quarta-feira, 11 de maio de 2016

Durante a Roda de Conversa servidores apontam falhas do PJe




A menina dos olhos do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o Processo Judicial Eletrônico - PJe foi tema de discussão da Roda de Conversa, organizado pelo Núcleo de Saúde do SINJUS-MG, que contou com a participação de servidores que utilizam o PJe e outros que ainda não. A Roda de Conversa foi realizada na quinta-feira, 5/5, com um grupo na parte da manhã e outro na parte da tarde.



Como está a implementação do PJe no TJMG? O que pode ser feito para melhorar este procedimento? Quais as dificuldades, e qual a relação do processo eletrônico com a saúde do servidor?Essas foram alguns dos questionamentos que nortearam a Roda de Conversa intermediada pelo diretor de Assuntos Sociais, Culturais e de Saúde, Jonas Araújo e pelo psicólogo Arthur Lobato.

Os servidores não deixaram de reconhecer que o PJe agiliza o serviço e que é muito bom para o usuário que tem acesso aos processos, no entanto, destacaram críticas quanto ao treinamento aplicado, que é insuficiente e não é voltado para todos, bem como à falta de ergonomia para se trabalhar.



TREINAMENTO INSUFICIENTE

Em relação ao treinamento, descreveram, por exemplo, que são escolhidos dois ou três servidores de determinado setor para fazerem um curso que, na avaliação dos participantes, é muito rápido e sem tempo suficiente para fixação do extenso conteúdo. Os servidores que passaram por esse treinamento, além de executarem o serviço, têm também que ensinar os outros colegas. Nesse sentido, nem todos possuem preparo didático ou tempo para repassarem o que foi ensinado.

Quem fez o curso reclamou que é muita informação para ser assimilada em curto prazo e não há simulações para exercitar aquilo que foi passado, aumentando assim a margem de erro no momento de se operacionalizar o sistema. Os participantes da Roda de Conversa sugeriram que o curso deveria ser para todos, com mais tempo para assimilação do conteúdo e treinamento antes de se efetuar o trabalho.





ESFORÇO REPETITIVO

Quem trabalha com o PJe reclamou também da ausência do Comitê de Ergonomia nos locais de trabalho acompanhando a implementação do projeto e seus potenciais reflexos na saúde do servidor. Descreveram que são utilizados dois monitores, o que cansa os músculos do pescoço, os pulsos e mãos, porque o mouse é muito utilizado, tanto no clique quanto no rolamento de telas, o que pode acarretar LER (lesão por esforço repetitivo). "Se uma pessoa vai atender o balcão e fica algum tempo sem mexer no computador, o sistema desliga, o que atrasa ainda mais para finalizar a tarefa", descreveu uma servidora. Os demais presentes relataram irritação nos olhos por ficar muito tempo em frente às telas do computador e que depois de certo tempo, a dificuldade de concentração aumenta.

Jonas Araújo afirmou que a diretoria do Sindicato planeja realizar uma pesquisa, com os servidores da 2ª Instância que trabalham com o PJe, para avaliar os impactos no trabalho desde que esse sistema foi implantado. Servidor, participe da Roda de Conversa! Esse espaço foi criado para que possamos juntos debater os problemas relacionados ao trabalho no Judiciário e buscar as melhores soluções. Todo mês um tema será pontuado para debate. Em breve será divulgado no site a próxima Roda de Conversa. Sua participação enriquece a nossa conversa!



Publicado em: http://www.sinjus.com.br


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