sexta-feira, 29 de março de 2019

CSJT dá 30 dias para TRTs disciplinarem meios de prevenção e combate ao assédio moral

SITRAEMG, através do DSTCAM, já vem discutindo essa questão com os tribunais com o objetivo de garantir saúde e qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Foi publicado no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho (DEJT) do último dia 23 de março o Ato CSJT.GP.SG N.º 57, de 21/03/2019, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, que institui a Política de Prevenção e Combate ao Assédio Moral na Justiça do Trabalho de 1º e 2º graus.
O documento estabelece prazo de 30 dias, contados a partir de sua publicação, para que os Tribunais Regionais do Trabalho disciplinem os “meios de implementação e coordenação da política, bem como de desenvolvimento de ações voltadas à prevenção e ao combate ao assédio moral, dispondo especificamente sobre a forma de recebimento e tratamento das denúncias”.  A política adotada terá como base as proposições constantes da Resolução CSJT nº 141/2014, que dispõe sobre as diretrizes para a realização de ações de promoção da saúde ocupacional e de prevenção de riscos e doenças relacionados ao trabalho no âmbito da Justiça do Trabalho de 1º e 2º graus.
No ato, o CSJT define “agente público”, alvo da política de prevenção e combate ao assédio moral a ser implementada, e “assédio moral”, e elenca os princípios que norteiam dessa política e suas diretrizes. Além disso, determina que os TRTs mantenham registros estatísticos de denúncias, sindicâncias e processos administrativos disciplinares que envolvam assédio moral no ambiente de trabalho, e encaminhem dados estatísticos ao Comitê de Combate ao Assédio Moral do Tribunal Superior do Trabalho e do CSJT, “a fim de subsidiar as ações institucionais para prevenção e combate ao assédio moral, previstas no Ato Conjunto TST.CSJT.GP nº 20, de 12 de junho de 2018”. Por fim, institui a segunda semana do mês de maio como a Semana de Prevenção e Combate ao Assédio Moral e esclarece que os dados omissos no ato 57 deverão ser decididos pelos presidentes dos respectivos tribunais regionais.

SITRAEMG em defesa da saúde do servidor

A questão da saúde do servidor e combate ao assédio moral no TRT da 3ª Região já vem sendo debatida desde 2016, desde que foi criado o comitê de saúde do Tribunal, através da criação do comitê de saúde, pela Portaria TRT3/GP nº 173/2016, em atendimento à Resolução CNJ 207/2015, que instituiu a Política de Atenção Integral à Saúde de magistrados e servidores do Poder Judiciário. O SITRAEMG reivindicou e conseguiu assento nesse comitê, em que é representado pelo psicólogo Arthur Lobato, responsável técnico pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM) do Sindicato. Da mesma forma, participa ainda do comitê de saúde do TRE e mantém diálogo com o setor da Seção Judiciária de Minas Gerais, sempre com o objetivo de garantir a saúde dos servidores e atuar para que prevenir e combater a prática do assédio moral no trabalho.

segunda-feira, 25 de março de 2019

Tecnologia e a piora da saúde mental no trabalho

A revolução tecnológica mudou a forma como trabalhamos. Trouxe aspectos positivos, como o aumento da produtividade, mas, muitas vezes, comprometeu a qualidade de vida do trabalhador.

Ao nos depararmos com o tema “a saúde psíquica do trabalhador”, várias questões nos surgem de imediato: O que é saúde? O que é saúde psíquica? Como preservá-la? Afinal qual o papel da psicologia sobre esta questão?
Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Autores como Freud e Reich já diziam que a saúde psíquica é a capacidade de amar, trabalhar, e viver a vida em sua plenitude.
Tecnologia e às mudanças no mercado de trabalho
É fato que a tecnologia, embora tenha muitos aspéctos positivosacelerou nosso modo de vida. Os trabalhadores tiveram que se adaptar às novas tecnologias, sendo a informática o exemplo de como a tecnologia nos escravizou ainda mais, tomando mais tempo e energia, tanto no trabalho como na vida privada. O uso da tecnologia no ambiente de trabalho diminuiu consideravelmente o número de empregos porque automatizou processos que antes eram realizados pelo homem. Assim, o trabalhador tem mais responsabilidades, mais trabalho e menos remuneração; acumulou funções, deu o salto tecnológico se adaptando a esta realidade da informatização, mas aumentou o desgaste físico e mental. 
As pessoas passaram a se sentir cada vez mais pressionadas a entregar melhores resultados e com isso, muitas vezes, nota-se um sentimento de fracasso. Esta sensação de fracasso, de não dar conta do serviço, pode levar a quadros de depressão, ansiedade, e burnout (esgotamento profissional), pois o trabalho passa a ser o grande sugador das energias do trabalhador e fonte de preocupação. 
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“Trabalhar é sofrer resistências” e o trabalhador se engaja nos esforços, em toda sua subjetividade, em sua atividade laboral  e nos relacionamentos com os colega. Portanto, afirma Chistopher Dejours, criador da psicodinâmica do trabalho, que analisa a relação prazer-sofrimento no trabalho, “falar ao colega é um modo de nos reapropriarmos de nossa inteligencia”, pois somos seres relacionais, o outro constrói minha subjetividade, e tanto no amor como no trabalho a construção da identidade é através do reconhecimento. 
Não somos máquinas
O trabalhador não é uma máquina. Logo, ele precisa interpretar as ordens e não apenas obedecer regras e normas. Marie-France Hirigoyen (pesquisadora francesa, psiquiatra, psicanalista) afirmou que na origem do sofrimento no trabalho está o isolamento das pessoas, o medo, a insegurança, a falta de reconhecimento e respeito, e, a perda do sentido. 
Nós, seres humanos, precisamos do sentido das coisas. Quando há explicações e diálogo, problemas e conflitos podem ser superados. Sem o sentido, que dá significado ao trabalho, a pessoa busca soluções equivocadas e, como não há respostas, ela pode ser violenta com o outro ou consigo mesma.
Quando há diálogo, há explicações, e isto ajuda a superar o problema, mas quando o indivíduo não entende o que aconteceu, ele não sabe o que fazer. É isto que adoece: a recusa de diálogo, que impede refletir, aparar arestas, se sentir útil e crescer no trabalho. 
A dignidade humana, portanto, tem que ser o valor supremo no entorno laboral. Para isso, é necessário resistir e vencer as dificuldades do trabalho, mas nem todos conseguem, daí o adoecer, o sofrimento e o fracasso.
Por Arthur Lobato, psicólogo inscrito no Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais 
Fotos: MundoPsicologos.com
Arthur Lobato Psicólogo
Belo Horizonte (Minas Gerais) Minas Gerais

sexta-feira, 22 de março de 2019

“Nova realidade” põe em alerta servidores do Judiciário



Inteligencia Artificial (IA) nos tribunais

Projeto Sinapses, e como as robôs Alice, Sofia e Monica ajudam o TCU a caçar irregularidades em licitações
Por Arthur Lobato, psicólogo, responsável técnico pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral do SITRAEMG.
“Alice” não é um servidor público megaprodutivo. Ela é um robô, usado pelo TCU para caçar fraudes e outras irregularidades em licitações.
“Esse tipo de trabalho poderia ser feito por humanos, mas seria muito custoso porque são, em média, 200 editais por dia”, diz Wesley Vaz Silva, diretor da Secretaria de Fiscalização de Tecnologia da Informação do TCU, ao G1.”
“Alice” trabalha ainda com “Sofia” e “Monica”, outras duas companheiras robóticas que como ela não têm braços, pernas ou corpos de metal. São um conjunto de linhas de código que “vivem” nos sistemas do TCU. Elas “leem” o grande volume de texto produzido e analisado pelo tribunal para encontrar incongruências, organizar melhor as informações e apontar correlações.
Um dos robôs usados pelo TCU, a “Alice” lê todos os editais publicados no dia e avisa quais possuem indício de irregularidade.
As três robôs já são usadas por servidores da Controladoria Geral da União, Ministério Público Federal, Polícia Federal e tribunais de contas dos Estados. Depois de dicas delas, licitações com falhas já foram canceladas e compras públicas enviesadas tiveram que ser refeitas.
“A Sofia é um robozinho que vai no texto do auditor e tenta achar algo que pode ser alguma coisinha que ele deixou passar ou alguma informação que ele deveria saber”, comenta o diretor sobre o trabalho do robô, cujo nome é uma abreviação para Sistema de Orientação sobre Fatos e Indícios para o Auditor.
Já Monica é um painel que mostra todas as compras públicas, incluindo as que a Alice deixa passar, como contratações diretas e aquelas feitas por meio de inexigibilidade de licitação (quando um serviço ou produto possui apenas um fornecedor).
Sinapses, projeto de IA do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO)
Sinapses, sistema com nome de processo cognitivo humano, que faz uso de redes neurais artificias no processo de aprendizagem e que foi criado pelo Tribunal de Justiça de Rondônia.
Um dos objetivos da palestra foi demonstrar as vantagens da adoção do Sinapses a partir da versão 2.1 do PJe – Processo Judicial Eletrônico. O analista Mikaell Araújo explicou que “não será uma incorporação do Sinapses ao PJe, mas ele servirá como sistema a prover inteligência artificial ao PJe.
Inicia-se agora um trabalho colaborativo, um modelo de comunidade no qual todos os Tribunais irão trabalhar num centro de laboratório de IA, que está sendo criado pelo CNJ para que essa comunidade, cresça e o sistema também, melhorando, gradativamente, a produtividade no serviço judiciário”.
O processo de IA, algoritmos inteligentes que “pensam” a partir de premissas lógicas codificados em um caminho matemático, está contido no que chamamos de IV revolução industrial. Adam Smith no século XVIII, já falava da importância das máquinas para a produtividade das fábricas, o que levou na época da substituição de trabalhadores por máquinas ao Ludismo, proposta anarquista de quebrar as máquinas das indústria de tecelagem para garantir o emprego aos seres humano. Agora nem isso é possível, pois a IA não é física, esta na rede, nas nuvens , nos provedores, os ludistas de hoje seriam os hackers, mas de qualquer forma a IA veio para ficar e se aperfeiçoa a cada dia mais.
Será mais uma ameaça ao trabalho humano?
Fontes:

terça-feira, 19 de março de 2019

SITRAEMG participará de seminário do CNJ no dia 28 de março

Evento será organizado pelo Comitê Gestor Nacional de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores do Poder Judiciário.
A coordenadora do SITRAEMG Elimara Cardoso Gaia e o psicólogo Arthur Lobato, ambos integrantes do Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM) do Sindicato, participarão do 1º Seminário Nacional sobre a Saúde dos Magistrados e Servidores do Poder Judiciário, no próximo dia 28 (de março), na sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília (DF). Promovido pelo CNJ, por meio do Comitê Gestor Nacional de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores do Poder Judiciário, o evento reunirá servidores e magistrados do Poder Judiciário, bem como representantes da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) e Associação dos Juízes Federais (Ajufe).
O financiamento dos serviços de saúde, assim como o adoecimento e a qualidade de vida dos juízes e servidores do Poder Judiciário brasileiro serão temas debatidos. Além disso, o Seminário visa promover o intercâmbio de experiências e ideias para gerar a melhoria na quantidade e qualidade dos dados que compõem a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores do Poder Judiciário, criada pela Resolução CNJ n. 207/2017.
Foi por determinação dessa resolução que foram criados os comitês de saúde dos tribunais regionais. O SITRAEMG, por solicitação de sua direção e do DSTCAM, tem assento nos comitês do TRT e do TRE, e mantém diálogo permanente com o setor de saúde da Justiça Federal em Minas Gerais. O objetivo é acompanhar de perto e cobrar ações efetivas dos tribunais voltadas para a saúde de seus servidores.

Programação

Na programação, já está confirmada a realização de um painel para tratar das formas de financiamento dos serviços de saúde pelos tribunais, como a contratação de planos de saúde e a criação de planos de autogestão. Coordenador do comitê, o conselheiro Valtércio de Oliveira destaca que é importante colocar em discussão, na magistratura, a questão da viabilidade dos custos da saúde.
O evento terá ainda oficinas a respeito de assuntos como adoecimento de servidores e de magistrados, serviços de saúde nos tribunais, entre outros. No encerramento, está prevista uma palestra sobre o tema qualidade de vida e gestão da emoção.
Valtércio de Oliveira chama a atenção para alguns aspectos da saúde dos magistrados e dos servidores. “Há aspectos preocupantes em relação aos problemas mentais como estresse, depressão e casos de suicídio”, diz. “Os magistrados trabalham sob pressão, lidam com a vida das pessoas, com as tentativas de solução para diversos problemas”, acrescenta.
Fonte: Agência de Notícias do CNJ

segunda-feira, 18 de março de 2019

Inquérito aberto por Toffoli amplia 'climão' entre os Poderes da República




A portaria do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que instaura inquérito para apurar calúnia, difamação e injúria contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) promete servir de munição para ampliar o mal-estar entre os Poderes da República. 
No Legislativo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que tendia a arquivar mais uma CPI da Toga por não caber ao Senado constranger juízes, fez chegar a seus pares que não ficará contra os senadores. Ou seja, se o STF partir para cima dos parlamentares dentro dessa investigação a ser conduzida pelo ministro Alexandre Moraes, o estremecimento entre os dois Poderes será inevitável.
Porém, a ordem no STF é outra. É saber de onde parte a campanha que procura difamar a Suprema Corte nas redes sociais, algo que vem num crescente.

Em relação aos parlamentares, há quem diga que nestes seis meses de gestão de Toffoli, ele conseguiu melhorar o ambiente entre os Poderes e praticamente encerrou a fase de bate-boca entre os ministros durante as sessões plenárias.

De quebra, ele é sempre procurado pelas autoridades, interessadas em saber suas opiniões a respeito dos mais variados temas. Essa relação amistosa ele não quer perder. O alvo é outro.

A portaria editada pelo presidente do STF, entretanto, é vaga. Não menciona diretamente as redes sociais. Para alguns, está implícito que, se chegar a quem vazou informações da Receita Federal, por exemplo, como ocorreu no caso do ministro Gilmar Mendes e sua esposa, é parte do jogo.
Denise Rothenburg / Foto: Gomez
Fonte: Estado de Minas
Publicado em: https://www.em.com.br/

sexta-feira, 15 de março de 2019

Câmara aprova projeto que torna crime assédio moral no trabalho

Texto segue para discussão e votação no Senado


A Câmara aprovou terça-feira (12) projeto de lei que torna crime o assédio moral no trabalho. A proposta segue para apreciação no Senado. Pelo texto, configura assédio moral quem ofender reiteradamente a dignidade de alguém, causando-lhe dano ou sofrimento físico ou mental, no exercício de emprego, cargo ou função.
De acordo com a proposta, a causa somente terá início se a vítima representar contra o ofensor. Essa representação é irretratável. O projeto prevê a inclusão do assédio moral no Código Penal e define que a pena para o crime será detenção de um a dois anos. A pena pode ser aumentada em um terço se a vítima tiver menos de 18 anos.
Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão nesta terça-feira (12) -
 
Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Segundo a relatora, deputada Margarete Coelho (PP-PI), o assédio moral não pode se apresentar esporadicamente ou em decorrência de um fato isolado. “A dignidade da pessoa deve ser afetada de forma intencional e reiterada, tanto no trabalho como em todas as situações em que haja algum tipo de ascendência inerente ao exercício do emprego, cargo ou função”, afirmou. 
O texto pretende evitar que as pessoas sejam submetidas a situações que violem sua dignidade ou que as exponham a condições humilhantes ou degradantes. “As maiores vítimas do assédio moral são as mulheres”, ressaltou Margarete Coelho.

Divergências

Em uma sessão presidida pela deputada Geovania de Sá (PSDB-SC) e destinada à apreciação de projetos da bancada feminina, o texto foi debatido por mais de quatro horas no plenário apesar de ter tramitado por 18 anos na Câmara. O deputado Hildo Rocha (MDN-MA) disse temer que o projeto se transforme em “texto morto”, sem aplicação prática.
“São de interpretações muita subjetivas. Esses textos podem ser rasgados e jogados no lixo porque não vão servir para que seja exequível essa lei. Coloca-se na mão do juiz, daquele que vai julgar uma relação de trabalho, algo bastante temerário. Aqui diz que assédio moral é excessivo vigor no trabalho. O que é excessivo vigor no trabalho? Não se pode definir assédio moral em apenas um artigo. É necessário um debate maior, um aprimoramento, ou será um texto morto na legislação brasileira, não será aplicado ou será uma arma na mão de promotores e juízes”, afirmou.
A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) argumentou que o texto pode gerar insegurança aos empregadores no país. “Estão falando que as mulheres vão sofrer se este projeto não for aprovado, mas, na verdade, não se trata de mulheres ou homens, todo mundo pode ser prejudicado, principalmente os empregadores que vão começar a não contratar e vão ficar com medo de investir no Brasil.”

Apreensão de armas 

O plenário da Câmara aprovou, em votação simbólica, projeto que determina a apreensão de arma de agressor de mulheres. O texto segue para o Senado. Pela proposta, o juiz do caso de violência contra a mulher deve ordenar a apreensão de arma de fogo eventualmente registrada em nome do agressor. A matéria foi aprovada na forma de um substitutivo da relatora, deputada Christiane de Souza Yared (PR-PR).
De acordo com a relatora, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontou que houve 1.133 feminicídios, em 2017; contra 4.606, em 2016. Já o Mapa da Violência 2015 apontou que a arma de fogo foi o meio mais usado nos homicídios de mulheres.
“A situação é muito séria: nós tivemos, no ano passado, 1.133 feminicídios, mulheres que morreram só pelo fato de serem mulheres. Isso é um absurdo”, disse. “Nada mais justo e necessário, portanto, do que a adoção de outros mecanismos que reduzam a oportunidade de perpetração de tais crimes, como o que ora se propõe pela retirada das armas de fogo das mãos dos agressores”, completou.
 Publicado em: 

Inteligência Artificial em ação nos tribunais

Por Arthur Lobato, psicólogo, responsável técnico pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral do SITRAEMG.
No artigo anterior (veja aqui) falamos das diferenças entre Inteligência Artificial, automação e o que é um algoritmo, base da Inteligência Artificial (IA).
Segundo informações do STF, foi batizado de VICTOR, a ferramenta de inteligência artificial, mais complexo Projeto de IA do Poder Judiciário e, talvez, de toda a Administração Pública Brasileira.
Na fase inicial do projeto, VICTOR irá ler todos os recursos extraordinários que sobem para o STF e identificar quais estão vinculados a determinados temas de repercussão geral. VICTOR está na fase de construção de suas redes neurais para aprender a partir de milhares de decisões já proferidas no STF a respeito da aplicação de diversos temas de repercussão geral. O objetivo, nesse momento, é que ele seja capaz de alcançar níveis altos de acurácia – que é a medida de efetividade da máquina –, para que possa auxiliar os servidores em suas análises. O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). O objetivo inicial é aumentar a velocidade de tramitação dos processos por meio da utilização da tecnologia para auxiliar o trabalho do Supremo Tribunal.
Atualmente, a ferramenta executa quatro atividades: conversão de imagens em textos no processo digital, separação do começo e do fim de um documento (peça processual, decisão, etc.) em todo o acervo do Tribunal, separação e classificação das peças processuais mais utilizadas nas atividades do STF e a identificação dos temas de repercussão geral de maior incidênciaA máquina não decide, não julga, isso é atividade humana. Está sendo treinado para atuar em camadas de organização dos processos para aumentar a eficiência e velocidade de avaliação judicial.
A ministra do STF, Carmen Lúcia, ressaltou que o trabalho de conversão de imagens em texto, por exemplo, que um servidor executa em três horas, será feito em cinco segundos com a nova ferramenta.
O diretor-geral do Supremo Tribunal Federal, Eduardo Toledo, em palestra no II Congresso Internacional de Direito, Governo e Tecnologia afirmou: “pelo processo judicial eletrônico (PJe), o recurso extraordinário sobe bruto ao Supremo e era preciso que um servidor separasse e identificasse suas peças, tarefa que demandava em média 30 minutos de serviço. O VICTOR realiza essa tarefa em apenas cinco segundos”. Vejam bem a impossibilidade de se competir com a IA: 3 horas de serviço humano ou 5 segundos de IA, e 22 mil horas de trabalho humano, para analisar 42 mil processos.
Mais uma vez fica evidente a diferença de produtividade entre a IA e a inteligência, mas e o custo deste serviço? Outra questão é a programação via algoritmos desta IA. Poderemos confiar plenamente na infalibilidade da IA, já que ela é programada por humanos?
No Fórum de Inteligência Artificial, realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018, um dos participantes convidados, Alexandre Zavaglia, detalhou que: “na Justiça Eleitoral, a ciência de dados é utilizada para análise das prestações de contas, das doações de campanhas e para o cruzamento de dados com outros órgãos, como a Receita Federal. Zavaglia lembrou que, em 2014, com o uso de robôs, a Justiça Eleitoral conseguiu identificar 200 mil casos de possíveis fraudes em doações no primeiro turno das eleições. Na ocasião, foram identificadas cerca de 200 pessoas que apareciam como doadoras, mas estavam no cadastro de falecidos, ou seja, indício claro de fraude a ser investigado”, afirmou.
Vejam bem a questão chave contida neste texto: a produtividade, que é o discurso do Judiciário em busca de celeridade e “resposta a sociedade”. Os robôs (IA) da Justiça eleitoral conseguiram identificar 200 mil casos de possíveis fraudes e “200 pessoas que apareciam como doadoras, mas estavam no cadastro de falecidos”. Quantos servidores e quanto tempo seria necessário para se chegar a estes números? Este é sempre o argumento institucional. Mas quando o que importa são números, como fica a qualidade? Resolver rápido será sinal de qualidade também? E os possíveis erros contidos na elaboração dos algoritmos, pois a IA é criada por seres humanos com seus preconceitos, valores e crenças.
Estamos vendo neste argumento a descartabilidade do trabalho humano?  Mas quem programa e controla a Inteligência artificial? Para debater estes temas o Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia e a Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) promoveram nessa quinta-feira (21/02) a primeira edição do Simpósio O Futuro do Trabalho – Os Efeitos da Quarta Revolução Industrial na Sociedade.
Proteção constitucional 
O doutor em direito pela UFMG Rômulo Valentini alertou para a necessidade de proteger a sociedade brasileira dos efeitos negativos dessa quarta revolução industrial, como tem feito os países europeus e a China. Citou artigos da Carta Magna que devem regular as relações de trabalho. Um deles prevê a proteção dos trabalhadores contra a automação. Já o parágrafo único do Artigo 6º equipara os meios telemáticos e informacionais aos meios pessoais de comando para configurar a subordinação de um trabalhador.
“Quando a Uber, por exemplo, determina qual corrida determinado motorista vai fazer é como se um gerente da Uber tivesse dado uma ordem de serviço ao trabalhador e isso configura claramente o vínculo de subordinação do motorista à empresa”, exemplificou.
Estas reflexões servem para pensarmos no futuro do Trabalho humano no século XXI e da importância do sindicato na defesa dos servidores públicos, antes que a inteligência artificial (os robôs) substituam os humanos no mundo do trabalho.
No próximo artigo abordaremos a questão da IA no STJ e TCU.
Fontes:
GA/RR, com informações da Coede/SGP/TSE
www.tse.jus.br
www.stf.jus.br/portal
www.stj.jus.br
Thaís Cieglinski, Agência CNJ de Notícias
Helton Simões Gomes, G1.

Bolsonaro critica BB por exigir curso contra assédio

BRASÍLIA - Na véspera do Dia Internacional da Mulher, o presidente Jair Bolsonaro utilizou seu perfil no Facebook para criticar o fato de o Banco do Brasil tornar obrigatório um curso de diversidade e de prevenção e combate ao assédio moral e sexual. Além de avisar que havia ordenado à cúpula do banco que abolisse a formação, chegou a aconselhar os postulantes a cargos na instituição que procurassem a Justiça.

Na avaliação do presidente, questões relacionadas a assédio moral e sexual, além de diversidade, deveriam ser tratadas na área da educação. Bolsonaro, no entanto, confundiu a finalidade do curso ao fazer sua crítica. Disse que era um requisito para passar num concurso público do banco, mas as aulas fazem parte, na verdade, do processo interno de formação e promoção de funcionários. 


‘Aparelhamento’
A instituição oferece vários cursos on-line de aprimoramento para os servidores. Eles somam pontos, que classificam os funcionários para promoções que surgem dentro do banco. A maior parte é optativa. A única exigência é que seja feito um conjunto de aulas que trata de ética, respeito no trabalho, fim do preconceito e combate ao assédio. O tema é considerado prioritário e, por isso, o BB orienta que o treinamento seja feito durante a jornada de trabalho. Bolsonaro, entretanto, atacou a exigência desses cursos numa seleção interna para assistente técnico.
- Olha só o nível de aparelhamento que existe no Brasil. Isso aqui é processo de educação. Não precisa fazer curso nesse sentido. Nos futuros editais, não teremos mais essa obrigatoriedade — disse o presidente ao confundir o processo de promoção com concurso público: — Um conselho que dou a vocês é: se, porventura, alguém que for aprovado no concurso e for exigido esse diploma, você pode entrar na Justiça, que tu vai ganhar (sic). Se bem que vou tentar junto ao Banco do Brasil ainda para que se evite isso.
Um dos cursos que o BB exige é o de equidade de gênero.
“A rigidez do que é do homem e da mulher gera preconceitos, discriminação e violências de naturezas diversas. E as mulheres são o principal foco disso. Apesar de estarem plenamente aptas a exercerem funções de liderança e comando, as mulheres ainda são minoria nessas posições porque o preconceito e a discriminação também se fazem presentes no ambiente corporativo”, diz o vídeo.
O curso ainda trata das relações de poder do homem sobre a mulher e trabalha para prevenir não apenas assédio sexual no trabalho, mas violência doméstica. Questionado sobre o comentário do presidente, o BB informou que não se manifestará.

quinta-feira, 14 de março de 2019

10º CONGRESSO REGIONAL DE PSICOLOGIA


 
O psicólogo Arthur Lobato foi eleito delegado para o 10º COREP - Congresso Regional de Psicologia que acontecerá de 5 a 7 de abril de 2019.


O evento definirá as diretrizes que deverão nortear a gestão do CRP-MG para o próximo triênio (2019-2022). A participação nesta importante instância de deliberação é restrita a psicólogas e psicólogos que foram eleitas(os) delegadas(os) nos Pré-Congressos.


O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) lançou o site do 10º Congresso Regional da Psicologia (Corep), que terá como tema “O (im)pertinente compromisso social da Psicologia na resistência ao Estado de exceção e nas redes de relações políticas, econômicas, sociais e culturais”. Clique aqui para acessar o site.

A cada três anos, as (os) psicólogas (os) brasileiras (os) reúnem-se de forma democrática e organizada para discutir e decidir os rumos da nossa profissão. Para tal, as (os) psicólogas (os) precisam mobilizar-se para participar das diversas etapas regionais do Congresso Nacional de Psicologia (CNP). O CNP é a instância máxima em que são definidas as diretrizes políticas a serem seguidas nos três anos subsequentes pelos Conselhos Regionais e Federal de Psicologia. 

Em 2019, chegaremos à 10ª edição do CNP, que acontecerá em Brasília entre 30 de maio e 2 de junho com o tema "O (im)pertinente compromisso social da Psicologia na resistência ao Estado de exceção e nas redes de relações políticas, econômicas, sociais e culturais". 

Em diálogo com a sociedade, o Estado, e a categoria profissional, a Psicologia brasileira, como ciência e profissão, tem demarcado, através de um projeto ético-político com o compromisso social, uma posição em defesa dos direitos sociais, dos direitos humanos, das políticas pública, da pluralidade e da construção de subjetividades. 

Os eixos temáticos do 10º CNP são:

Eixo 1: Organização democrática e representativa do Sistema Conselhos;
Eixo 2: O diálogo da Psicologia com a sociedade brasileira e suas relações com a democracia e direitos humanos;
Eixo 3: Do Exercício Profissional.