sexta-feira, 1 de maio de 2020

Metas e produtividade em tempos de teletrabalho (parte 2)

O coronavírus (Covid-19) mudou a vida de todos nós com o inédito isolamento social.  No entanto, os estados, municípios e o Governo Federal confundem a população sobre o que é mais importante: a vida ou a economia. Ainda que vivamos em uma sociedade em que a economia é a base de tudo, seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) é um dever de todos.

Entretanto, as instituições e empresas continuam priorizando a economia, a produtividade, as metas, em detrimento da saúde. É um fato: a globalização do vírus e o medo da morte são reais. Para que não haja contaminação em massa é recomendado o isolamento social e quarentena para quem tem suspeita do Covid-19. Para aqueles que já apresentam os sintomas, é necessário a internação em leitos de hospitais, já que não existem vacinas ou medicamentos comprovados que eliminem o vírus.

O aumento de contaminados pela pandemia pode saturar o sistema de saúde, gerando um colapso e aumento no número de mortes.  Muitas pessoas têm medo, outras estão mais ansiosas e algumas desanimadas, pois estão impotentes frente ao vírus.

A solidão no teletrabalho

O isolamento social, no entanto, quebra o vínculo humano relacional do dia a dia do trabalho. Muito além dos sentimentos positivos e negativos para com os colegas, estabelecemos vínculos sociais mais intensos com determinadas pessoas, desenvolvemos amizades, relacionamentos amorosos, entretanto, repentinamente, tudo isso é rompido. Além disso, o trabalho em grupo é mais produtivo, pois nas dificuldades recorremos aos colegas para nos auxiliar. O todo é maior que a soma das partes. Cinco pessoas trabalhando juntas produzem mais do que cinco trabalhando separadas. Porém, com a nova configuração do trabalho, o serviço solitário é mais lento e árduo, falta a força que o grupo fornece aos integrantes.

Por isso, precisamos de tempo para adaptação ao teletrabalho, condições materiais para desempenhar as funções, respeito às diferenças individuais, pois cada ser humano é único e tem ritmos de trabalho diferentes. É necessário aceitar que, neste período de pandemia, manter uma política exagerada de metas e produtividade vai ser fonte de adoecimento e quanto mais gente adoecer, menor será a produtividade devido a sobrecarga e posterior esgotamento. É um ciclo que temos que impedir.
Contribua com sua experiência, exponha suas dúvidas, informe-se sobre seus direitos, participando da primeira Live do SITRAEMG nesta sexta- feira, 1º de maio, às 16 horas.

Pela flexibilização da política de metas e produtividade.
Pelos direitos do teletrabalhador.
Equipamento de Proteção Individual (EPI) para quem está em atendimento externo.
A justiça não pode parar, mas a sua vida, sua saúde mental e emocional tem que ser preservada.
FIQUE EM CASA.
CONTE COM O APOIO DO SITRAEMG.

Arthur Lobato – psicólogo/Saúde do Trabalhador


 

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