quinta-feira, 25 de junho de 2015

ATENÇÃO!



ÚLTIMA DATA PARA SUBMISSÃO DE TRABALHOS: 

06 DE JULHO DE 2015.


Aproveite esta oportunidade para compartilhar seus conhecimentos e relatar suas experiências acerca do assédio moral no ambiente de trabalho.
O III Congreso Iberoamericano sobre Acoso Laboral e Institucional & IV Seminário Catarinense de Prevenção ao Assédio Moral no Trabalho será realizado nos dias 8 à 11 de Outubro em Florianópolis, Santa Catarina.
Estão abertas as inscrições gratuitas:http://iberoacosolaboral2015.ufsc.br/inscricao/
Qualquer dúvida, entrar em contato com: iberoacosolaboral2015@gmail.com

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Planejamento Estratégico do TJMG 2015-2020

16/06/2015 - 18:00

Publicado em: 
http://www.sinjus.com.br
 *Arthur Lobato 
Vivemos em uma sociedade informatizada em que o controle de dados é cada vez mais rápido devido aos avanços da informática. No entanto, a transparência e divulgação de dados não é uma realidade na sociedade brasileira.
No mundo do trabalho, demissões são efetivadas a partir de comentários em redes sociais, o que demonstra uma vigilância da vida privada, um controle excessivo sobre o que pensa e sente o trabalhador. A demissão é a marca deste “vigiar e punir”. Parece que a transparência dos dados que circulam na internet só é divulgada quando há a intenção de prejudicar o trabalhador.
 
Da mesma forma, quando se faz um planejamento estratégico, com metas, produtividade, avaliação de desempenho somente dos subordinados e não das chefias, além de não haver participação dos trabalhadores neste planejamento, tampouco participação da entidade sindical representativa. Mais uma vez aquele que executa o trabalho não participa de decisões que vão influir diretamente em sua atividade laboral, e, só fica sabendo quando as decisões já foram tomadas e publicadas.
 
Analisando o Painel do Planejamento Estratégico, (clique aqui) e o Glossário dos Macro desafios do TJMG 2015-2020 (clique aqui), é necessário fazer uma análise crítica para reflexão destes documentos.
 
Atualmente, duas grandes modificações na organização do trabalho do TJMG estão sendo efetuadas: a implementação do Processo judicial eletrônico, o aumento da jornada de seis para oito horas, os quais terão impactos diretos sobre a saúde do servidor. Por outro lado, pesquisas internas da instituição revelam o alto índice de absenteísmo, principalmente por causa de transtornos mentais e distúrbios osteomusculares. O sofrimento mental pode estar ligado ao aumento da carga de trabalho e da intensidade do ritmo de trabalho, autoritarismo das chefias, assédio moral, entre outros fatores. Já os distúrbios osteomusculares podem estar ligados à ausência de ergonomia, (mesas e cadeiras adequadas a cada indivíduo, pausas na digitação, etc.), ou seja, a atual realidade do trabalho no TJMG é produzir mais em menos tempo, sob pressão e vigilância, e, principalmente: SEM ERRAR.
 
Se a atual organização do trabalho gera este índice de adoecimento, o adoecer pode ser maior, pois não entram nas estatísticas, aqueles servidores adoecidos que trabalham mesmo com atestado médico no bolso (presenteismo), com medo de revelar fraqueza, pois o trabalho é símbolo de virilidade e o adoecer de fraqueza. Assim, a tendência é de que o aumento da jornada e a implantação do PJE, aumente o índice de absenteísmo.
 
Portanto, localizamos a principal contradição do Planejamento estratégico: não escutar os trabalhadores para focar as melhorias das condições de trabalho, como por exemplo adaptar à nova realidade do trabalho (PJE) com a ergonomia e os impactos sobre o corpo/mente/emoções de quem trabalha, fixar um percentual de metas e produtividade de acordo com a possibilidade de executá-la com o número de servidores existentes, em vez de estipular METAS INACESSIVEIS.
 
Os estudiosos do trabalho no mundo globalizado, apontam que a falta de reconhecimento do trabalho executado, a não valorização das ideias dos trabalhadores, causam desmotivação, apatia e consequentemente queda de produtividade. Some-se a isso, a luta sindical em prol dos direitos dos servidores, como a data base, reajustes salariais, promoção vertical, impedir descontos dos dias parados da greve de 2011, que revelam uma verdadeira luta de classes entre a direção da Instituição e os servidores.
 
Com o provável aumento do absenteísmo e consequente diminuição do quadro de servidores, como cumprir a metas contidas no Anexo II do Planejamento estratégico 2015. (clique aqui).
 
Os processo internos, sob a perspectiva “Sociedade”, na realidade terão mais impacto sobre o ritmo e intensidade da carga de trabalho, como revelam algumas metas em destaque:
 
* Identificar e julgar até 31/12/2015, pelo menos, 70% das ações de improbidade administrativa e das ações penais relacionadas a crimes contra a administração pública, distribuídas até 31/12/2012 (Meta 4 do CNJ).
 
* Julgar quantidade maior de processos de conhecimento do que os distribuídos no ano corrente (Meta 1 do CNJ).
 
* Identificar e julgar até 31/12/2015, pelo menos, 80% dos processos distribuídos até 31/12/2011, no 1º grau, e até 31/12/2012, no 2º grau, e 100% dos processos distribuídos até 31/12/2012, nos Juizados Especiais e nas Turmas Recursais Estaduais (Meta 2 do CNJ).
 
* Identificar e julgar, até 31/12/2015, as ações coletivas distribuídasaté 31/12/2013 no 2º grau (Meta 6 do CNJ).
* Julgar os processos em até 90 dias (2º Grau).
 
* Implantar o PJe nas 22 Comarcas de Entrância Especial na competência cível.
 
* Aumentar o número de acordos dos CEJUS em 10% em relação às sentenças homologatórias proferidas nas unidades jurisdicionais correlatas (Meta 3 do CNJ).
 
* identificar e monitorar 100% do acervo dos processos dos maiores litigantes e dos recursos repetitivos no 2º Grau (Meta 7 do CNJ).
 
* Reduzir para 86% a taxa de congestionamento dos processos relativos às ações de execução fiscal municipal;
 
* Reduzir para 86% a taxa de congestionamento dos processos relativos às ações de execução cível;
 
* Reduzir em 50% o número de processos criminais com sentença de prescrição da pretensão punitiva (não retroativa).
 
O percentual de metas fixados parece absurdo diante da realidade descrita neste artigo.
Cabe as perguntas:
 
* Como fazer para cumprir estas metas?
* Quais os impactos sobre a saúde do servidor?
* Existe pessoal suficiente para que este trabalho seja realizado?
* Que fator motivacional terão os servidores e servidoras para execução destas metas?
* Qual critério usado como índice de metas/produtividade, que são altíssimos? Ex 70%, 80%, 86%, 100%.
Servidor e servidora analise os documentos do Planejamento estratégico do TJMG e envie sua avaliação, para que possamos fazer uma discussão mais profunda em uma roda de conversa, uma das metodologias do Núcleo de Saúde Sindical do Sinjus MG.
 
Envie sua contribuição para o Sinjus-MG.
 
 

terça-feira, 16 de junho de 2015

Metade dos brasileiros já sofreu assédio no trabalho, aponta pesquisa



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Thinkstock
Pesquisa indica que assédio é comum em empresas brasileiras, mas apenas uma minoria o denuncia
Mariana teve um fax esfregado em seu rosto pela chefe. Adriana foi chamada várias vezes à sala do gerente para que ele falasse de "seus sentimentos" para ela. Luiza resistiu às investidas do supervisor e ouviu que ele "poderia acabar com sua carreira". Marcela foi apalpada pelo dono do bar onde trabalhava. Gustavo recorreu ao psiquiatra por causa da pressão excessiva de seu gerente.
Ao buscar relatos de profissionais que tenham sofrido assédio no trabalho, a reportagem ouviu uma dezena de pessoas sempre sob a condição de que seu nome e da empresa não fossem revelados. A quantidade e velocidade com que os depoimentos surgiram indicam que este é um problema comum no mercado brasileiro, como aponta uma pesquisa feita pelo site Vagas.com e publicada com exclusividade pela BBC Brasil.
Dos 4.975 profissionais de todas as regiões do país ouvidos no fim de maio, 52% disseram ter sido vítimas de assédio sexual ou moral. E, entre quem não passou por esta situação, 34% já presenciaram algum episódio de abuso.
"Sofri assédio em diversas empresas", diz Mariana, de 30 anos. A primeira foi quando era estagiária. Até hoje, Mariana lembra de como a chefe ficou furiosa quando ela não encontrou o fax que estava caído atrás de uma mesa. Mariana diz que este episódio foi apenas um de uma série. "Ela me tratava muito mal durante toda a semana e, na sexta-feira, me dava um presente para compensar."
Em outro emprego, ela e os colegas tinham de lidar com os frequentes gritos do acionista da empresa: "Viu quanta formiga tem no chão? É de tanto doce que você está fazendo!". Também era comum ouvir pelo telefone que ela tinha 30 segundos para descobrir o que estava ruim em seus relatórios, seguido por uma contagem regressiva: "30, 29, 28...".
No caso mais recente, Mariana trabalhava em uma grande empresa farmacêutica, sob um executivo conhecido por pressionar sua equipe e, assim, conseguir bons resultados. "Ouvi de um colega: 'Não posso mais te elogiar. Seu chefe não gosta. Diz que você vai virar estrela'." Ela conta que saía de reuniões chorando "ao menos uma vez por semana". Tinha sua performance elogiada na avaliação anual, mas recebia do chefe um péssimo retorno em particular. "Ele era inteligente. Não fazia nada em público. Preferia me minar e me diminuir psicologicamente."
Após quatro anos e fazendo terapia por causa do trabalho, Mariana decidiu mudar de emprego. "Quando ia trabalhar, tinha dor de estômago e ânsia de vômito. Pensei em virar dona de casa para não passar mais por isso. Tenho medo dele até hoje. No tempo que trabalhei para ele, a equipe toda mudou. Só ele ficou."

'Você precisa saber de meus sentimentos'

O Vagas.com enviou o questionário para 70 mil profissionais de sua base de dados, escolhidos entre os que tinham atualizado seu currículo nos seis meses anteriores e tinham ao menos um emprego em seu histórico.
O assédio moral foi definido como "ser motivo de piadas e chacotas, ofensas, agressões verbais ou gritos constantes, gerando humilhação ou constrangimento individual ou coletivo", enquanto o assédio sexual trazia como definição "receber investidas com tom sexual - cantadas, olhares abusivos, propostas indecorosas".
Nos resultados, o assédio moral foi identificado como o tipo de abuso mais comum, apontado por 47,3% dos profissionais que responderam a pesquisa, enquanto 9,7% disseram ter sofrido assédio sexual. Entre os entrevistados, 48% disseram não ter sofrido assédio. Alguns entrevistados declararam ter sofrido os dois tipos de assédio.
Mas os resultados mostram que, enquanto o assédio moral foi relatado em proporções semelhantes por homens (48%) e mulheres (52%), o sexual é quatro vezes mais comum entre elas: 80% das pessoas que disseram ter sido vítimas de abuso são do sexo feminino.
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Adriana, de 32 anos, foi pega de surpresa pelo assédio sexual, após trabalhar por dez anos para o mesmo chefe, a quem considerava um mentor, na área de tecnologia de uma grande empresa do setor de petróleo e combustível. "Preciso falar dos meus sentimentos por você", disse ele ao chamá-la em sua sala. Segundo Adriana, foi apenas a primeira vez.
"Ele continuou mesmo eu deixando claro que não tinha interesse. Ele me chamava, e eu não tinha como negar, porque poderia ser sobre trabalho. Mas, quando eu chegava, ele fechava a porta e falava que queria me comprar uma joia, me levar para almoçar", diz Adriana, que diz ter suportado a situação por dois anos. "Chorava muito de raiva. Fui para a terapia, fazia massagem, tomava floral, tudo para me acalmar. Chegou a um ponto em que me via fugindo dele. Só acabou quando ele se aposentou."
No entanto, assim como 87,5% das vítimas ouvidas pela pesquisa, Adriana não denunciou seu assediador. "Tinha medo. Não possuía provas, e ele era responsável por me promover ou me mandar embora. Também não confiava no RH. Havia muitos casos de assédio na empresa. E, quando foram denunciados, o RH disse que não podia fazer nada. E a vida da pessoa virou um inferno."
Adriana ainda ficou mais dois anos na empresa após a aposentadoria do chefe. Acabou se desligando e mudando de profissão. Hoje, é terapeuta corporal. "Não queria mais ter chefe."
Entre os receios mais comuns entre as vítimas de assédio que não o denunciaram, estão perder o emprego (39%) e sofrer represália (31,6%). Não se trata de um medo infundado, pois, entre os que denunciaram, 20,1% afirmaram terem sido demitidos e 17,6% disseram ter sofrido algum tipo de perseguição.

Exceção

Neste contexto, Gustavo foi exceção. Ele diz que, após quase um ano sendo "perseguido" por seu supervisor, decidiu abrir um processo contra a multinacional do setor aéreo para a qual trabalhou por quatro anos.
Gustavo conta que o comportamento de seu gerente mudou depois de ele levar ao setor de RH da sede da companhia, nos Estados Unidos, sua insatisfação com o plano de carreira da subsidiária brasileira. "Quando ele descobriu, passou a querer minha cabeça", diz Gustavo.
"Começou a me chamar com frequência na sua sala para explicar pequenos atrasos e horas extras, algo que nunca tinha feito. Como todos os funcionários trabalhavam numa mesma sala, as pessoas começaram me perguntar o que estava acontecendo. Algumas até se afastaram de mim para não virarem um alvo também."
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Assédio sexual é mais comum entre mulheres, mas 20% dos homens disseram ter sofrido este abuso
Gustavo diz que seu chefe também passou a sobrecarregá-lo de trabalho ou encarregá-lo de tarefas que ele não sentia ser capaz de cumprir com a qualidade esperada, como abrir uma nova área da empresa. "Quando o questionei sobre isso, ele me disse ironicamente: 'Mas você não queria crescer profissionalmente?'", diz Gustavo. "Passei a ter problemas de saúde e a beber bastante. Fui medicado por um psiquiatra, porque não conseguia mais dormir direito."
Em agosto do ano passado, Gustavo decidiu deixar a companhia e abrir um processo contra ela. A primeira audiência será em novembro. "Soube que meu ex-chefe foi afastado por um mês e depois voltou completamente mudado."
É um desfecho bastante comum nos casos de assédio que são denunciados, segundo o estudo da Vagas.com: 74,6% dos profissionais que denunciaram o abuso disseram que o assediador permaneceu na empresa.

Problema comum

Para os organizadores do estudo, o alto índice de respostas mostra que este é um assunto urgente no mercado profissional brasileiro. Dos 70 mil questionários enviados para os cadastros no site, 7% participaram, bem acima da média de 0,5% registrada em outras pesquisas. Destes, 98% responderam a todas as perguntas.
"Isso mostra que muitas pessoas são impactadas pelo assédio no trabalho ou têm algo para contar", diz Sylvia Fernandez, que coordenou a realização do pesquisa. "Infelizmente, é um problema bastante comum. Os profissionais querem que isso seja debatido e que haja consequências, mas ainda predomina a sensação de impunidade."
José Carlos Wahle, sócio da área trabalhista do Veirano Advogados, enxerga uma melhora nesta questão no mercado brasileiro nos últimos anos, devido à maior presença de multinacionais no país e à internacionalização de companhias brasileiras.
"Esta maior presença de grandes empresas, que têm ações em bolsa e prezam por sua imagem, levou a uma maior adoção de bons valores corporativos e um aumento do número de companhias que determinam padrões de conduta e orientam seus funcionários quanto a este tipo de comportamento", afirma Wahle.
"Também há uma maior percepção por parte dos funcionários em relação a seus direitos. Antes, havia problemas mais urgentes, como o trabalho escravo. Hoje, nosso mercado está mais maduro, o que nos permite discutir o assédio. Isso não quer dizer que é algo raro nem que está perto de acabar. Vem melhorando, mas ainda há um abismo entre a realidade e como deveria ser."

Publicado em: http://www.bbc.com/

domingo, 14 de junho de 2015

Projeto define oito tipos de bullying que devem ser evitados na escola

Projeto aprovado no Senado e em discussão na Câmara dos Deputados cria o Programa de Combate à Intimidação Sistemática. A proposta define oito tipos de bullying que devem ser evitados no ambiente escolar. O objetivo do programa não é punir, mas criar uma cultura de paz nas escolas. Veja no vídeo de animação, produzido pela Agência Senado, o que poderá ser considerado bullying.
 

Jornal da Cultura debate assédio moral

Transmitido ao vivo em 2 de jun de 2015

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Aumento de jornada, PJE e a saúde do servidor








Vivemos um momento perigoso no mundo do trabalho já que os direitos dos trabalhadores estão sendo cada vez mais atacados por uma política neoliberal. Um exemplo desta política é o PL 4330/2004, referente às terceirizações. Sabemos que mudanças podem ser feitas neste projeto, de forma que o serviço público também sofra as consequências deste modelo de relação de trabalho. 
Uma das características do neoliberalismo, segundo a escritora canadense Naomi Klein, é o estado mínimo, “uma das obsessões da escola de Chicago”. Para o economista norte-americano Milton Friedman, o maior representante intelectual do neoliberalismo, o estado deve diminuir cada vez mais sua intervenção na economia, e diminuir substancialmente o número de servidores públicos, para “enxugar” a máquina estatal. Friedman desenvolveu seu projeto neoliberal com apoio da ditadura de Pinochet, no Chile, orientou Regan e Thatcher, desmantelando o estado do bem estar social,  esteve na Rússia após o colapso do regime comunista, quando surgiram os grandes capitalistas russos, e também assessorou os chineses, hoje uma nação capitalista comandada pelo partido, que se mantém no poder há décadas. Enfim, o neoliberalismo é uma realidade global. 
Enquanto  os movimentos de trabalhadores lutam há anos pela redução da jornada semanal de 44 para 40 horas, em uma decisão autoritária, com o apoio da corte de desembargadores, o TJMG, representado por seu presidente aumentou a jornada dos servidores de 6 para 8 horas, decisão aprovada por unanimidade.
Os protestos dos sindicatos foram em vão, e em manifestações públicas, até mesmo ameaças de prisão foram feitas a dirigente sindicais, caracterizando o autoritarismo da atual gestão do TJMG, onde a inexistência de diálogo agrava cada vez mais as condições de trabalho e saúde dos servidores.
O SINJUS-MG orienta os servidores a não aceitar esta proposta. Por outro lado, os servidores estão sendo pressionados a aceitar a nova jornada. Assim, é possível que oassédio moral institucional seja um modo de se conseguir a adesão dos trabalhadores, o que pode causar um conflito psíquico, pois quem fez a opção pelo serviço público conta com as vantagens da estabilidade e da jornada de 6 horas de forma que possa ter um tempo livre para estudos, lazer e família. Caso ocorra coerção, pressão para aceitar a jornada de 8 horas, reaja, procure o sindicato, denuncie!
Os estudos de absenteísmo realizados pelo TJMG já apresentam um alto índice de afastamentos para uma jornada de 6 horas, mas, além do aumento da jornada, outras mudanças na organização do trabalho estão em andamento, como o PJE (Processo Judicial Eletrônico)
Novas tecnologias e o PJE
A implantação de um nova metodologia de trabalho através do Processo Judicial Eletrônico, além de intensificar o ritmo de trabalho, leva a uma preocupação, pois, estudos realizados em tribunais onde foi implantado o PJE, constataram aumento de uma série de doenças laborais, pelo uso excessivo do computador, como indicam os dados de pesquisa realizada pelo médico Rogério Dornelles e sua equipe no Sintrajufe/RS, com os servidores do Judiciário Federal do Rio Grande do Sul, no período de setembro de 2011 a janeiro de 2012.  O resultado demonstra que, quanto maior o tempo de exposição ao processo no meio eletrônico (e-PROC, no caso da pesquisa), piores são os indicadores de saúde, seja físico ou mental. Os principais sintomas são aumento da dor, ardência e ressecamento dos olhos, visão embaralhada, desfocada e cansaço. Aumento das dores no pescoço, costas, ombro e pernas e aumento em 32% dos transtornos psíquicos. Os pesquisadores ressaltam a falta de planejamento para esta nova metodologia, a  ausência de ergonomia adequada, e tampouco foi elaborado  pela instituição um “plano de prevenção ao adoecimento gerado pela intensificação do trabalho".
Uma das metas do Núcleo de Saúde do Servidor é a elaboração de uma cartilha preventiva sobre a relação saúde/adoecer do servidor e o PJE. Breve faremos reuniões onde a participação dos servidores e servidoras será essencial para se debater esses e outros temas como o home office, a ser abordado no próximo artigo.


Publicado em: http://www.sinjus.com.br/

Curso sobre “Concepção e Prática Sindical”, para filiados do SITRAEMG


“A luta é de direito contra direito. Greve é a formalização da luta, da disputa”, afirma professor em curso sobre “Concepção e Prática Sindical”, para filiados do SITRAEMG

Postado em: 31/05/2015
Dentro da parceria firmada com o Instituto Latino-Americano de Estudos Socio-Econômicos (Ilaese), o SITRAEMG já havia oferecido aos seus filiados, em dezembro passado, por ocasião de reunião do seu Conselho Deliberativo (Diretoria Executiva + Diretores de Base), o curso sobre Organização por Local de Trabalho (OLT). Mais uma vez ministrado pelo professor Gustavo Machado, e pela mesma parceria, nesse sábado, 30, os filiados puderam participar, na sede do Sindicato, do curso sobre Concepção e Prática Sindical.
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Filiados, coordenadores e funcionários se confraternizam ao final do curso – Fotos: Gil Carlos
O curso foi dividido em duas etapas. No período da manhã, Gustavo Machado apresentou um histórico geral do movimento sindical no Brasil. Segundo ele, com o uso da mão de obra escrava até quase o final do século XIX, o sindicalismo no País começou a engatinhar somente a partir do início do século XX. Foi introduzido pelos imigrantes, sobretudo europeus que, fugindo da miséria de países do Velho Continente, aqui chegavam trazendo na bagagem a experiência de um sindicalismo bastante combativo mas ainda desorganizado, construído com base na filosofia anarquista. Os imigrantes começaram trabalhando no campo, mas com o início da atividade industrial, ainda que incipiente, como o tempo migraram para as zonas urbanas para atuar também neste setor.
Predominou então no Brasil, entre 1900 e 1930, o anarco-sindicalismo, caracterizado por total liberdade, democracia plena (sem direção e destaque de lideranças) e uso direto do recurso da greve, sem espaço para negociação, para solução das demandas trabalhistas. Graças a essa força de luta, deram-se nesse período as greves mais duradouras (greve geral de 1917 a 1920, por exemplo) e as primeiras e expressivas vitórias da classe trabalhadora brasileira (estabilidade no emprego após 10 anos de empresa, direito que foi abolido nos anos 1970; lei de férias – de 15 dias; caixas de aposentadoria; limites ao trabalho infantil etc). Para garantir segurança às empresas estrangeiras que pretendiam investir no Brasil, Getúlio Vargas, ao assumir a presidência da República, na década de 1930, procurou logo “frear” o ímpeto dos trabalhadores, organizando os direitos conquistadas pela classe no período anarquista em um conjunto de leis que ganharia o nome de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e legalizando e mantendo sob seu controle os sindicatos, lançando à clandestinidade os sindicatos que se recusavam a aceitar a nova filosofia, inaugurando aí o que passou a ser conhecido como “sindicalismo amarelo” ou o popular “peleguismo”, sustentado no chamado “tripé da burocratização” (imposto sindical: dinheiro garantido, independentemente da atuação; unicidade sindical: ausência de concorrência; e falta de representação sindical: ausência de representação por local de trabalho e número fixo de diretores independentemente do tamanho da base), que predominou até o início dos anos 1960. A atividade sindical se distenderia ao longo de quase todo o período da Ditadura Militar (1964-1985), sendo retomada com força total a partir dos anos de 1978/1979, com as grandes greves do ABC paulista, que destacariam a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva e provocariam a criação do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Essa foi a chamada fase do “Novo Sindicalismo”, que duraria até o final da década de 1980, quanto o PT começou a eleger seus primeiros representantes para cargos mais significativos nos Legislativos e Executivos. Predominou, ainda no início dos anos 1990, o chamado sindicalismo “propositivo” ou “cidadão”. Já no final dos 1990, início dos anos 2000, antes mesmo da eleição de Lula para a Presidência da República e depois que o PT assumiu o poder, inaugurou-se a fase do sindicalismo no Brasil que, segundo Gustavo Machado, lançou o desafio à classe trabalhadora de buscar novas caminhos no sentido de resgatar a força do sindicalismo experimentado nos anos 1980.
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O coordenador do Sindicato Célio Izidoro dá as boas vindas ao participante e reforça a convocação de todos os colegas para a reunião do “comando de mobilização” desta segunda-feira, 1º, e o “apagão” dos dias 2 e 3, pela revisão salarial
Na segunda fase do curso, no período da tarde, Gustavo Machado passou a debater com os participantes sobre alguns itens que o Ilaese defende como “princípios do sindicalismo de classe”, que são seis: independência de classe (a independência só se realiza na luta contra o patrão e o governo); mobilização e luta em primeiro lugar (deve ser priorizada a luta direta, mantendo-se a mobilização mesmo na fase de negociação e utilizando a Justiça do Trabalho apenas como acessório, em último caso); democracia de base (passar o poder de decisões para a base); autonomia frente aos partidos políticos (as preferências partidárias dos dirigentes sindicais não devem interferir nas decisões da categoria, que devem ficar a cargo das assembleias e do consenso das diretorias, a partir do debate democrático); colocar toda a estrutura sindical a serviço das OLTs – Organização por Local de Trabalho (fortalecer a organização por locais de trabalho e formação de lideranças desses  locais, como é o caso dos diretores de base, entre os servidores do Judiciário Federal em Minas), internacionalismo proletário (deve-se fortalecer a união com entidades sindicais de outros países, já que a organização patronal também é globalizada). Para reforçar ainda mais a discussão, Gustavo apresentou também várias questões para ouvir a opinião dos servidores sobre cada uma: Qual a diferença entre um sindicato democrático e um anti-democrático?; O sindicato toma decisões melhores ou piores quando é democrático?; Mas e quando a categoria toma uma decisão errada na assembleia?; O que fazer quando a empresa ou o Estado tem muita influência sobre os trabalhadores?; Qual a relação entre “Independência de Classe” e “Democracia Operária”?; Tem algum problema se algum diretor do Sindicato defende posições que sejam a de seu partido ou movimento político?; Militantes partidários devem ser expulsos do sindicato? Tem algum problema se algum diretor do Sindicato defende posições que sejam a de seu partido ou movimento político?; Retirada de direitos ou vitórias do movimento sindical em outros países, tem alguma influência sobre a situação dos trabalhadores brasileiros? Por quê?.
“A luta (entre patrões e empregados) é de direito contra direito. Greve é a formalização da luta, da disputa”, opinou o professor do Ilaese, no encerramento do curso.
Participaram do curso, além de filiados do Sindicato, os coordenadores Célio Izidoro e Henrique Olegário Pacheco e funcionários, e o psicólogo Artur Lobado, coordenador do Departamento de Saúde, Segurança e Combate ao Assédio Moral da entidade, que está sendo criado. Antes de iniciar o curso, o coordenador Célio Izidoro deu as boas-vindas a todos que compareceram para o curso e, aproveitando a oportunidade, destacou a importância de todos se envolverem na mobilização pela aprovação do PLC 28/125 (revisão salarial) no Senado e os convocou para a reunião do “comando de mobilização” desta segunda-feira, 1º/06, às 19h, na sede do Sindicato, e para o “apagão” (paralisação de 48 horas) desta semana (terça-feira, 2, e quarta-feira, 3), conforme deliberado pela categoria na AGE da última sexta-feira, 29/05.

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O professor Gustavo Machado, do Ilaese

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Congrenf 2015 começa nesta segunda, em Macaé


O Sindipetro-NF realiza a partir desta segunda, 1º, o 11º Congresso Regional dos Petroleiros do Norte Fluminense, na sede da entidade, em Macaé. O evento, que segue até a quarta, 03, reúne representantes das bases de terra e unidades marítimas para discutir as reivindicações da categoria e a conjuntura política e econômica do País.

Nos dois primeiros dias do evento, quando acontecem as mesas temáticas, haverá transmissão ao vivo, em áudio e vídeo, pela Rádio NF (www.radionf.org.br). As discussões estratégicas da Campanha Reivindi-catória e da Pauta de Reivindicações, no terceiro dia, são internas.

No Congrenf também ocorre a escolha de delegados que representarão a região na V Plenária da Federação Única dos Petroleiros (Plenafup), em Guararema (SP), de 1 a 5 de julho.

Confira abaixo a programação completa:

Programação do 11º Congresso Regional dos Petroleiros do Norte Fluminense

01 de junho
14h - Abertura com forças políticas CUT, CTB, CNRQ, FUP, MST,UNE e Sindipetro-NF;
15h - Intervenção 1: Grupo de dança, Portadores da Alegria
15h15 - Mesa 1, Conjuntura com o economista, técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Adhemar Mineiro e o Presidente da CUT, Vagner Freitas;
17h45 - Intervenção 2: Apresentação de livros - Boca na mesa; Marxismo e a filosofia e Qualidade de vida no trabalho.
18h45 - Intervenção 3: Vídeo do Escola Nacional, Florestan Fernandes
19h - Happy hour sindical/Encerramento do dia com o grupo Tubarão Martelo (pop rock).


02 de junho
8h - Eleição da mesa diretora e votação do regimento interno;
8h30 - Mesa 2: Setor Petróleo com Cibele Vieira (CNRQ/Sindipetro Unificado SP); Ademir Caetano (CTB);
10h - Lanche;
10h30 - Intervenção 1: Duo Arias (música);
11h - Mesa 3: Luta! com Anacélie de Assis Azevedo (FUP), Alfredo Santana Santos Júnior (Juventude-CUT) e Antônio Carlos Spis (CUT).
13h - Almoço;
14h30 - Mesa 4: Saúde e segurança com Arthur Lobato e o coordenador da FUP, José Maria Rangel;
16h30 - Intervenção 2: Homenagem e depoimento do cipista, Vitor Marques Ferreira da Silva, da empresa BW;
17h - Lanche;
17h30 - Mesa 5: Terceirização com a Prof. Paula Sirelli (UFF), Prof. Luís Augusto Lopes (doutorando UFBA)
19h30 - Coquetel/Encerramento do dia com grupo Conversa Comigo (Chorinho e Samba de Raiz).


03 de junho
08h - Painel com Dieese/NF: apresentação dos números pertinentes ao nosso setor;
09h30 - Campanha reivindicatória;
12h - Almoço;
13h30 - Campanha reivindicatória - continuação;
16h30 - Eleição dos delegados para o Plenafup 2015;
17h - Encerramento do dia.


Publicado em: http://www.sindipetronf.org.br/