
ressaltou a importância do tema e o triste fato de ser essa uma questão
tão atual. O seminário em Sete Lagoas foi uma iniciativa da DS BH, que
já promoveu evento semelhante em Belo Horizonte, Confins e Contagem
durante as atividades da campanha salarial 2012.
Após
a abertura, Arthur Lobato iniciou sua intervenção com abordagens
enfáticas sobre o assédio moral no ambiente de trabalho e suas
consequências para a saúde do trabalhador. “O assédio moral é um “mal
invisível” nas organizações, que causa impactos negativos sobre a saúde
do trabalhador e traz prejuízos à própria instituição”.
O
conceito de assédio moral no trabalho, segundo o palestrante, pode ser
resumido como um conjunto de práticas perversas, humilhantes,
constrangedoras e exercidas com intencionalidade de prejudicar um ou
mais trabalhadores através de ações sistematizadas. O assediado se cala
diante das injustiças, adoece lentamente e sente-se impotente para
reagir.
Na
relação de poder hierárquico que geralmente existe entre o assediado e o
assediador, este ainda convive com a complacência da direção da empresa
em coibir estes fatos. Os assediadores geralmente são pessoas que
ocupam cargos de chefias, ou incentivados por chefias, já que o poder da
chefia cria relações assimétricas no ambiente de trabalho. Este tipo de
assedio é vertical. Há também o horizontal (entre colegas), e o mais
raro, que é praticado por funcionários contra chefes.
Na
prática o assédio moral normalmente é sentido pelos trabalhadores por
meio de cobranças excessivas de metas, humilhações, injustiças,
violência moral, dentre outras práticas que ferem sua autoestima e
dignidade. As consequências mais percebidas nesse tipo de assédio são
síndrome do pânico, depressão, tristeza, desânimo, vontade de chorar
frequente, uso de medicamentos antidepressivos, absenteísmo (falta
constante no trabalho), presenteísmo (presença excessiva no trabalho por
medo de perdê-lo), stress, insônia, ansiedade, esgotamento físico e
psíquico, cansaço, queda da produtividade, falta de motivação, podendo
chegar até mesmo ao suicídio. As vítimas, muitas vezes, também
desenvolvem sede de vingança contra os assediadores.
Para
o palestrante, a solução do problema originado pelo assédio moral está
na mudança da cultura organizacional, que precisa ouvir mais os
trabalhadores, tornar o ambiente produtivo e saudável. No caso das
entidades representativas de classe, o palestrante orientou o combate ao
assédio moral através de criação de grupos de estudos nos locais de
trabalho que sirva de canal de denúncia paritária e rodas de conversas
com os filiados. Ainda de acordo com Lobato, para prevenção dos casos de
assédio moral, os trabalhadores devem criar alianças entre os colegas
de trabalho, independentemente das categorias a que pertencerem. Sobre a
questão, ele relatou uma experiência exitosa ocorrida no Tribunal de
Justiça de Minas Gerais que foi a criação da Comissão Paritária de
Combate e Prevenção ao Assédio Moral pelos sindicatos das categorias de
servidores do judiciário (SINJUS/SERJUSMIG).
Ao final da palestra Arthur Lobato citou o Artigo 10 da Lei Complementar 116/2011, que tipificou o assédio
moral na administração pública estadual, que diz: “Os dirigentes dos
órgãos e entidades da administração pública criarão, nos termos do
regulamento, comissões de conciliação, com representantes da
administração e das entidades sindicais ou associativas representativas
da categoria, para buscar soluções não contenciosas para os casos de
assédio moral” e concluiu sua intervenção afirmando: “A saúde e a
dignidade humana estão garantidas na constituição, são direitos de cada
um de nós. A pessoa que sofre o assédio fica desmotivada, passa a
incorporar o discurso do agressor e acredita que realmente seja
incompetente. Com isso, perde a capacidade produtiva, não consegue
trabalhar e cai em depressão”.
Após
a exposição de Lobato, foi aberto espaço para perguntas dos servidores.
Outras informações sobre assédio moral e saúde no trabalho podem ser
encontradas no site www.assediomoral.org ou no blog http://assediomoralesaudenotrabalho.blogspot.com.br/
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