terça-feira, 30 de outubro de 2018

Crise dos modelos atuais


Publicado 22/10/2018 13:29

Foto: Leonardo Andrade.

Trabalho, Globalização e Economia: Crise dos Modelos Atuais é o título da obra que foi lançada em evento público na última sexta-feira, no TRT-MG, pelo Projeto Leis & Letras da Escola Judicial professor Paulo Emílio Ribeiro de Vilhena.

Coordenado pelos juízes Antônio Gomes de Vasconcelos (TRT-MG) e Platon Teixeira de Azevedo Neto (TRT-GO) e pela advogada Daniela Rodrigues Machado Vilela, o livro tem artigos de outros 13 autores e prefácio do professor e jurista Jorge Luiz Souto Maior.

Ao abrir o evento, o coordenador acadêmico da Escola Judicial, juiz Rodrigo Cândido Rodrigues, agradeceu a participação do auditório e considerou aquele um dia especial pela oportunidade de todos conhecerem uma “obra inovadora, profunda, atual e necessária”.

Presente no evento, o juiz Antônio Gomes de Vasconcelos, em sua fala, destacou a crença do grupo de estudo, autor do livro, na dignidade humana e na premissa do compromisso da Constituição com a efetividade dos direitos fundamentais. "Buscamos ter condições de analisar os valores das teorias econômicas e confrontá-las com os direitos sociais e as políticas públicas".

Já Daniela Rodrigues Machado Vilela, também pesquisadora do Prunart/UFMG, em sua manifestação, apresentou o projeto do livro e discorreu sobre a proteção da dignidade humana. Segundo ela, as relações laborais estão fazendo as pessoas perderem a dignidade. “Há um desequilíbrio entre o direito econômico e o social, e a Justiça do Trabalho deve equilibrar essas forças". Concluindo, ressaltou sua preocupação com o uso do trabalho como mercadoria.

O professor Antônio Álvares da Silva, desembargador aposentado do TRT-MG, também prestigiou o lançamento e traçou um panorama histórico da revolução agrícola, das três revoluções industriais e a chamada quarta revolução, a da informática, comparando-as às mudanças nas relações e trabalho. Para ele, o Direito do Trabalho é lento se comparável às novas tecnologias, e não respira ante as mudanças do mundo.

O juiz Platon Teixeira de Azevedo Neto, também coordenador do livro, apontou a concentração de renda como um problema do neoliberalismo. Ele criticou o Brasil, “um país de riquezas, mas escondidas por máscaras", cujos pilares de retrocesso são, entre outros, o modelo tributário e a política monetária suicida, que paga as dívidas do país, sem auditoria, com juros que comprometem 42% do orçamento.

Último palestrante da sessão, o professor da UFMG, Pedro Augusto Gravatá Nicoli, discorreu sobre as atualíssimasfake news, das quais não escapou nem o Direito do Trabalho, citando alguns conceitos, considerados errados por ele e disseminados na sociedade: "Emprego não serve para nada, pois é obsoleto. Temos o custo trabalhista mais alto do mundo, os novos modelos de relação de trabalho são melhores". E, para sua defesa, apresentou gráficos que demonstram que os países mais desenvolvidos são os que têm mais empregos formalizados e que o trabalho por conta própria leva à menor renda, principalmente para as mulheres e negros.

https://portal.trt3.jus.br/internet/conheca-o-trt/comunicacao/noticias-institucionais/livro-trabalho-globalizacao-e-economia-crise-dos-modelos-atuais
 

SERJUSMIG publica estudo inédito sobre a saúde do Servidor da Primeira Instância do TJMG

Estudo sobre saúde do servidor da Justiça estadual

Na noite da quarta-feira (24/10), o SERJUSMIG reuniu em sua sede professores pesquisadores da UFMG, alunos, diretores do Sindicato e colegas sindicalistas para o lançamento em livro do vasto estudo intitulado “Situação de saúde e condições de exercício profissional dos Servidores da Primeira Instância do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.”
Também estiveram presentes o coordenador geral do SITRAEMG Célio Izidoro e o psicólogo Arthur Lobato, que integram o Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral do Sindicato. Lobato é também psicólogo do Departamento de Saúde do Trabalhador do Serjusmig.

 A pesquisa teve início em 2015, quando o SERJUSMIG, preocupado com o crescimento do índice de adoecimento dos Servidores, decidiu contratar uma equipe multidisciplinar da UFMG para realizar uma pesquisa minuciosa, que refletisse a realidade vivenciada por servidores de todo o estado.
Ao longo de quase 100 páginas, o livro traz à tona dados concretos sobre os principais problemas geradores de insatisfação, adoecimento e afastamento do trabalho.
“Nosso principal objetivo com esse estudo foi conseguir mapear as condições laborais e de saúde dos servidores, para que possamos, assim, subsidiar as possíveis ações do Sindicato”, explica Sandra Silvestrini, presidente do SERJUSMIG. “Embora o Sindicato seja visto como um instrumento para se buscar melhoria salarial, isso não é tudo. Porque de nada adianta conquistar avanço na carreira se o Servidor não tiver saúde”, diz.
O trabalho teve início com visitas in loco para que os pesquisadores conhecessem de perto o universo a ser estudado. Em seguida, foram feitas entrevistas por telefone com uma amostragem de servidores que, cientificamente, representa todos os servidores da Primeira Instância do estado.
“A pesquisa é pioneira ao revelar o cotidiano desses servidores num momento de transformação tecnológica e de exigências da sociedade para a melhoria dos serviços jurisdicionais. A gente viu que é possível criar dispositivos e estabelecer estratégias para melhorar a qualidade dos serviços na medida em que haja valorização dos servidores, aprimorando o ambiente de trabalho, facilitando o trabalho, reconhecendo os problemas de saúde que existem e estabelecendo meios para a promoção da saúde”, argumenta a professora doutora Ada Ávila Assunção, editora chefe do trabalho.
Para o psicólogo da Saúde do Trabalhador do SERJUSMIG, Arthur Lobato, uma pesquisa como esta que foi encomendada pelo Sindicato tem uma força argumentativa muito grande, uma vez que mostra ao Tribunal que, antes de tudo, é importante valorizar o ser humano e a saúde desse servidor. “Números vêm sendo mais importantes que pessoas. O patrimônio verdadeiro, que é a saúde mental, é deixado de lado”, ressalta.
O professor Rafael Moreira Claro, professor do departamento de Nutrição da UFMG, que também fez parte da equipe, disse que foi impressionante constatar, pela pesquisa, que histórias que pensamos que haviam desaparecido com a informatização, como o excesso de trabalho, as longas jornadas e processos em grande volume tramitando em papel, permanecem fazendo parte da realidade do trabalhador do Judiciário. “Não podemos aceitar com normalidade muitos dos problemas hoje frequentes entre os servidores, como excesso de peso, problemas para dormir, uso de ansiolítico, acúmulo de trabalho e trabalho que excede a carga horária regular”, adverte.
“A minha equipe avaliou tanto as condições objetivas de trabalho, como o software (PJe), quanto as condições ambientais de trabalho e como essas condições estão relacionadas a alguns processos de adoecimento. Partindo disso, a gente fez um levantamento que foi usado, principalmente, para a composição do questionário. A grande importância disso é que quando nos aproximamos da ameaça, há chances de prevenir o adoecimento”, ressalta Adson Eduardo Resende, pesquisador do Laboratório de Interfaces e Produtos Ergonômicos da UFMG também membro da equipe.
O diretor do SINJUS, Alexandre Pires, destacou que há hoje no TJMG um intenso processo de estagiarização, de terceirização e de exigência de aumento da produção. “Esse trabalho vai ser muito útil para que outros sindicatos possam atuar com ele também em suas bases. Espero que este seja o primeiro trabalho de vários. Parabéns à direção do SERJUSMIG”.
Também presente ao evento, o coordenador do SITRAEMG, Célio Izidoro, considerou que “um dos papeis do movimento sindical é convencer os patrões que os trabalhadores têm limites. E esse estudo é uma ferramenta concreta que vai nos subsidiar no dia a dia para que o trabalho não seja o nosso vilão”.
Por fim, o vice-presidente do SERJUSMIG, Rui Viana, um dos idealizadores e grandes defensores do estudo, agradeceu o apoio de todas as pessoas que possibilitaram a realização dessa pesquisa sem precedentes. “Mesmo com todas as dificuldades, foi impressionante a grande acolhida que tivemos de todos os envolvidos nesse processo, especialmente dos servidores”, salientou. “Nos colocamos como parceiros do Comitê de Saúde do Tribunal de Justiça, principalmente porque este estudo não termina aqui. Aqui começa o início do nosso processo de atuação”.
O livro será distribuído a todas as comarcas durante o XX Encontro de Delegados do SERJUSMIG e também disponibilizado em nosso site.
Fonte: Serjusmig / Sitraemg

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Participe da Pesquisa Nacional de Saúde do Judiciário e MPU

Pesquisa Sofrimento e Adoecimento no Trabalho do Judiciário e MPU

A partir de hoje servidores do Poder Judiciário da União – federais e estaduais – e do Ministério Público da União já podem participar da Pesquisa Nacional de Saúde : Sofrimento e Adoecimento no Trabalho do Judiciário e MPU. Para isso, basta clicar no link http://www.pesquisajudiciario.net/ e responder ao questionário.
A apresentação oficial do link da pesquisa aconteceu nessa segunda-feira, 22, na sede do Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho da Universidade de Brasília (UnB).
Estiveram presentes a coordenadora da Fenajufe, Mara Weber, os coordenadores da pesquisa, professora Ana Magnólia Mendes e o professor Emílio Peres Facas e o Assessor Alexandre Marques.
Em mensagem de vídeo, Mara e Ana Magnólia convocaram os servidores e servidoras à participação:
Iniciativa conjunta da Fenajufe – Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal – e da Fenajud – Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados -, a pesquisa quer levantar os riscos psicossociais no ambiente do trabalho e identificar situações de sofrimento emocional e psicológico, bem como o adoecimento osteomuscular.  A pesquisa tem ainda como patrocinadores o Sindjus/DF, Sindiquinze (Campinas), Sinjufego/GO, Sintrajusc/SC, Sitraam/AM, Sisejufe/RJ e Sitraemg/MG, entidades que já manifestaram interesse no apoio.
Para responder ao questionário, servidores e servidoras podem acessar a área do site reservada à pesquisa através da logomarca oficial. O link oficial do questionário é http://www.pesquisajudiciario.net/ .
Fonte: Fenajufe

Pesquisa - Sofrimento e Adoecimento no Trabalho do Judiciário e MP

Você está sendo convidado(a) a participar como voluntário(a) da pesquisa “Sofrimento e Adoecimento no Trabalho do Judiciário e MPU” proposta pela FENAJUFE e FENAJUD em parceria com o Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho da Universidade de Brasília (LPCT/UnB). Esta pesquisa tem o objetivo de investigar as relações entre trabalho e saúde dos trabalhadores  e será constituída da aplicação de questionários com perguntas de respostas fechadas e abertas. A participação na atividade tem duração estimada de 20 minutos.

Clique aqui para iniciar a pesquisa.


Publicado em: http://www.fenajufe.org.br



Vendedora exposta em grupo de WhatsApp é indenizada

25 de Outubro de 2018
As ferramentas de comunicação já fazem parte do nosso dia a dia. Pesquisa realizada pela Panorama Mobile Time/Opinion Box aponta que 48% dos entrevistados, questionados sobre qual aplicativo instalariam caso só pudessem escolher um, optariam pelo WhatsApp. Essa preferência nacional chegou ao ambiente corporativo. Entretanto, a utilização incorreta pode causar prejuízos. A juíza Érica Aparecida Pires Bessa, titular da 9ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, condenou uma empresa de telefonia a indenizar em R$ 2.000 uma ex-vendedora por abuso na cobrança de metas com uso do WhatsApp.
Segundo informações do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª Região de Belo Horizonte, a trabalhadora alegou que seu superior enviava o resultado das vendas a todos os participantes do grupo de vendedores no WhatsApp, destacando aqueles que não atingiam a meta. “Ter a privacidade exposta a terceiros é algo que fere a honra das pessoas. No caso, uma funcionária foi exposta a colegas de trabalho,” afirma o advogado e professor do curso de Direito da Una Cássio Brant.
Uma das testemunhas do caso relatou que o ranqueamento de metas era feito diariamente e lançado no grupo de WhatsApp. O gerente ainda os lembrava constantemente delas. A testemunha confirmou as ameaças de dispensa caso a meta não fosse batida.
Expor funcionários a situações humilhantes ou vexatórias no local de trabalho de forma prolongada e repetitiva constitui assédio moral, explica o advogado trabalhista Marcelo Ruggio. “A situação de assédio pode, inclusive, ocorrer em grupos de WhatsApp”, alerta. Ele acrescenta que “um trabalhador que tem reputação e autoestima violadas pode levar a uma rescisão indireta do contrato de trabalho justificada por tratamento com rigor excessivo, ou por ato que lesa a honra e a boa fama do empregado”. O TRT de Minas confirmou a condenação.
Isabella Melano
Fonte: O Tempo


Participe da Pesquisa Nacional de Saúde do Judiciário e MPU


Iniciativa da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal) e MPU (Ministério Público da União), Fenajud (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados) e UnB (Universidade Federal de Brasília), com o apoio do SITRAEMG (Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais. A pesquisa abrange os servidores do PJU (Poder Judiciário da União), Justiças estaduais e MPU (Ministério Público da União).






Palestra: Sísifo ainda (sobre)vive!

SÍSIFO, segundo a mitologia grega (Odisséia, de Homero, Canto XI, versos 593-600), foi condenado a empurrar uma pesada pedra até o topo de uma montanha; de lá deixá-la rolar até o pé da montanha, e retomar a mesma tarefa, e repeti-la, sem parar, eternamente... Ele se tornou o símbolo do absurdo (Albert Camus), do TRABALHO SEM SENTIDO, penoso, repetitivo, exaustivo e que não leva a nada... De quê adoece Sísifo? E os ‘sísifos’ da atualidade?

Há que buscar alternativas libertadoras, para ele e para os 'sísifos' de hoje!
Este será o tema de minha PALESTRA do dia 22 de outubro (2a feira), 19h, no Teatro Itália (Edifício Itália, Av. Ipiranga, 344), no Centro de São Paulo. (Metrô: estação República (linhas amarela e vermelha). Há serviço de ‘valet’ no Teatro.

Meus “convidados” e “convidadas” são isentos de qualquer custo. Para grupos maiores e liberação da pequena taxa de ingresso para outros convidados, faça contato com palestras@renemendes.com.br.

Os "Encontros com o Prof. René Mendes" visam repensar e dialogar sobre as relações entre Trabalho, Saúde/Doença e Sociedade, a caminho de mudanças em prol da Vida e das pessoas. Espero você lá!

Abraço,
René

Confira os vídeos do DSTCAM nas redes sociais

 O SITRAEMG disponibilizará, mensalmente, vídeos no Facebook e no Instagram com o intuito de divulgar o trabalho realizado pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM) do Sindicato no sentido de orientar e acolher os filiados. Com apresentação do psicólogo Arthur Lobato, responsável técnico pelo DSTCAM, será abordado os sintomas da ansiedade, depressão, assédio moral e esgotamento profissional, entre outros fatores que podem ser causados pelo trabalho. Caso o servidor se identifique, o departamento está à disposição para acolhê-lo e fazer o acompanhamento psicológico. O atendimento é feito na sede do SITRAEMG e pode ser agendado por meio do telefone: (31) 4501-1500. 
Acompanhe os vídeos em nossas redes sociais. 


quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Humildade, humilhação e assédio moral

Por Arthur Lobato, psicólogo, responsável técnico pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM) do SITRAEMG.
O senso comum, ou seja, a ideologia fundamentada na moral do escravo, da ditadura da maioria sobre a genialidade, a competência, o saber, a beleza de um homem ou uma mulher estipula a virtude do vitorioso, do bom (aquele que pratica o bem) e do belo ou bela, seja humildade. Com este conceito de humildade enquanto virtude, a humanidade é escravizada por uma elite, que humilha, pisa, domina, exclui e exerce poder sobre os humildes, que nunca devem se revoltar ou questionar o que está estabelecido e com o apoio da religião nesta lavagem cerebral masoquista, afirma que os humildes herdarão o reino dos céus, apesar de quando mortos sermos enterrados debaixo da terra, tão distante do céu.
Assim como Nietzsche dizia na Genealogia da Moral, o nobre era bom e fazia o bem, e por oposição, o pobre era mau e praticava o mal. Cabia às elites, as classes dominantes, desde os grandes impérios teocráticos como Egito, Babilônia, passando depois pela mesma organização de dominados e dominadores na Grécia e em Roma, organizar e controlar o modo de vida dos povos sob seus domínios. O pobre, já diziam os romanos, só têm sua prole (filhos), daí o nome proletariado, que Marx revelou ser aquele que só tem a força de trabalho para ser explorada pelo dono da terra. O nobre, o aristocrata e depois o proletário têm sua força de trabalho explorada pelos donos dos meios de produção. Afinal, é sobre a exploração do pobre proletário, através da mais valia, que se obtém o lucro do capitalista. Toda propriedade é roubo, já afirmava Proudhon, socialista francês, contemporâneo de Marx. Mesmo na revolução industrial, o mundo fazia valer os direitos da nobreza vitalícia na posse da terra e dos negócios por causa do nascimento e uniões familiares em busca de mais poder. Sim, nascimento era e continua sendo destino, que vai separar os pobres dos ricos. O que dizer dos donos da terra, eternamente senhores, via herança, com a manutenção do dogma da exploração do homem pelo homem – a propriedade privada.
Mas os ricos e poderosos não são humildes, pelo contrário, eles humilham os mais fracos, constrangem, ameaçam, punem, demitem e exigem a servidão voluntária dos humilhados, sem revolta dos mesmos, pois, “foi assim, será assim, e nunca nada mudará”.
Mas qual relação desta introdução com o assédio moral? Primeiro que em todo assédio moral há uma relação de poder onde os atos de humilhar são uma constante no processo assediador, há quem humilha e quem é humilhado.
O conceito científico de assédio moral é “Assédio moral é uma conduta abusiva, intencional, frequente e repetida, que ocorre no ambiente de trabalho, e que visa diminuir, vexar, constranger, desqualificar e demolir psiquicamente um indivíduo ou um grupo, degradando as condições de trabalho, atingindo sua dignidade e colocando em risco sua integridade pessoal e profissional.” (Freitas, Heloani, Barreto).
Portanto, no assédio moral o que existe no ambiente de trabalho é também uma relação de poder sobre o mais fraco, principalmente, pelo uso do autoritarismo, do abuso do poder exercido pelo chefe sobre os subalternos.
É o assédio descendente, o mais comum pela assimetria da relação de poder. Existe também o assédio moral horizontal, praticado por colegas contra o próprio colega, mas na maior parte do assédio moral entre colegas há o apoio explícito da chefia, ou a omissão desta, validando os atos do assediador em seus ataques mortíferos, como neste caso que vamos relatar onde uma humilde servidora que lutando contra a pobreza, teve sua ascensão no mundo do trabalho ao ser aprovada em um concurso do judiciário federal há mais de 20 anos.
Ela sabe ler, cataloga fichas em ordem alfabética, mas nos dias de hoje é chamada por uma estagiária de burra, analfabeta e louca. Humilhações constantes sem motivos e desnecessárias no ambiente de trabalho. Religiosa, ora e suporta as humilhações diárias, as armadilhas da chefia, que compactua com a estagiária, diminui o volume do telefone, liga e depois diz que avisaram a ela que ligaram, mas ninguém atendeu, culpando e humilhando esta servidora que não entende o que está acontecendo. Suas funções vão sendo retiradas, e até mesmo o atendimento ao balcão é retirado dela em prol desta estagiária, desrespeitando assim os direitos de uma servidora pública concursada. A retirada de serviço é uma forma de humilhá-la, desmotivá-la e ser tachada de incompetente, ou seja, humilhação e desmoralização no ambiente de trabalho. Até suas idas ao banheiro são controladas.
Mas o que motiva esta mulher a procurar o sindicato? São inúmeros os ataques, repetidos, sistematizado, tanto da chefe como da estagiária, obviamente com o poio da chefia, o que era mera implicância virou assédio moral.
Mas a servidora reluta, humilde não quer conflito, mas não suporta mais tantas humilhações. Ser chamada de doida, burra e ver a estagiária correr para o balcão fazendo atendimento, o que seria função da servidora concursada. Até o cesto de lixo do banheiro foi motivo de “vistoria” da chefia, dizendo que ela “tomava banho no banheiro”, já que molhava o mesmo.
Mas, humilde e religiosa, suporta calada, orando e não querendo conflitos. Qual o motivo que a faz procurar o sindicato? Porque no verão anterior, um calor insuportável, a estagiária vira o ventilador só para si, mas isso ela suporta, o que ela não suporta é a proibição da estagiária de fechar a persiana e o sol da tarde bate direto em seu corpo, “até queima”, disse ela quando procurou o sindicato, pois chegou no seu limite. É óbvio que esta provocação tem um objetivo: que a servidora se desestabilize emocionalmente e seja tachada de “louca” definitivamente, e com testemunhas.
Neste caso, vemos claramente o exemplo do que é o assédio moral e como é feito. Percebemos claramente os ataques à honra e à dignidade da servidora, desvio de função em prol de uma estagiária, em detrimento dos direitos de uma servidora concursada. Esta servidora, não quer conflito, só quer se aposentar. É humilde, por isso é humilhada. Como não responsabilizar a omissão que ocorre nesta organização do trabalho na figura de uma chefia que permite e compactua com tudo isto acontecendo ao seu lado?
Enfim, o que começa como implicância, desrespeito aos humildes, se torna humilhação contra ela, e estas humilhações são sistematizadas e direcionadas contra uma pessoa. Isto é ASSÉDIO MORAL e deve ser combatido antes que mais seres humanos adoeçam, pois é tirada a dignidade, direito da pessoa humana, previsto no artigo 1º, inciso III da Constituição Federal.

Arthur Lobato

Psicólogo/saúde  do trabalhador

Publicado em: http://www.sitraemg.org.br

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

SEMINÁRIO - SAÚDE MENTAL E TRABALHO: Formas de adoecimentos e possibilidades de intervenções


SEMINÁRIO - SAÚDE MENTAL E TRABALHO: Formas de adoecimentos e possibilidades de intervenções

Dia: 6 de novembro, das 8h às 17h
Local: Auditório da PUC Minas - Unidade Betim (Endereço: Rua do Rosário, 1.081 Bairro Angola Betim MG)
Inscrições: 3512-3196 (Educação Permanente em Saúde)

PROGRAMAÇÃO:
8:00 horas
Credenciamento dos participantes e café de boas vindas 9:00 horas Mesa de abertura:


9:30 às 10:30 horas Conferência Saúde Mental e Trabalho
Prof. Jackson SampaioPossui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará, mestrado em Medicina Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e doutorado em Medicina Preventiva pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Atualmente é Professor Titular em Saúde Pública, docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, líder do Grupo de Pesquisa Vida e Trabalho e do Laboratório de Humanização da Atenção em Saúde e, Reitor da UniversidadeEstadual do Ceará.

10:30 às 12:30 horas
Mesa redonda - O trabalho e o adoecimento mental Mediador: Manoel Deusdeth Júnior


Alcoolismo e Drogadição(30’)
Carlos Alberto Pereira PintoPossui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Mestre em Promoção da Saúde e Prevenção de Violência pela Faculdade de Medicina da UFMG. Especialista em assistência aos usuários de álcool e outras drogas pela UEMG. Atualmente é Professor do Curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais de Betim/MG.

Suicídio e Trabalho (30’)
Giselle Reis Brandão - Psicóloga pela Universidade Federal de Minas Gerais. Doutora em Psicologia Social pela Universidade Federal de Minas Gerais, Mestre em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é professora da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Violência e Assédio Moral (30’)
Arthur Lobato Psicólogo, é consultor na área de saúde e combate ao Assédio Moral no Trabalho nos sindicatos de trabalhadores da justiça de Minas Gerais, SERJUSMIG, SITRAEMG e no Plantão Sindical de Atendimento às Vítimas de Assédio Moral.

Debate (30’)


12:30 às 14:00: Almoço


14:00 às 14:30: Conferência Direitos Humanos e Trabalho
Luci Praun - Graduada em Ciências Sociais pelo Centro Universitário Fundação Santo André, mestre, doutora e pós doutora em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas.
Atualmente é pesquisadora do Grupo de Pesquisa Mundo do Trabalho e suas Metamorfosesda Unicamp e Professora visitante da Universidade Federal do ABC.

14:30 às 16:30 horas: 
Mesa redonda Formas de intervenção: Desafios e possibilidades de atuação
Mediador:

Lei de cotas (20’)
Lailah Vasconcelos de Oliveira Vilela possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais. Residência em Medicina Preventiva e Social, concentração em Saúde do Trabalhador no Hospital das clínicas da UFMG e Mestrado em Saúde Pública, concentração em Saúde e Trabalho pela faculdade de Medicina da UFMG. Atualmente é auditora do Ministério do trabalho

Clínica da atividade: (30’)

Rodrigo Padrini MonteiroPossui graduação em Psicologia, Mestre e Doutorando em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Especialista em Psicodrama pelo Instituto Mineiro de Psicodrama Jacob Levy Moreno. Atualmente psiclogo na Secretaria de Estado de Administração Prisional de Minas Gerais

Vigilância e Saúde Mental: (30’)
Ely Mascarenhas - Assistente Social, Especialista em administração de Projetos sociais , Especialista em Saúde do Trabalhador, Mestre em Administração e Coordenadora de Atenção à Saúde do Trabalhador da Divast/Cesat - Bahia

Saúde Mental e Trabalho em Betim (30’)
Márcia da Silva Anunciação LazarinoGraduada em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Catolíca de Minas Gerais, Mestre em Promoção da Saúde e Prevenção e da Violência e Especialista em Saúde do Trabalhador pela Universidae Federal de Minas Gerais, especialista em Políticas Sociais pela Universidade de Brasília. Atualmente é Referência Técnica em Saúde do Trabalhador do município de Betim.
Debate (30’)

17:00 Encerramento com café de confraternização 

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

SERJUSMIG participa de lançamento do IBPEL


Na noite da última terça-feira, 2/10, representantes do Serjusmig estiveram no evento de lançamento do Instituto Brasileiro de Perspectivas em Expressões de Liberdade – IBPEL, um instituto pioneiro no Brasil com escopo de conceber, promover, desenvolver estudos, pesquisas, programas, debates e discussões sobre o exercício da liberdade de expressão, em suas mais variadas vertentes.
Para isso, o IBPEL promoverá a realização de cursos, conferências, palestras, seminários, congressos nacionais e internacionais, videoconferências, ciclo, mesas e fóruns de debates. Além disso, o IBPEL pretende elaborar, publicar e divulgar trabalhos de pesquisa, obras e estudos técnicos voltados à temática liberdade de expressão e censura.
A presidente do SERJUSMIG, Sandra Silvestrini, acompanhada do vice-presidente, Rui Viana, estiveram presentes ao lançamento na solenidade de lançamento do Instituto.
Para Sandra Silvestrini, a criação de um instituto como o IBPEL, num momento de sucessivas tentativas de cerceamento do direito de manifestação e de expressão, é extremamente oportuno e necessário. Ela ressalta que as pessoas vêm demonstrando cada vez mais intolerância em conviver com opiniões divergentes. “As opiniões precisam circular livremente e respeitosamente. Uma sociedade sadia só se faz com um debate democrático de ideias”, diz.
O IBPEL tem como um de seus sócios fundadores o advogado Humberto Lucchesi de Carvalho - da Lucchesi Advogados Associados - que representa juridicamente o SERJUSMIG.
Clique aqui e saiba mais sobre o IBPEL


segunda-feira, 1 de outubro de 2018

20º Encontro de Gestores de Recursos Humanos da IFDs da ABDE

A ABDE realizou nos dias 27 e 28/09), em parceria com o Sicredi, em Porto Alegre, o 20º Encontro de Gestores de Recursos Humanos das IFDs. O encontro tem como objetivo reunir profissionais da área para debater assuntos relevantes e atuais da profissão.
A abertura do evento foi conduzida pelo secretário-executivo da ABDE, Marco Antonio Lima, e pelo superintendente de Crédito Rural do Sicredi, Antonio Sidnei Singer.  
Nos dois dias de atividade, foram abordados assuntos sobre psicologia positiva, gerenciamento, mediação, assédio moral, gestão pública, saúde dos trabalhadores e responsabilidade social.
O encontro contou com a presença do psicólogo Arthur Lobato que ministrou duas palestras:
  • Efeito das Jornadas Extensas sobre a Saúde dos Trabalhadores
  • Assédio Moral: até onde é? 





Servidor federal vai ter banco de horas

12 de Setembro de 2018 
O governo federal irá implantar mudanças na jornada de trabalho dos funcionários públicos.
Dentre as principais alterações estão a criação do banco de horas e da escala de sobreaviso.
As medidas deverão ser publicadas nos próximos dias, em instrução normativa para orientar os mais de 200 órgãos que fazem parte do Sipec (Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal), segundo o Ministério do Planejamento.
No caso do banco de horas, o órgão que quiser adotá-lo irá anotar as horas feitas a mais pelos servidores.
Atualmente, não há horas extras na administração pública.
Com isso, os gestores poderão solicitar que o funcionário trabalhe a mais, quando for necessário.
“A ferramenta de gestão de pessoas permitirá que sejam computadas como crédito as horas excedentes, realizadas além da jornada regular do servidor e as não trabalhadas como débito, contabilizadas no sistema eletrônico de apuração de frequência”, diz nota do Planejamento.
Já o sobreaviso será a adoção de uma escala em que os funcionários que ficarão à disposição do órgão federal fora de seu horário de trabalho ou em sua folga, aguardando ser chamado para ir trabalhar, se necessário.
“Nesses casos, o servidor deve permanecer em regime de prontidão, ainda que durante seus períodos de descanso, fora de seu horário e local de trabalho”, afirma o ministério.
Fonte: Folha de São Paulo
Leia mais: 





Fóruns nacionais indicam mobilizações em três datas de outubro







17/10: Dia Nacional de Combate ao Assédio Moral e Sexual no serviço público
Entidades integrantes do  Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate) e do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), entre as quais a Fenajufe, estiveram reunidas na última quarta-feira, 19 (foto acima), para dar segmento à construção da campanha pela revogação da EC-95. O momento foi também de avaliar as mobilizações acontecidas em 13 de setembro e definir as próximas etapas da defesa da pauta dos Servidores Públicos Federais. A Fenajufe esteve representada pela coordenadora Mara Weber, no plantão da semana ao lado do coordenador Marcos Santos.
O primeiro ponto tratado foi a definição de alguns aspectos da campanha pela revogação da EC-95. Pela agência contratada para o trabalho – Cobra Criada – foi feita a apresentação de algumas propostas de apelo publicitário. A definição pelo mote da campanha deve acontecer já na próxima semana, o que permitirá colocar a campanha em movimento.
Os dirigentes avaliaram ainda a mobilização acontecida em 13 de setembro na Esplanada dos Ministérios (no Ministério do Planejamento) e no STF, durante a posse do novo presidente da Corte, ministro Dias Toffoli. As entidades foram unânimes em considerar o resultado positivo, apesar das negativas do governo em discutir as pautas dos SPFs. A avaliação é que tanto o seminário em defesa dos serviços públicos quanto o ato mostraram a capacidade de mobilização da categoria, destacando a necessidade de maior envolvimento dos segmentos.
Outro ponto discutido foi a necessidade de realização de reunião do jurídico das entidades para discussão das estratégias acerca da resistência às instruções normativas sendo baixadas pelo Executivo, dando início à Reforma Administrativa.
A entidades discutem ainda a inclusão de novas datas de mobilização ao calendário vigente, deliberado no Seminário Nacional.

Calendário

O calendário de atividades para o período está assim definido:
17/10 – Dia Nacional de Combate ao Assédio Moral e Sexual no serviço público.
24/10 – Dia Nacional de lutas nos estados em defesa do Serviço Público com manifestações, mobilização e paralisações de acordo com a especificidade de cada categoria.
18 a 24/11- Semana Nacional de Combate ao Racismo no serviço público
Fonte: Fenajufe