domingo, 22 de março de 2015

III Congresso Iberoamericano Sobre Acoso Laboral e Institucional


Resultado da Enquete no site do SINJUS-MG



Como combater o absenteísmo no TJ?

Quase 48% dos servidores do TJMG e do TJMMG acreditam que combater preventivamente o assédio moral poderia ser uma ferramenta para identificar e corrigir o problema do absenteísmo no Tribunal ocasionado também por doenças mentais, comportamentais ou osteomusculares. Esse foi o resultado da enquete realizada pelo SINJUS-MG por meio do nosso site, que contou com a participação de 802 servidores. Outras respostas para a enquete seriam fazer uma pesquisa sobre clima organizacional nos setores (23,8%), retornar com as atividades de qualidade de vida e prevenção da saúde (22,6%), melhorar as atividades da ginástica laboral (11,2%) e fazer campanhas sistemáticas sobre os riscos do mau uso do computador (8,61%). O SINJUS-MG possui desde 2007 uma Comissão de Assédio Moral que visa o combate a esse mal também no TJMG e TJMMG. Além disso, o Sindicato conta com um canal eletrônico de denúncias e um plantão de atendimento às vítimas de assédio. 

Saiba mais em sinjus.org.br 

Publicado em Expressão Sinjus EDIÇÃO 229, Janeiro/Fevereiro



XVI Encontro de Delegados SERJUSMIG


Um quadro de saúde preocupante

Estudo elaborado pelo TJMG revela uma alarmante realidade: em 2013, cerca de 7 mil Servidores adoeceram ou entraram em licença-saúde

Os números impressionam: só em 2013 foram 17.429 licenças, que representaram quase 150 mil dias de afastamento dos Servidores da 1a Instância. Esses dados alarmantes são resultado de uma pesquisa realizada pelo próprio TJMG.
Diante disso, a presidente do SERJUSMIG, Sandra Silvestrini, criticou a inércia do Tribunal em solucionar esse problema “Esta questão vem se agravando e nada de concreto tem sido feito. Até o CNJ tem se debruçado sobre a precariedade da Justiça de 1o grau. Em estudos que realizou, o
Conselho constatou que o problema está na falta de investimento dos Tribunais, que sempre priorizam as demandas da 2a Instância. Assistimos à Servidores sacrificados, pedindo socorro e nenhuma mudança efetiva acontece. Sem vontade política nada mudará. E é para provocar mudanças que estamos na linha de frente, denunciando e cobrando melhorias.”



Para tentar remediar esse problema, no mês de outubro o SERJUSMIG apresentou ao presidente do TJMG um projeto de pesquisa que será realizado por renomados profissionais e custeado pelo Sindicato, com a finalidade de traçar um diagnóstico da saúde e das condições de trabalho dos Servidores da Justiça de 1a Instância de Minas Gerais. “Nosso objetivo é identificar os fatores desencadeadores desses adoecimentos e, assim, conseguir adotar medidas capazes de sanar esse quadro”, ressaltou Rui Viana, vice-presidente do SERJUSMIG.

O presidente do TJMG manifestou apoio à iniciativa do Sindicato e delegou ao interlocutor e superinten- dente-adjunto, des. Manoel dos Reis Morais, a tarefa de garantir que os pesquisadores tenham acesso às informações necessárias para a realização do estudo.

Absenteísmo, assédio moral e lutas sindicais

A tarde do dia 7 começou com uma palestra motivacional, ministrada pelo educador e consultor em qualidade de vida Júlio Machado, sobre o tema “Aprenda a ter mais controle emocional”. Júlio alertou os Servidores para a necessidade de dedicar mais tempo a questões particulares, a cuidar da saúde física e mental, desfrutar de momentos de lazer e interação com os familiares e aprender a não depositar toda a sua felicidade nas questões materiais.

Em seguida, a mesa “Absenteísmo por licença saúde no TJMG” trouxe como palestrante a médica do Trabalho do TJMG e do Tribunal Regional do Trabalho 3a Região, Ciwannyr Machado de Assunção, que expôs resultados de uma ampla pesquisa sobre o absenteísmo por doença no TJMG. Segundo ela, é alta a taxa de absenteísmo dos magistrados e Servidores, sendo esta maior na 1a Instância. A pesquisa também aponta que, das dez doenças que mais provocam afastamentos, cinco estão relacionadas a transtornos mentais, enquanto as demais estão vinculadas a doenças respiratórias, ortopédicas e pós-operatórias. “A média anual de crescimento dos pedidos de afastamento está em 6,6%”, afirma Ciwannyr.


Arthur Lobato discorreu sobre o assédio moral como fator de adoecimento



Na sequência, a palestra “O assédio moral como fator de adoecimento” veio complementar a exposição anterior, pois as consequências do assédio moral estão diretamente relacionadas ao adoecimento do Servidor. É o que analisou Arthur Lobato, membro da Comissão de Combate ao Assédio Moral do SERJUSMIG.






Para encerrar o dia, a presidente do SERJUSMIG, Sandra Silvestrini, traçou o resumo das lutas do Sindicato e esclareceu os principais questionamentos dos Servidores.  


Fonte: http://www.serjusmig.org.br

terça-feira, 17 de março de 2015

SEMINÁRIO DE PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS CRP SP




Apresentação
Seminário de Psicologia e Políticas Públicas
Data: 24, 25, 26 e 27 de março de 2015
Horário: 19h às 21h30 (todos os dias)
Local: Câmara Municipal de São Paulo
Endereço: Viaduto Jacareí, 100, Centro, São Paulo/SP

Entrada gratuita

A psicologia não esteve apartada do processo de elaboração e implantação de políticas públicas que se intensificou no Brasil nas últimas décadas.

Posicionou-se ativa e criticamente, na luta intransigente pela justiça social e pelo combate às violações aos direitos humanos. Na construção cotidiana dessas políticas, revisitou referências e produziu transformações importantes para responder de forma qualificada ética e tecnicamente às necessidades da população brasileira.

Na conjuntura atual, vivemos a necessidade de seguir avançando em relação à efetiva e completa implementação de políticas publicas, ao mesmo tempo em que resistimos diariamente aos retrocessos e ameaças que se apresentam como projeto em disputa nesse momento histórico.

Em São Paulo esse cenário é especialmente preocupante e complexo e exige de nós diálogo, aprofundamento de debates e militância na construção conjunta de diretrizes para a luta e o combate às resistências e retrocessos hoje anunciados.

Visando contribuir com esse processo, a Psicologia, por meio do CRP SP, dando continuidade ao seu compromisso histórico com a defesa das políticas públicas, convida as/os psicólogas/os, os demais profissionais que conosco dividem espaços de atuação profissional em políticas públicas, movimentos sociais, gestores e usuários dos serviços, a população em geral, para o Seminário de Psicologia e Políticas Públicas.
Informações:
Departamento de Eventos do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo - CRP 06
Tel.: 11 - 3061.9494, ramais 334, 336, 337, 355, 356 e 357
E-mail: eventos03@crpsp.org.br 
Serviço
Data: 24, 25, 26 e 27 de março de 2015 (de terça a sexta-feira), das 19h Às 21h30 (todos os dias)
Local: Câmara Municipal de São Paulo
Endereço: Viaduto Jacareí, 100, Centro, São Paulo/SP
Mais informações: www.crpsp.org.br/psipoliticaspublicas
CRP SP


Programação



Datas: 24, 25, 26 e 27 de março de 2015
Horário: 19h às 21h30
Local: Câmara Municipal de São Paulo
Endereço: Viaduto Jacareí, 100, Centro, São Paulo, SP

Importante: Sua reserva será garantida até as 19h00

Entrada gratuita


24/03/2015

19h às 21h30 Psicologia e sistema de justiça: participação e compromisso social


Coordenador: Guilherme Luz Fenerich - Conselheiro do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo - CRP SP.

Daniel Serra Azul Guimarães - Promotor de Justiça da cidade de São Paulo. Atualmente exerce a função de coordenador dos cursos realizados pelo CEAF-ESMP. Mestre e doutorando em Direito. Tem atuação nas áreas de defesa do patrimônio público e urbanismo.

Marília Marra de Almeida - Bacharel, Psicóloga e Mestre pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Atuou como Psicóloga no Centro de Atendimento Multidisciplinar (CAM) da Defensoria Pública, onde atualmente, compõe a Assessoria Técnica Psicossocial, coordenando o trabalho dos CAMs de todo o estado de São Paulo.



25/03/2015

19h às 21h30 Formar para ação: Os desafios para Psicologia em Políticas Públicas


Coordenador: Bruno Ferrari Emerich - Psicólogo. Doutorando em Saúde Coletiva (UNICAMP). Professor de Psicologia da Universidade São Francisco (USF). Supervisor da Residência Multiprofissional em Saúde Mental (UNICAMP). Membro no Núcleo de Formação do CRP SP.

Disete Devera - Graduação, Licenciatura e Mestrado em Psicologia pela UNESP - Assis. Atualmente é psicóloga e psicanalista em Rio Claro e Piracicaba, e Professora da UNIMEP. Atua nos temas: saúde mental, saúde coletiva, atenção psicossocial, reforma psiquiátrica e políticas públicas.

Maria da Graça Marchina Gonçalves - Possui graduação em Psicologia e mestrado e doutorado em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmenteé assistente doutor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.



26/03/2015

19h às 21h30 A Trabalhadora Psicóloga: conquistar direitos para promover mudanças


Coordenadora: Sandra Elena Spósito - Conselheira do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo - CRP SP.

Andréia De Conto Garbin - Possui graduação em Psicologia e Direito, mestrado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo.
Doutoranda pela Faculdade de Saúde Pública da USP. Tem experiência na área de Psicologia Social, com ênfase em Saúde do Trabalhador.

Arthur Lobato Magalhães Filho - Psicólogo, há mais de 10 anos desenvolve projetos de saúde do trabalhador em parceria com sindicatos. Coordenador do Plantão de Atendimento às Vítimas de Assédio Moral.

Fernanda Magano - Diretora Tesoureira do Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Paulo. Diretora Presidente da FENAPSI - CUT, Federação Nacional dos Psicólogos. Psicóloga no NOC Núcleo de Observação Criminológica da Coordenadoria de Saúde da Secretária de Administração Penitenciária. Membro do Conselho Nacional de Saúde segmento Trabalhadores.



27/03/2015

19h às 21h30 Falta de água, impactos na subjetividade humana e as responsabilidades das Políticas Públicas


Coordenador: Joari Aparecido Soares de Carvalho - Conselheiro do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo - CRP SP.

Mary Jane Paris Spink - Possui graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo e doutorado em Psicologia Social - University of London. Atualmente é professora titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Social.

Angela Elizabeth Lapa Coelho - Graduada em Psicologia e Mestrado em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba. Doutorado e pós-doutorado em Psicologia Social - University of Manitoba, Canadá. Coordenadora do Curso de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ), em João Pessoa, PB e membro da Comissão Ampliada de Psicologia das Emergências e Desastres do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Claudia Visoni - Jornalista, ambientalista, conselheira do meio ambiente na subprefeitura de Pinheiros, participante de movimentos de agroecologia e agricultura urbana, ativista em prol do manejo sustentável da água, apoiadora da Aliança Pela Água, uma das fundadoras do movimento Cisterna Já..



segunda-feira, 16 de março de 2015

25º SINJUS Debate



06/03/2015 - 20:00
Saúde da Mulher: SINJUS Debate discute saúde da servidora do TJMG






Na sexta-feira, 6/3, o SINJUS-MG continua a série de homenagens a você, servidora, pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado dia 8/3. Na reportagem de hoje, você vai conferir a cobertura do 25º SINJUS Debate, promovido pelo programa SINJUS + Saúde, e que teve como tema “Saúde da mulher – como está sua saúde, servidora?”. O evento foi realizado no dia 4/3 no auditório da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), que ficou lotado.

Participaram do debate, o Dr. Júlio César Rocha Nunes, médico de família da Unimed BH; o psicólogo e especialista em assédio moral, Arthur Lobato, e a enfermeira da Gerência de Saúde no Trabalho do TJMG (Gersat), Mikelle Alexandra Ferreira Bagno. A diretora de Aposentados e Pensionistas do SINJUS-MG, Viviane Callazans, coordenou a mesa e a diretora de Imprensa e Comunicação, Sônia Aparecida de Souza, moderou o debate. A Deputada Estadual Marília Campos (PT) também marcou presença.

O coordenador-geral do SINJUS-MG, Wagner Ferreira, abriu o evento falando sobre a origem do Dia Internacional da Mulher, que surgiu de um movimento grevista. Na época, operárias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque reivindicaram melhores condições de trabalho, entre elas a redução na carga diária de trabalho. “O contexto é bem atual, já que lutamos no TJ contra o aumento da jornada, um direito social essencial para as mulheres”, ressaltou.

Depois a diretora Viviane deu as boas-vindas às servidoras e convidou os palestrantes para compor a mesa. A diretora falou da questão da saúde no ambiente de trabalho ser um tema recorrente e fazer parte das lutas e da Pauta Prioritária do SINJUS-MG, e da importância de se envelhecer e aposentar com qualidade de vida. “Por vezes a mulher só é lembrada no Dia Internacional da Mulher, mas somos guerreiras natas, precisamos ser lembradas sempre”, disse.

A diretora Sônia Aparecida de Souza falou em seguida e lembrou que o Corpo Judiciário é formado em maioria por mulheres. “Devemos muito às mulheres do passado que enfrentaram muitos desafios para que hoje nós sejamos tratadas com igualdade de direitos e tenhamos liberdade para discutir assuntos como esse hoje. Que a gente continue fazendo história e transformando o mundo, para que ele seja cada vez mais justo”.

Palestrantes

O primeiro a palestrar foi o Dr. Júlio César Rocha Nunes, que falou sobre a importância de se estar saudável para conquistar os nossos sonhos e realizações. Segundo o médico, por mais que a ciência evolua, o ser humano tem reclamado muito de estar se sentido cansado, doente, improdutivo e não adianta apenas ir ao médico. “Precisamos entender que saúde vai muito mais além do que ter um corpo em funcionamento. A saúde também é cuidar da família, ter convívio social”, explicou.

Durante o evento, o especialista também falou da necessidade de organizar um ambiente de trabalho saudável, do estímulo negativo do capitalismo que faz as pessoas se sentirem completas apenas com padrões de consumo e de comportamento, além da importância de se permitir sentir tristeza para valorizar os momentos bons, já que os maus momentos nos fortalecem.

Em seguida, a enfermeira da Gersat, Mikelle Alexandra Ferreira Bagno, apontou que no Tribunal, as mulheres representam 66% dos servidores, cerca de 2.034 pessoas, e como é necessário discutir a saúde feminina no trabalho, porque existem diferenças em relação ao homem e certas peculiaridades. “A mulher contemporânea concilia o trabalho doméstico com o profissional, busca por aperfeiçoamento e capacitação como forma de ascender na carreira, mas ainda enfrenta preconceito com seus problemas de saúde”, explicou.

A enfermeira falou sobre as ações do TJ direcionadas para a saúde da mulher, entre elas a distribuição da cartilha com as principais doenças que acometam elas, as campanhas educativas e de vacinação, além do acompanhamento das gestantes.

A Deputada Estadual Marília Campos (PT) também fez um discurso sobre os avanços relacionados à proteção da mulher como a Lei Maria da Penha e o Projeto de Lei aprovado nessa semana que depende agora da sanção da presidente Dilma Rousseff. A proposição classifica como crime hediondo assassinato de mulher. A deputada falou ainda que, apesar das conquistas, na ALMG, por exemplo, as mulheres são apenas 7 contra 70 homens. “É preciso aumentar a participação da mulher na política. Por isso queremos comemorar o dia 8 de março pedindo por uma reforma política que traga novas regras que favoreçam isso”, afirmou.

Depois foi a vez do psicólogo e especialista em assédio moral, Arthur Lobato, falar sobre a saúde da mulher no ambiente de trabalho. Segundo ele, a mulher está em boa parte do mercado de trabalho, mas ainda ganha menos e é desvalorizada. No TJ, os cargos de chefia, de poder, são quase ocupados somente por homens. “As novas exigências que a mulher enfrenta no trabalho também geram novas patologias. Dela é cobrado mais rapidez com resultados, metas e produtividade, o que resulta em maior desgaste físico, mental e emocional”.



Arthur também falou dos desafios que as mulheres enfrentam no trabalho, entre eles o assédio moral e sexual. “O assédio moral muitas vezes acontece após a negação do assédio sexual ou após o término de um envolvimento afetivo com algum colega ou chefe”. Outro problema é quando a mulher é discriminada por estar grávida, aí surge o sentimento de culpa. O especialista afirmou que é necessário mudar a cultura, porque aí sim vai haver o respeito à mulher e o reconhecimento da sua diversidade.

Em seguida, foi aberta a rodada de perguntas para a plateia, quando as servidoras puderam esclarecer suas dúvidas sobre o tema. Ao final do debate, a diretora Sônia Aparecida de Souza agradeceu a presença dos palestrantes e das servidoras.

Certificado

As servidoras inscritas no debate receberão um certificado. O documento estará disponível para retirada na sede do SINJUS-MG a partir do dia 9/3. Informações pelo telefone (31) 3213-5247.

Publicado em: http://www.sinjus.org.br













































sexta-feira, 6 de março de 2015

A organização do trabalho e o adoecer do trabalhador


A organização do trabalho e o adoecer do trabalhador

Os dados do INSS sobre o adoecer e as mortes no trabalho, na iniciativa privada, são alarmantes: em 2012 foram mais de 700 mil acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Cerca de três mil trabalhadores morrem no Brasil todos os anos. Entre as causas destes acidentes estão o mobiliário inadequado, o ritmo acelerado, o assédio moral, a cobrança exagerada e o desrespeito a diversos direitos. Todavia, estes números podem ser maiores, pois estas informações são subnotificadas e não incluem quem trabalha na informalidade e no serviço público, onde se desconhece a relação saúde/adoecer/morte em função do trabalho.
 
Nos últimos anos, o serviço público adotou métodos de gestão oriundos da inciativa privada, envolvendo principalmente metas e produtividade, de maneira autoritária, sem a escuta e o saber do servidor, aquele que realiza o trabalho. Por isso, é importante realizar ações sindicais em prol da saúde do servidor, reforçando o projeto “saúde do trabalhador”, ou seja, “incorporar a categoria trabalho como determinante do processo saúde/doença”, a qual é a base da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e do Núcleo de Saúde Sindical do Sinjus-MG.
 
Edith Seligmann Silva, psiquiatra, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo desenvolve sistematicamente pesquisas e estudos sobre a questão da saúde mental no trabalho. Ela conclui que: “nos atuais processos de precarização, com respeito aos impactos na saúde mental, podemos destacar os seguintes aspectos e mecanismos: intensificação do trabalho, associado muitas vezes ao prolongamento de jornadas, aumento das cargas de trabalho, especialmente das cargas de  trabalho mental (inteligência + esfera  dos afetos), com advento de níveis crescentes de fadiga geral e mental,  os quais podem culminar em esgotamento profissional (burnout) ou outros agravos.
 
Ela destaca que outro fator que leva ao adoecer são “as pressões  hierárquicas  voltadas  às metas  de maximizar  vantagens competitivas e  lucros, o que provoca  geração de ansiedade,  que se acentua com a percepção do próprio cansaço, o que provoca  aumento do  medo de “não dar conta do trabalho e perder o emprego”. A pesquisadora conclui que “as situações de trabalho podem atuar desencadeando crises mentais agudas, neuróticas e psicóticas”.
 
Entre as preocupações com a saúde do servidores, chama a atenção o aumento de transtornos mentais e emocionais, conforme pesquisa do próprio TJMG, aumento que pode ter relação com o trabalho.
 
Para analisar a relação entre o adoecer e a organização do trabalho, é necessário estudar, pesquisar, debater, e principalmente, escutar o servidor, aquele que faz o trabalho, para juntos, profissionais de saúde, dirigentes do SINJUS e categoria, possamos elaborar uma política de prevenção/intervenção em prol da saúde do trabalhador. Para isso, são necessárias  pesquisas, cruzamento de dados para a construção de um material que aponte os problemas que levam ao  adoecer, entendendo sua raiz, que perpassa a organização do trabalho.
 
Assim, a saúde do servidor assume a importância de uma luta política conjunta entre sindicatos, federação e tribunais, pois, segundo reportagem de Edilene Cordeiroda Agência CNJ de Notícias, o próprio CNJ instituiu grupo de trabalho para avaliar a saúde de magistrados e servidores (11/04/2014). O Conselheiro Rubens Curado – Juiz Auxiliar da Presidência do CNJ, e Coordenador do Grupo de Trabalho Saúde dos Magistrados e Servidores, afirma: a preocupação com a saúde física e emocional de magistrados e servidores está no centro do plano estratégico do Poder Judiciário, porque está intimamente ligada à gestão de pessoas, à qualidade de vida e de trabalho e, consequentemente, ao bom desempenho da instituição.
Em 2015, o Sinjus continuará sua política em prol da saúde do servidor e da servidora, e em breve, serão divulgadas as datas dos  encontros com os servidores, para uma  “roda de conversas” sobre o trabalho e sua relação com o processo de saúde e adoecer.
 Leia aqui outros artigos do autor.

Publicado em: http://sinjus.com.br