quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Palestra: "SERJUSMIG no combate ao assédio moral"

XVIII Encontro de Delegados SERJUSMIG - 24 a 27 de novembro de 2016

Por: Arthur Lobato






Publicado em: http://site.serjusmig.org.br



Humanização no Trabalho

*por Arthur Lobato


Um dos objetivos do trabalho é inserir o ser humano no processo produtivo. Por trabalho saudável entendo aquele feito com prazer, onde há um bom relacionamento interpessoal, e condições materiais de se executar a tarefa. O trabalho é saudável quando há diálogo, escuta e respeito às opiniões de quem trabalha junto.


Como o modelo de trabalho no mundo atual visa o lucro e a produtividade através de metas absurdas, e este modelo está sendo implementado no serviço público, lutamos dentro do projeto saúde do trabalhador, por um modelo de gestão humanizado e não este modelo de gestão que trata os seres humanos como se fossem máquinas, um processo de desumanização do trabalhador reduzido a uma simples cifra, uma peça na engrenagem produtiva.

Quando propomos a humanização do trabalho, queremos entender o ser humano não só enquanto força produtiva, mas naquilo que nos diferencia dos animais: somos seres racionais. E, por racional entendo a relação entre a percepção, sentimentos, inteligência, e nossa capacidade de refletir sobre si próprio e sobre o mundo, afinal, tenho consciência que existo, tenho consciência do tempo que passa, do espaço que se modifica com o tempo, sabemos de nossa finitude e nossa necessidade de sobrevivência só pode ser conseguida através do trabalho que é composto de vários processos de relações, entre humanos e humanos, humanos e máquinas, força de trabalho e capital, entre tantos fatores.

Humanização do trabalho é uma luta do Sinjus e de todos nós trabalhadores para que instituições e empresas entendam que cada ser humano é diferente e que não somos máquinas de produção, mas seres humanos racionais e emocionais, temos consciência, razão e afetos.

Um exemplo claro da falta de humanidade no trabalho é caracterizado pela volta dos adoecidos ao local do trabalho. Suas queixas na clínica do trabalho se referem aos próprios colegas e percebemos que a solidariedade foi substituída pela individualidade, pela competitividade, o outro ausente deixa de ser humano, mas um estorvo, pois “diminuiu a produtividade do grupo”.

Somos enquanto seres humanos este amálgama de razão e emoção, antagônicos que devem ser governados pela consciência, domando e direcionado a força da razão e da emoção, os alazões que conduzem a biga/corpo, metáfora já descrita por Platão, o filósofo grego em seus diálogos, com a consciência sendo o cocheiro e a biga, o corpo. Razão e emoção os cavalos (potências) que levam a biga na direção e velocidade pretendida.


Se somos seres racionais, temos a linguagem para nos comunicar e transmitir experiências em busca de uma evolução humana e científica, e para isso precisamos de humanizar o trabalho, via diálogo, missão de todos nós.


*Arthur Lobato é psicólogo/saúde do trabalhador


Publicado em: http://www.sinjus.com.br


sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Metas, produtividade e assédio moral

Metas e produtividade são duas palavras que os servidores da Justiça estão acostumados a lidar diariamente no ambiente de trabalho. Elas aparecem quando a Administração do Tribunal intensifica suas atividades visando o cumprimento do seu Planejamento Estratégico, em consonância com as determinações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Quem não produz no ritmo exigido por este modelo de gestão é punido, perseguido, assediado, excluído, discriminado, fatores que influenciam na saúde do trabalhador.

Para debater esta relação das metas, produtividade e assédio moral o Núcleo de Saúde do SINJUS-MG realizou roda de conversa, na sede do SINJUS-MG. 


quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

RODA DE LEITURA DO SINJUS-MG

Compartilhar experiências, estimular a reflexão sobre nossos princípios, valores, pensamentos e atitudes. Foi pensando nisso que o SINJUS-MG criou em 2016 a "Roda de Leitura" — Um bate papo sobre literatura com quem gosta de ler.
Os encontros acontecem sempre na última quinta-feira do mês, na Sala de Atividades do SINJUS-MG. 




Confira na entrevista de Lea Leda Schmidt Correa com o psicólogo e jornalista Arthur Lobato que atua como facilitador da Roda de Leitura do Sinjus-MG


Lea - Arthur, você é o facilitador da "Roda de Leitura". Que mais você poderia dizer sobre você para os integrantes do Grupo 1 da Gincana do NAP?
 


Arthur Lobato 
- Considero a "Roda de Leitura" uma atividade lúdica que me dá muito prazer de frequentar. Estou encantado com o nível intelectual das pessoas que participam e convido a todos do NAP a entrar nesta roda, que tem sido muito profícua. Sou psicólogo especializado na temática saúde do trabalhador, gosto muito de ler e encontrar pessoas como fazemos na última quinta do mês. Trabalhei 33 anos com telejornalismo, sou jornalista de imagem, fui vice presidente do sindicato dos jornalistas, diretor executivo da Federação Nacional dos jornalistas, e estudei filosofia na Universidade Federal de Juiz de Fora em 1976. Trabalho para o SINJUS desde 2007. Minha paixão é a fotografia, tenho 3 filhos e moro com a Taís desde 1989.

Lea - Como e há quanto tempo surgiu a "Roda de Leitura"?

Arthur Lobato - A roda surgiu a partir de um convite que a Viviane fez em junho de 2015 quando desenvolvi uma palestra chamada "Literatura e Memória". A Lea, contadora de historias, propôs criarmos uma atividade de leitura. Nos reunimos diversas vezes eu, Lea, Maria Lúcia, Ana Maria, Beatriz e outras aposentadas. Fizemos um regimento interno e marcamos a última quinta do mês para debatermos um livro sugerido pelo grupo. Já fizemos mais de 10 encontros, lemos muitos livros e estamos produzindo textos, agora publicados no site do SINJUS.

Lea - Por que foi escolhido o nome "Roda de Leitura" para essa atividade do SINJUS? 

Arthur Lobato 
 - O nome foi um consenso do grupo que não gostou do termo clube ou de outros propostos. A roda tem a função de fazer as ideias circularem assim como possibilitar a todos ouvir o discurso de quem leu o livro. É uma modalidade de conhecimento horizontal, em que todos participam e eu facilito, intervenho e organizo o debate, para que não hajam falas paralelas e para que quem fala seja respeitado e escutado.

Lea - Quem pode integrar a "Roda de Leitura"?
Arthur Lobato 
 - A roda, inicialmente, é para o grupo de aposentados do NAP, mas qualquer servidor pode comparecer. É só inscrever-se com a Keli ou a Letícia e entrar no grupo de e-mail.

Lea - Qual a proposta central da "Roda de Leitura"? 

Arthur Lobato 
 - A proposta central da roda partiu de uma demanda do grupo inicial, sobre ter um tempo para ler, um método, e ao mesmo tempo um compromisso com esta leitura. No dia da roda, cada um troca suas opiniões, enriquecendo o debate e abrindo nosso olhar para as várias possibilidades de interpretação da escrita.

Lea - A "Roda de Leitura" tem um Regulamento? Cite 3 itens que disciplinam o funcionamento das atividades da Roda de Leitura. 

Arthur Lobato 
 - Temos um regimento interno para facilitar o projeto. A ideia é que os livros sejam escolhidos pelo consenso, a leitura deve ser de livros que são novidade para todos, evitando os já lidos, e nosso encontro é toda última quinta feira do mês, às 14 horas no NAP.

Lea - Que autores já foram lidos na "Roda de Leitura". Cite algumas obras.

Arthur Lobato  - Já lemos diversos autores em contos, crônicas e romances. Lemos autores brasileiros e estrangeiros. Destaco a leitura de Clarice Lispector, Machado de Assis, Mia Couto entre outros, como Marta Medeiros, Oswaldo França Júnior e os livros "Somos todos feministas" e "A contadora de filmes" que não me lembro do autor.

Lea - No seu ponto de vista que autor(a) e livro foi mais aceito na "Roda de Leitura"?

Arthur Lobato - Os autores empolgam, lemos um segundo livro do mesmo autor, mas no terceiro se esgota. Marta Medeiros que tem um discurso feminino e feminista agradou muito, tentamos até fazer contato com ela na "Feira do Livro", mas não foi possível pelo formato do evento. Clarice Lispector causou grande impacto, com seu estilo e conteúdo, Machado dividiu o grupo, mas Mia Couto encantou a todos.

Lea - Houve dificuldade de aceitação de algum autor(a) ou livro dentro da "Roda de Leitura"? 

Arthur Lobato 
 - Um autor que gerou muita resistência foi Machado de Assis por ter sido apresentado a nós, enquanto jovens, de forma obrigatória, mas na roda vimos o vigor e atualidade deste autor. Entretanto, pelo fato de ele falar de coisas do passado, houve uma demanda do grupo para autores contemporâneos e temas atuais.Lea - Que atividades paralelas surgiram dentro da proposta central da "Roda de Leitura"?Arthur Lobato - Acredito que a produção de textos redigidos pelos participantes e o espaço no site do SINJUS para publicação dos textos foi uma evolução que agradou a todos nós.

Lea - Qual sua expectativa em relação à "Roda de Leitura" para 2017?

Arthur Lobato  - Desejo continuar com este grupo maravilhoso e sempre convidando mais pessoas a participarem da roda. É um projeto que tem que continuar por isso conto com apoio de todos vocês para criar esta demanda junto à próxima diretoria.

Lea - Dê uma sugestão para fortalecer, cada vez mais, a dinâmica da "Roda de Leitura".

Arthur Lobato  - Que continuemos pontuais, participativos, que a roda seja fonte de prazer e não de obrigação e convido a todos a participarem desta dinâmica que esta sendo muito legal para TODOS NÓS.


Oportunidade de conhecer a "Roda de Leitura".

Provérbio africano - Quem conhece a sujidade do muro é o caracol. (*)


(*) Arthur,
 "Explico o acréscimo, ao seu texto, do provérbio: Quem conhece a sujidade do muro é o caracol - O último voo do flamingo - Mia Couto

A tarefa da "Gincana do NAP" , relacionada com "Roda de Leitura era escrever um pequeno texto sobre a roda ou sobre os livros lidos na roda.
Como nem todos os participantes da gincana eram integrantes da roda e não conheciam sua dinâmica, dentro do Grupo 1, sob minha coordenação, sugeri que lessem meu texto: A vida é um beijo doce em boca amarga e escolhessem, na listagem de provérbios ou crenças, um ou uma bem sugestivo (a) e que, a partir de sua interpretação, produzissem um pequeno texto.
Assim, indiretamente, haveria oportunidade de o participante da Gincana estar falando de algo relacionado com as atividades ou produções da Roda de Leitura, sem ser, necessariamente, um integrante do grupo.
Todos os textos que escrevi, eu os relacionei com um provérbio. Para dar o exemplo.
O texto da Elza foi produzido a partir de uma crença africana que ela relacionou com uma crença do seu contexto familiar. E ficou bem interessante.

Quando escolhi o provérbio acima, para finalizar seu texto, licença poética, estava pensando:
- Somente Arthur, esse "caracol", facilitador da roda, poderia falar, no bom sentido, é claro, das "sujidades do nosso muro", da nossa história. Porque você conhece a "Roda de Leitura" como ninguém e é o grande responsável pela seu giro contínuo." Lea Schmidt


 Confira mais sobre a Roda de Leitura


ENTREVISTANDO ARTHUR LOBATO, FACILITADOR DA RODA DE LEITURA DO SINJUS

RODA DE LEITURA: EMBARQUE NESSA VIAGEM


Publicado em: http://www.sinjus.com.br



Jornal do SITRAEMG - Especial DSTCAM - Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral - Terceira Edição Ano VI





quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Projetos apoiados pelo SERJUSMIG são sancionados pelo Governador



Minas Gerais na luta pela saúde do trabalhador focando o combate ao assédio moral no ambiente de trabalho tem mais duas leis sancionadas pelo governador Fernando Pimentel.


Foram publicadas no Diário do Executivo dos dias 16/12 e 17/12, respectivamente, as sanções do governador Fernando Pimentel da Lei Estadual 22.404, de 15/12/16, que instituiu a Semana Estadual de Conscientização e Prevenção à Pratica de Assédio Moral no âmbito do Estado de Minas Gerais, na Administração Pública direta e indireta dos três poderes, e a Lei 22.416, de 16/12/2016, que institui a Semana Estadual de Conscientização, Prevenção e Combate às Condutas Antissindicais no âmbito do Poder Público.


As iniciativas foram da Comissão de Articulação e Acesso ao CNJ da OAB/MG, SERJUSMIG, Sindifisco/MG e Sindalemg.

As semanas entrarão no Calendário Oficial Anual do Estado de Minas Gerais na segunda semana de março de cada ano.

“Nossa comissão idealizou e concebeu os PLs, agora convertidos em Leis. Entregamos os textos dos projetos e das justificativas e o deputado estadual Rogério Correia, em regime de sensibilidade e devotamento com o movimento sindical, apresentou os projetos na ALMG”, relata o advogado Humberto Lucchesi de Carvalho, presidente da Comissão de Articulação e Acesso ao Conselho Nacional de Justiça da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Minas Gerais e advogado do SERJUSMIG. “Essa é uma vitória da postura cidadã da nossa Comissão de Articulação e Acesso ao CNJ da OAB/MG, do Serjusmig, do Sindifisco/MG e do Sindalemg, razão pela qual agradeço o voto de confiança e apoio de todos envolvidos”, comenta Lucchesi.

Outros projetos elaborados pela Comissão da OAB/MG, em parceira e com o apoio do SERJUSMIG, Sindifisco/MG e Sindalemg, também deverão ser aprovados pela ALMG, dentre eles: "Semana Estadual de Combate ao Suicídio" e "Semana Estadual de Conscientização, Fomento, Estímulo ao Tratamento Adequado de Soluções de Conflito de Interesses Sociais com Incentivo de Utilização dos Métodos Alternativos e Consensuais no Âmbito do Poder Judiciário".