quinta-feira, 27 de outubro de 2016

SITRAEMG convida os filiados para o “Seminário de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral”


Inscreva-se já! Evento será realizado nos dias 4 e 5 de novembro, no Hotel Normandy, em Belo Horizonte.


O SITRAEMG, por meio do seu Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM), realizará nos dias 4 e 5 de novembro, no Hotel Normandy (Rua Tamoios, 212, Centro, Belo Horizonte), o seu “1º Seminário de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral”.
A programação ainda não foi concluída. Porém, já estão confirmados, como palestrantes, renomados especialistas na questão da saúde do trabalhador e/ou combate ao assédio moral: os psicólogos Márcio Roberto Santim da Silva, fundador do IAPPF (Instituto Autônomo de Pesquisas Psicofilsóficas) e também servidor do TRT da 15ª Região; Mariana Cristina, militante do Movimento Estadual da Luta Antimanicomial, o NEMLA, do Rio de Janeiro; Carlos Eduardo Carrusca Vieira, consultor e professor da Faculdade de Psicologia da PUC/Minas; e Roberto Heloani, professor titular e pesquisador da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (SP), membro fundador do site assediomoral.org.br; além de Arthur Lobato, coordenador técnico do Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral. Também já está confirmado o médico Rogério Dornelles, do Rio Grande do Sul, que já realizou pesquisa sobre as condições de saúde e trabalho dos servidores do Judiciário Federal daquele estado.
Os filiados do SITRAEMG interessados em participar já podem fazer a inscrição, pelos telefones (31) 4501-1500 ou 0800.283.4302, com a funcionária Danúbia, ou por este site.
Filiados do SITRAEMG que moram no interior terão garantida a hospedagem, assim como o ressarcimento das despesas de transporte para o deslocamento, mediante o encaminhamento posterior da nota fiscal de abastecimento do veículo (reembolso do valor equivalente a 1 litro para cada 10 km rodados) ou do voucher da passagem de ônibus. Nesse caso, deverão entrar em contato com o Sindicato previamente, também pelos telefones (31)4501-1500 ou 0800.283-4302 (falar com Danúbia).
Currículos dos palestrantes
Marcio Roberto Santim da Silva, nascido na cidade de Tietê, estado de São Paulo, em 1972. Possui graduação em Psicologia (2000) pela Universidade Metodista de Piracicaba; Mestrado em Psicologia Social (2004) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; Doutorado em Psicologia Social (2008) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Pós-graduando (lato sensu) em Direito do Trabalho pela Universidade Cândido Mendes. É funcionário público federal no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, desde 1994.
Palestrante sobre temas referentes à Psicologia, entre eles: Relações entre ócio e trabalho e Gestão de pessoas: transparência e qualidade de vida nas organizações judiciárias, ambos promovidos pelo CSJT (Conselho Superior da Justiça do Trabalho). Fundador do IAPPF (Instituto Autônomo de Pesquisas Psicofilsóficas).
Rogério Dornelles, médico, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1986. Especializado em Medicina do Trabalho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1989. Pesquisas, do ano 2002 a 2012, sobre as condições de saúde e trabalho dos servidores do Judiciário Federal do Rio Grande do Sul, em associação com o Centro de Documentação e Pesquisa (CEDOP)/UFRGS, sob orientação do Prof. Álvaro Merlo. Aulas ministradas no curso de especialização em Medicina do Trabalho/UFRGS. Membro da equipe de professores do Curso de Perícias Judiciais de Periculosidade, Insalubridade e Laudos Técnicos promovidos pela Associação Mineira de Engenharia de Segurança de Minas Gerais – AMES.
Mariana Cristina é psicóloga, militante do MNLA – Movimento Estadual da Luta Antimanicomial, do NEMLA RJ- Núcleo Estadual da Luta Antimanicomial e Fórum de Trabalhadores da Saúde Mental do Rio de Janeiro. Atualmente coordena o Serviço Residencial Terapêutico do Caps Clarice Lispector, serviço substitutivo aos manicômios que visa à reinserção social de pessoas com histórico de longa institucionalização. Pós- Graduação em Psicanálise e Saúde Mental, UERJ. Tema de pesquisa “Os desafios da clínica psicanalítica com crianças surdas”. Março/ 2009 – Dez/ 2010. Superior Completo – Faculdade de Psicologia – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. Concluído em 2008. Especialização curricular: Intervenções Clínico-Educacionais junto à criança e o adolescente: constituição da subjetividade e da cidadania. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo- PUC-SP. Fev/2008 – Dez/2008. Especialização extracurricular: Clínica psicológica com crianças e adolescentes que apresentam distúrbios de comunicação e linguagem. Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios de Comunicação PUC-SP, DERDIC.  Fev/2007 – Dez/2008.
ARTHUR LOBATO é Psicólogo. Atua principalmente nos temas: Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral. É consultor na área de saúde e combate ao Assédio Moral no Trabalho nos sindicatos de trabalhadores da justiça de Minas Gerais, SINJUS-MG, SERJUSMIG, SITRAEMG e no Plantão Sindical de Atendimento às Vítimas de Assédio Moral. Coordenador da Comissão de Combate ao Assédio Moral de sindicatos de servidores da justiça de Minas Gerais, SINJUS- SERJUSMIG e do Plantão Sindical de Atendimento às Vítimas de Assédio Moral, desde 2007. Coordenador do Departamento Saúde e Combate ao Assédio Moral dos Servidores da Justiça Federal, SITRAEMG. Ministrou curso de Combate ao assédio moral na AJURIS – Escola Superior da Magistratura para juízes e desembargadores do Rio Grande do Sul. Sócio colaborador da ANAMT – Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Participou de Congressos Internacionais sobre Assédio Moral no Brasil, Argentina, México. Colaborador na redação do projeto da Lei Complementar 116/2011 – combate ao assédio moral no serviço público do Estado de Minas Gerais. Responsável pelo blog:http://assediomoralesaudenotrabalho.blogspot.com.br/.
Carlos Eduardo Carrusca Vieira, doutorado e Mestrado em Psicologia pela UFMG. Psicólogo, Consultor e Professor da Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Autor dos livros “Traumas no Trabalho: uma nova leitura do Transtorno de Estresse Pós-traumático”, “O cotidiano dos vigilantes: trabalho, saúde e adoecimento”, “Assédio: do moral ao psicossocial – desvendando os enigmas da organização do trabalho” e de artigos científicos no campo da Psicologia do Trabalho e da Saúde Mental e Trabalho.
Tema da palestra: “Traumas psicológicos no Trabalho e os Primeiros Socorros Psicológicos” ou “Traumas psicológicos no contexto laboral”.
ROBERTO HELOANI, pós-doutorado em Comunicação pela USP e Livre- Docente em Teoria das Organizações pela UNICAMP, Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (1980) e em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1982). Mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas – SP (1985), Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1991). Atualmente e? Professor Titular e pesquisador da Faculdade de Educação da Universidade Esta- dual de Campinas, na área de Gestão, Saúde e Subjetividade. Professor conveniado junto a? Universite? de Nanterre (Paris X). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia do Trabalho, Saúde no Trabalho, psicodinâmica do Trabalho. Membro fundador do site www.assediomoral.org Atua principal- mente nos seguintes temas: Ética no Trabalho; Assédio Moral e Sexual e na área da Saúde no e do Trabalho.

Um processo por Assédio Moral a cada 55 horas






Fonte: Correio Braziliense

terça-feira, 18 de outubro de 2016

TJ-SP faz recomendação para evitar assédio moral entre juízes e servidores











O Tribunal de Justiça de São Paulo publicou na terça-feira (11/10) uma recomendação para que juízes e chefes de unidades administrativas e cartorárias acabem com práticas de assédio moral na corte e “zelem pelo exercício do trabalho em condições de respeito, urbanidade e equilíbrio”.
O texto foi assinado pelo presidente do tribunal, desembargador Paulo Dimas Mascaretti, “considerando a existência de denúncias concernentes à prática de assédio moral no âmbito de trabalho (...), por meio de comentários indevidos, gracejos, constrangimentos e humilhações, de forma reiterada e frequente”.
Mascaretti afirma que quem comete esse tipo de prática pode receber pena de advertência, suspensão ou demissão, conforme a Lei Estadual 12.250/2006, e ainda responder por ato de improbidade administrativa, como já reconheceu o Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial 1.286.466.
Clique aqui para ler o comunicado.
Fonte: ConJur
Publicado em: 

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Trabalho, desgaste mental e a importância das pausas na atividade laboral

Trabalho, desgaste mental e a importância das pausas na atividade laboral

 O trabalho no mundo contemporâneo ocupa cada vez mais nosso tempo. Hoje, praticamente vivemos em função do trabalho, pois as novas tecnologias, a internet,  permitem que o trabalho seja realizado até mesmo fora do ambiente do trabalho, como é o caso do home office. Mensagens de e-mail e whatssapp são enviadas depois da jornada de trabalho e muitas vezes nas folgas e fins de semana. Isso gera estresse, pois o trabalho invade a vida pessoal e o direito ao descanso. Por outro lado, a mudança radical que se esta implementado no serviço público, com a aplicação das técnicas gerênciais da iniciativa privada, com o foco na produtividade e cumprimento de metas, agravou ainda mais a questão da saúde mental e do desgaste psíquico e emocional dos servidores públicos, pois há um aumento da carga de trabalho e da intensidade do ritmo do trabalho.

Segundo Edith Seligmann-Silva, pesquisadora, médica com doutorado em medicina preventiva pela USP  “ a carga de trabalho representa o conjunto de esforços desenvolvidos para atender às exigências das tarefas. Este conceito abrange os esforços físicos e os mentais, que por sua vez compreendem os cognitivos e os psicoafetivos (mobilização de sentimentos, controle emocional). Estes últimos constituem a carga psíquica.” O desgaste mental acontece quando a carga psíquica  é maior que a capacidade do trabalhador executar sua (sobre) carga de trabalho. Para a autora “Os componentes da carga psíquica podem ser constituídos pelos mais variados sentimentos — medo, repugnância, raiva, vergonha, ou resultam ainda do sentimento de impotência e/ou fracasso na realização das próprias expectativas de desempenho”.

Percebo nos atendimentos psicológicos que realizo no Sinjus/MG, nos debates após palestras e nas rodas de conversa esta sensação do trabalhador de que por mais que se esforce o servidor ou servidora não consegue dar conta do trabalho, e por isso, a autocobrança, internalização do medo de não dar conta, e da culpa, o que leva a sentimentos de ser incapaz, incompetente, ou seja, transferindo uma questão que é da organização do trabalho para si, trabalhador,  em vez de questionar se as metas impostas são possíveis, e que a produtividade tem de ser do grupo, pois pessoas são diferentes.

Além disso, quando direitos como data base, plano de carreira, auxilio saúde não são negociados entre a direção do tribunal e o Sinjus/MG — sindicato que representa a categoria—, temos mais um fator que gera ansiedade e  desmotivação. Sabemos que, neste caso, a luta é coletiva e o estado de greve a única arma do trabalhador, para pressionar a instituição, sob a liderança da direção do sindicato, o qual atua  a partir das deliberações dos servidores  nas assembleias.

Frente a esta série de questões, a força do coletivo tem que prevalecer. Mas, o que cada servidor pode fazer para evitar o desgaste psíquico  provocado pelo trabalho?

Neste artigo, focaremos a importância das pausas e que a prevenção a saúde seja uma luta de cada servidor, pois já esta provado, que sem pausas na digitação, a probabilidade do trabalhador desenvolver lesões por esforço repetitivo e doenças osteomusculares (Ler dort) é maior, do que se o mesmo fizer a ginástica laboral, praticar as pausas como forma de prevenção ao adoecimento.

Todos os estudos e pesquisas apontam para a necessidade de parar a digitação por 10 minutos a cada 50 minutos, no entanto o trabalhador faz isso? A resposta é não.  Por que? Um dos motivos é que os métodos gerenciais atuais querem transformar o ser humano em uma máquina. Se o servidor para, interrompe seu trabalho, para  fazer as pausas, as próprias chefias, não apoiam esta atitude que é de prevenção ao adoecimento e diminuição do desgaste psíquico,  que vai inclusive aumentar a produtividade.

A ginástica laboral  também não é bem aceita por chefias que acham que esta atividade não é necessária e que atrapalha o andamento do trabalho, como se as pessoas fizessem ginástica laboral para fugir do trabalho, quando na realidade a ginástica laboral, auxilia o trabalhador, evita seu afastamento como conseqüência do excesso de atividades sem pausas.

Com relação a ficar em frente a um monitor de computador as pesquisas apontam para a necessidade de tirar o foco da tela a cada 50 minutos, olhar para longe, para que o nervo ótico não fique irritado ou com ardência, nem com a vista “embaralhada”, sem foco no que esta escrito na tela do computador. A recomendação é sair de frente da tela do computador e olhar para objetos a longa distancia, inclusive olhar pela janela, seria uma “ginástica” para o globo ocular  mas se o trabalhador faz isso a chefia já chega repreendendo, sem perceber que estas pequenas atitudes são em prol  da prevenção da saúde deste servidor, o que vai diminuir o absenteísmo e aumentar a produtividade.

Alertamos, portanto,  que o desgaste mental causado pela sobrecarga de trabalho, a ausência de pausas na digitação e a necessidade de deslocar o olhar do computador de tempos em tempos é uma NECESSIDADE, e, que a estas pequenas atitudes são uma forma de prevenir a saúde do servidor e diminuir o adoecimento e consequentemente o absenteísmo, ou seja, ausência do trabalho por motivo de saúde, o que gera  por outro lado uma sobrecarga de trabalho para o grupo, pois não há substituições, logo o serviço será feito por quem está trabalhando.

As recentes mudanças no judiciário mineiro, como o aumento da jornada para oito horas, a implementação do PJE (processo judicial eletrônico), com pouco treinamento e a ausência de simulação para um melhor aprendizado, já são fatores que aumentam a carga e a intensidade do trabalho, com seus reflexos no corpo, mente e emoções.

Neste momento tenso, de possíveis perdas de direitos conquistados com muita luta, que os servidores do TJMG vivenciam, cuidar de sua saúde é um dever e para isso cada servidor deve ser ousado e exercer seu direito às pausas, pois os gestores devem entender que esta pequena atitude é benéfica ao servidor e tem relação direta com a produtividade e com o adoecer do trabalhador. O Sinjus esta elaborando uma cartilha sobre virtualização do trabalho  suas consequências sobre a saúde do servidor, com uma série de dicas de como trabalhar sem adoecer. As pausas são um pequeno exemplo de como é importante uma mudança nesta organização do trabalho, humanizando as relações, melhorando assim o clima organizacional. Entretanto, sem a participação dos servidores, chefias e magistrados neste processo, o adoecer no judiciário tomará índices ainda mais alarmantes e com o servidor adoecido, não se tem produtividade, nem celeridade,  tampouco cumprimento das metas.

Pelo direito de trabalhar sem adoecer, esta é uma luta que começa com a prevenção, com atitudes pequenas como as relatadas acima, mas que devem ser respeitadas e apoiadas pelas chefias e pela instituição.

PUBLICADO EM: http://www.sinjus.com.br

Comissão de combate ao Assédio Moral do TJMG tem nova composição



Os novos integrantes da comissão formada para combater o assédio moral no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) reuniram-se dia 26/9, no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Eles foram designados pela Portaria 3.443/PR/2016, de 30 de agosto. Para ocupar a cadeira do SINJUS, foi indicado o diretor administrativo, Felipe Rodrigues.

A comissão paritária e multidisciplinar de estudos, prevenção e recebimento de reclamações acerca do assédio moral no trabalho tem o objetivo de receber e processar queixas, bem como definir ações para diminuir e prevenir o assédio moral no âmbito do TJMG. A implantação dela se deu em 2012, graças às insistentes reivindicações, negociações e lutas travadas pelo SINJUS-MG em favor do cumprimento da Lei Complementar 116/2011 pelo Tribunal. A atuação do SINJUS e os trabalhos desenvolvidos com seus diversos parceiros têm sido referência internacional, inclusive com a participação de dirigentes e seus assessores em congressos dentro e fora do Brasil.

A Comissão do TJMG reúne-se mensalmente e é composta por quatro magistrados e quatro servidores, sendo um lotado na Gerência de Saúde no Trabalho (Gersat) – médico, dentista, psicólogo ou assistente social – e outros três indicados por representantes sindicais das categorias.

Foram indicados e designados pelo presidente do TJMG, desembargador Herbert Carneiro, as juízas Maria Luiza de Andrade Rangel Pires, que presidirá os trabalhos da comissão, Maria Isabel Fleck, Cláudia Costa Cruz Teixeira Fontes e Riza Aparecida Nery.

Representando os servidores, além do diretor do SINJUS-MG, Antônio Costa dos Santos Júnior (reconduzido), indicado pelo Sindicato dos Servidores da Justiça de Primeira Instância do Estado de Minas Gerais (Serjusmig), e Rafaela Duarte Vieira, indicada pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça Avaliadores do Estado de Minas Gerais (Sindojus). A servidora Etna Barbieri Marques (reconduzida), cirurgiã-dentista lotada na Coordenação de Qualidade de Vida no Trabalho (Covit), também foi designada para integrar a comissão.

Na reunião do último dia 26, a juíza Soraya Hassan Baz Láuar, ex-presidente da Comissão, apresentou os trabalhos lá desenvolvidos, redistribuiu as duas reclamações ainda em andamento e sugeriu ações de divulgação e prevenção da prática do assédio moral no TJMG.

Permaneça conectado ao site do SINJUS (www.sinjus.org.br) e veja, em breve, entrevista com o nosso representante na Comissão. Você saberá melhor em quais casos pode procurar à Comissão, em quais deve procurar os Sindicatos e outros detalhes quanto ao tema, que ainda é muito pouco debatido pelos servidores, e pode ser de grande valia para a defesa de um abuso ou má conduta no ambiente de trabalho.



Comissão SINJUS-SERJUSMIG

Os Sindicatos SINJUS-MG e Serjusmig também possuem, desde 2007, uma Comissão de Combate e Prevenção ao Assédio Moral, que funciona como um grupo de trabalho, fazendo intervenções nos núcleos de saúde, perícia e escola do Judiciário. Além dos plantões da Comissão Sindical, o Núcleo de Saúde do SINJUS, passou a oferecer atendimento regular, feito por especialista, na sede do Sindicato.


Então, atenção! Focando na relação trabalho/adoecimento e trabalho/sofrimento, está disponibilizado um espaço clínico para atendimento psicológico individual no SINJUS-MG - aClínica do Trabalho, com o psicólogo Arthur Lobato


O agendamento para atendimento individual aos filiados será toda segunda-feira, entre 10h30 e 18h30, pelo telefone (31) 3123-5247.

Fonte: SINJUS, com informações do TJMG

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PUBLICADO EM: http://www.sinjus.com.br/

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A importância das pausas na jornada de trabalho


Por Arthur Lobato, responsável técnico pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM) do SITRAEMG

A política de prevenção à saúde do servidor e magistrado do Judiciário Federal em Minas está em mais uma etapa de sua consolidação no Estado – a criação dos comitês regionais que vão elaborar políticas de prevenção à saúde de servidores e magistrados, buscando diminuir o número de adoecimentos na instituição. O SITRAEMG participa do Comitê Gestor do TRT-MG e participou da primeira reunião do Comitê Gestor do TRE. Na Justiça Federal de Minas, o Comitê Gestor Local foi criado em Brasília, sede do Tribunal Regional Federal 1ª Região-TRF1, que tem Minas Gerais sob sua jurisdição.
O Departamento de Saúde e Combate ao Assédio Moral do SITRAEMG tem proposto algumas parcerias com a direção local, buscando, assim, unificar esforços para que as orientações e benefícios sejam para os servidores de todos os tribunais. Esses comitês são fruto da Resolução 207/15, do CNJ, que institui a Política de Atenção Integral à Saúde do Servidor e Magistrado (PAISSM). O trabalho realizado pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assedio Moral (DSTCAM) do SITRAEMG entra neste processo como uma interface em prol da saúde dos servidores. Confluência de saberes, esta é a nossa proposta, o saber institucional e o saber do trabalhador em busca de soluções preventivas em prol da saúde do servidor e servidora.
O SITRAEMG encampa a saúde enquanto luta política, focando o combate ao assédio moral, em defesa do resgate da honra, da dignidade e da saúde do assediado. Em pouco mais de 1 ano e meio, o DSTCAM participou de oito encontros regionais, em diversas comarcas de Minas. Levamos a discussão sobre o assédio moral através de palestras, debates, rodas de conversa. Participamos de seminários e congressos cuja temática é a saúde do trabalhador. Estivemos na caravana rumo a Brasília, protestando, debatendo, ouvindo a categoria, ficamos juntos no sol do planalto central, ao som das vuvuzelas, até o anoitecer. Também foram realizadas rodas de conversa em Belo Horizonte e atendimentos individuais psicológicos, focando a clínica do trabalho, além da  análise de casos enviados por e-mail. Para maior informação da categoria sobre a temática saúde do trabalhador, publicamos artigos, impressos, temos um link no site do SITRAEMG com mais informações e participação do servidor ou servidora. Para não conflitar com uma série de eventos que serão realizados pelos tribunais federais em prol da saúde do servidor, o SITRAEMG realizará um seminário sobre saúde do trabalhador, nos dia 4 e 5 de novembro, na sede do Sindicato. Estas são algumas de nossas ações em prol da saúde como prevenção. além disso, o SITRAEMG oferece uma série de convênios de saúde e de lazer para os servidores.
Nosso projeto é elaborado, pensado e estratégias de ação são realizadas, focando a temática saúde do trabalhador com ações a partir do saber e da demanda dos trabalhadores do judiciário federal, afinal, são vocês que fazem o serviço e as contribuições para os comitês gestores dos tribunais devem passar pelo olhar do trabalhador, aquele que executa o serviço, e que pode apresentar soluções práticas em prol da prevenção da saúde, visando diminuir o estresse, melhorar os relacionamentos interpessoais, criando um ambiente de trabalho saudável.
Agora vamos analisar o porquê da necessidade de uma política de prevenção, e como pequenas atitudes podem diminuir o desgaste mental e físico causados pelo trabalho.
O comitê gestor do TRT foi o primeiro a ser criado em Minas. Portanto, é o que se encontra mais adiantado, tanto em reuniões como em ações. Foi publicado, em parceria com o SITRAEMG, um folheto do TRT-MG sobre o Comitê Gestor Local de Atenção Integral à Saúde dos servidores e magistrados do Tribunal. Pretendemos disponibilizá-lo no nosso site, pois apresenta duas páginas que são importantes para todos os servidores e magistrados — as ilustrações, passo a passo —, para uma boa postura e a importância das pausas na digitação por 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, além de ressaltar a necessidade do alongamento e de mudar de posição. O próprio TRT tem a Instrução Normativa nº 10, de 19/10/2012, focando as pausas tanto na digitação quanto no uso do processo eletrônico judicial. Mas, será que em um tribunal que possui a instrução normativa, estas medidas em prol da prevenção da saúde são cumpridas?
Diversos estudos e pesquisas apontam para a necessidade de parar a digitação por 10 minutos a cada 50 minutos. No entanto, o trabalhador faz isso? A resposta é não. Por quê? Um dos motivos é que os métodos gerenciais atuais querem transformar o ser humano em uma máquina. Se o servidor para, interrompe seu trabalho para fazer as pausas, as próprias chefias não apoiam esta atitude que é de prevenção ao adoecimento e diminuição do desgaste psíquico, o que vai, inclusive, aumentar a produtividade.
A ginástica laboral também não é bem aceita por chefias que acham que esta atividade não é necessária e que atrapalha o andamento do trabalho, como se as pessoas fizessem ginástica laboral para fugir do trabalho, quando, na realidade a ginástica laboral auxilia o trabalhador, evita seu afastamento como consequência do excesso de atividades sem pausas.
Com relação a ficar em frente a um monitor de computador, as pesquisas apontam para a necessidade de tirar o foco da tela a cada 50 minutos, olhar para longe, para que o nervo ótico não fique irritado ou com ardência, nem com a vista “embaralhada”, sem foco no que está escrito na tela do computador. A recomendação é sair de frente da tela do computador e olhar para objetos a longa distância, inclusive olhar pela janela. Seria uma “ginástica” para o globo ocular, mas, se o trabalhador faz isso, a chefia já chega repreendendo, sem perceber que essas pequenas atitudes são em prol  da prevenção da saúde deste servidor, o que vai diminuir o absenteísmo e aumentar a produtividade.
Segundo Edith Seligmann-Silva, pesquisadora, médica com doutorado em medicina preventiva pela USP , “a carga de trabalho representa o conjunto de esforços desenvolvidos para atender às exigências das tarefas. Este conceito abrange os esforços físicos e os mentais, que por sua vez compreendem os cognitivos e os psicoafetivos (mobilização de sentimentos, controle emocional). Estes últimos constituem a carga psíquica.” O desgaste mental acontece quando a carga psíquica é maior que a capacidade do trabalhador executar sua (sobre)carga de trabalho. Para a autora, “Os componentes da carga psíquica podem ser constituídos pelos mais variados sentimentos — medo, repugnância, raiva, vergonha, ou resultam ainda do sentimento de impotência e/ou fracasso na realização das próprias expectativas de desempenho”.
Alertamos, portanto,  que o desgaste mental causado pela sobrecarga de trabalho, a ausência de pausas na digitação e a necessidade de deslocar o olhar do computador de tempos em tempos é uma NECESSIDADE, e, que a estas pequenas atitudes são uma forma de prevenir a saúde do servidor e diminuir o adoecimento e consequentemente o absenteísmo, ou seja, ausência do trabalho por motivo de saúde, o que gera  por outro lado uma sobrecarga de trabalho para o grupo, pois não há substituições, logo o serviço será feito por quem está trabalhando.
Num momento de possíveis perdas de direitos conquistados com muita luta, que os servidores do judiciário federal vivenciam, cuidar de sua saúde é um dever, mas também uma ação política dentro da organização do trabalho, sensibilizando colegas e chefias da necessidade dessas atitudes. Para isso, cada servidor deve ser ousado e procurar o Sindicato, como base de apoio. No trabalho, exercer seu direito às pausas, pois os gestores devem entender que essa pequena atitude é benéfica ao servidor e tem relação direta com a produtividade e com a prevenção de doenças do trabalhador. As pausas são um pequeno exemplo de como é importante a mudança na organização do trabalho, humanizando as relações, melhorando assim o clima organizacional. Entretanto, sem a participação dos servidores, chefias e magistrados neste processo, o adoecer no Judiciário tomará índices ainda mais alarmantes, e com o servidor adoecido, não existe produtividade, celeridade ou cumprimento de metas.
Pelo direito de trabalhar sem adoecer, esta é uma luta que começa com a prevenção, com atitudes pequenas como as relatadas acima, mas que devem ser respeitadas e apoiadas pelas chefias e pela instituição.
Arthur Lobato é psicólogo/saúde do trabalhador, responsável pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM) do SITRAEMG.