Inteligência
Artificial (IA), Automação e Saúde do Servidor no Judiciário
Brasileiro
Estudo apresentado pelo psicólogo Arthur Lobato no XII Congresso dos Servidores do Poder Judiciário Paranaense (Conseju). Atividade acontece nos dias 22, 23 e 24 de novembro, em Curitiba
O
objetivo deste estudo é analisar as mudanças no modo de trabalhar
do judiciário brasileiro através da automação e do uso da
inteligência artificial e suas consequências para a saúde do
trabalhador.
Nanotecnologia,
provedores cada vez mais rápidos na conectividade e o enorme estoque
de informação armazenado nas nuvens. A IV revolução industrial é
um produto da tecnologia que se retroalimenta das inovações e
aperfeiçoamentos.
O
papel vira documento virtual, smartphones fazem com que as pessoas
digitem com um ou dois dedos. A escrita é abreviada, rápida e após
enviada requer uma resposta instantânea. Ficar ligado em redes
sociais, em muitos casos, assemelha-se ao comportamento do vício.
Isso
é a construção de uma nova subjetividade, campo dos psicólogos,
mas no mundo do trabalho não há uma nova reconfiguração do
trabalho que passa pela relação prioritária do contrato de
trabalho: o contratante e o contratado. Assim, estabelece-se um lado
mais forte que impõe regras e normas através do poder diretivo da
chefia, e do outro lado aquele que possui apenas sua força de
trabalho física ou mental, que será utilizada para os objetivos do
contratante. O contratado é o subordinado. Seu chefe agora pode
estar em um computador a quilômetros de distância ou ser uma
plataforma de inteligência artificial.
Na
relação homem/homem, homem/robô, homem/IA, surge um novo campo de
relacionamento no trabalho — a
automação —, o uso de uma máquina para execução de serviços.
O computador é um exemplo de uma máquina que segue os princípios
da automação, ou seja, é necessário um ser humano para operá-la,
com a máquina potencializando o serviço, seja agilizando o tempo,
ou, a partir de uma série de comandos executando o serviço de forma
automática.
O
Processo Judicial Eletrônico (PJE) é um exemplo da automação no
serviço público. O processo deixa de ser físico com suas dezenas
ou centenas de páginas, arquivado em um espaço físico, para se
transformar em um processo digital arquivado em HDs externos ou em
“nuvens”.
Se
o PJE representa a automação, a inteligência artificial (IA) já
esta presente em escritórios de advocacia para fazer sentenças mais
simples e em bancos e empresas.
O
Tribunal Superior do Trabalho (TST) possui um computador com IA,
chamado Viktor, que ordena jurisprudências, assim como o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE.) O
Superior Tribunal de Justiça (STJ) iniciou a implantação de um
projeto-piloto destinado a aplicar soluções de inteligência
artificial (IA) nas rotinas relacionadas ao processo eletrônico.
“Alice”
trabalha com “Sofia” e “Monica”, são um conjunto de linhas
de código que “vivem” nos sistemas do Tribunal de Contas da
União (TCU). Elas “leem” o grande volume de textos produzidos e
analisados pelo Tribunal para encontrar incongruências, organizar
melhor as informações e apontar correlações.
Sinapses,
sistema com nome de processo cognitivo humano, faz uso de redes
neurais artificias no processo de aprendizagem e foi criado pelo
Tribunal de Justiça de Rondônia (TJR). Na Estonia plataformas de IA
fazem sentenças ocupando o lugar do magistrado. Quais
as consequências destes fatos para a saúde dos servidores do
judiciário?
Para
estudo, apresentei um projeto de pesquisa Programa Universitário de
Apoio às Relações de trabalho e à Administração da Justiça
PRUNART- UFMG, do qual sou aluno/ pesquisador.
Arthur
Lobato/ Psicólogo/Saúde do Trabalhador
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