quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Protesto de bancários denuncia sobrecarga e assédio moral no Banco do Brasil

Ato retardou abertura de agências do centro de SP; nesta sexta também ocorre rodada de negociação da campanha, que discute a renovação de acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)
por Redação RBA publicado 18/09/2015 16:06, última modificação 18/09/2015 16:09
Maurício Morais
 
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Protesto realizado hoje retardou abertura de algumas agências do centro de São Paulo até as 12h
São Paulo – Os bancários realizaram na manhã de hoje (18) manifestação do dia nacional de luta por mais contratações pelo Banco do Brasil. O protesto retardou a abertura de algumas agências do centro da capital até as 12h. Hoje também ocorre a quinta rodada de negociação da campanha salarial, que discute a renovação de acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

“As pessoas estão sobrecarregadas. Muitos adoecem devido ao assédio moral constante e número insuficiente de trabalhadores para dar conta da demanda. Nosso protesto foi para chamar a atenção da população e pressionar o banco a ampliar o quadro de trabalhadores e a valorizar o funcionalismo”, afirma a diretora do sindicato Silvia Muto, acrescentando que o ato ocorreu em unidades próximas ao local da negociação entre a comissão de empresa dos funcionários e a direção do BB, no prédio sede da antiga Nossa Caixa, na Rua 15 de Novembro.
Mesmo sendo local da negociação, a agência que funciona na 15 de Novembro aderiu ao protesto. Nela, o consultor administrativo Roberto de Paula utilizava os serviços do autoatendimento. “Sou cliente do Banco do Brasil há 25 anos e percebo que o serviço piorou de uns anos para cá. E mesmo pagando preço absurdo de tarifa, cheguei a ficar mais de meia hora para ser atendido. Protestos como esse são muito válidos. Ter mais gente contribui para um trabalho mais ágil e melhor.”

O advogado Maurício de Carvalho vai além. “Sou correntista há mais de dez anos, desde a época da Nossa Caixa. Hoje ainda encontro dificuldades no sistema do Banco do Brasil, pois ao que parece essa migração não foi feita de forma adequada. Mesmo assim, os funcionários sempre estão dispostos a ajudar e a encontrar soluções, eles são ótimos”, relata. “Se saem pessoas do banco, tem de haver reposição. Sei que tem gente aguardando para ser chamada, ou seja nem seria necessário organizar concurso. O banco geraria mais emprego e nós, clientes, seríamos melhor atendidos.”

Um bancário relata que não foi apenas o Plano de Aposentadoria Incentivada (PAI) que provocou a saída de bancários. “Conheci pessoas que ficaram no máximo dois anos no banco. Elas não aguentaram tanta cobrança diária e a falta de perspectiva profissional. Quando entram na empresa têm um sonho de carreira, de ter bom ambiente para trabalhar. Quando se veem sem perspectivas, procuram outro lugar para trabalhar.”

Com reportagem de Jair Rosa, do Sindicato dos Bancários de São Paulo



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