quinta-feira, 7 de julho de 2011

I Congresso sobre Assédio Moral no México

Fotografias: Taís Ferreira



Combate ao assédio moral:
Representação da vontade, de sujeitos que desejam lutar por um ambiente saudável no  trabalho.
Arthur Lobato
psicologo y periodista






Durante seis dias trabalhadores de vários países discutem na cidade do México os avanços no conhecimento teórico e prático do combate ao assédio laboral no I Congresso Iberoamericano sobre o Assédio Laboral e Institucional.


O psicologo Arthur Lobato, membro das comissões de combate ao assédio moral do Sinjus - Sindicato dos Servidores da Justiça de Segunda Instância de MG e do Serjusmig - Sindicato dos Servidores da Justiça de Primeira Instância de Minas Gerais, participou nos dias 4 e 5 do curso précongresso: Estudo Científico do Mobbing no Trabalho, ministrado pelo Dr. Kenneth Westhues, professor da Universidade de Waterloo, Canadá.


Durante o congresso que acontece de 6 a 8 de Julho na Escola Nacional de Antropologia e História do México, o psicólogo e jornalista Arthur Lobato fez sua exposição sobre o trabalho que desenvolve na luta contra o assédio moral no Brasil. Lobato iniciou sua palestra falando do contexto em que esta luta começa no Brasil e sua experiência nos dois sindicatos em que atua atualmente, além do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, onde foi vice-presidente e da Federação Nacional dos Jornalistas Brasileiros, onde foi membro da diretoria executiva e conquistou a inclusão de cláusulas contra o assédio moral no código de ética do jornalista brasileiro e apresentou teses sobre o tema.



No dia 8 o psicólogo participa de um painel de discussões sobre o assédio moral no trabalho, juntamente com Margarida Barreto, Brasil, Lydia Guevara Ramirez, Cuba,  Susana Treviño Ghioldi, Argentina, Elias Garcia Rosas, México e Duglas Yanes, Venezuela.
Elias Garcia Rosas, Margarida Barreto, Arthur Lobato, Florencia Peña, Lydia Guevara

O I Congresso Iberoamericano sobre Assédio Laboral e Institucional termina do uma oficina para trabalhadores assédiados, que acontece no sábado 9 de julho, com a participação da Dra. Margarida Barreto, Lydia Guevara Ramirez e Arthur Lobato Magalhães Filho, que encerram o congresso traz em seu tema: respeito, direito e dever, dialogando com trabalhadores que sofrem com este mal invisível nas relações de trabalho.
 
Confira mais fotografias do Congresso:



































Conferência magistral Margarida Barreto

México, Julio 2011
Texto e Fotografias: TAÍS FERREIRA

Auditorio "Román Pinã Chan"

Conferencia de la Dra. Margarida Barreto, Coordinadora adjunta del Núcleo de Estudios Psicosociales de la Dialéctica Exclusión Social - NEXIN-PUC/SP; Coordinadora de la Red Nacional de Combate al Acoso Moral y otras Manifestaciones de Violencia en el Trabajo; Faculdad de Ciencias Médicas de la Santa Casa de San Pablo.

Miércoles 6 de julio



Margarida Barreto começou sua conferência falando sobre o número de acidentes de trabalho, o trabalho infantil e escravo no Brasil de acordo com números da OIT ( Organização Internacional do Trabalho).

A médica falou sobre  a violência laboral como fenomeno histórico de dominação no mundo, com violação dos direitos humanos, exclusão no mundo do trabalho e os riscos não visíveis desta violência. A questão da intencionalidade dos donos dos meios de produção, da direção das empresas, pressionando por metas cada vez maiores, criando um clima de medo e insegurança no ambiente do trabalho, com práticas discriminatórias, ameaças, intimidações, racismo e assédio moral e sexual.

Para ela é fundamental uma reflexão interdisciplinar, um diálogo entre aréas como: psicologia, medicina, direito, sociologia, antropologia para se combater o assédio, o qual se caracteriza pela repetição, multiplicação dos ataques, queda da autoestima, que cria idéias suicidas, enfermidades e mortes.

Outro ponto importante em sua exposição foi o conceito correto do que é assédio moral para se evitar a banalização e falsas premissas como a da personalidade do indivíduo. Para ela a nova organização do trabalho cria nova subjetividade que compreende relações sociais, trabalho coletivo e que o que o indivíduo faz no trabalho tem relação com sua vida.

Ataques à reputação e à família, fofocas, rumores, provocações sistemáticas que têm o objetivo de prejudicar podem parecer "normais", brincadeira de mau gosto, mas, afetam a dignidade humana, causam angústia e com o tempo diminuição da capacidade de trabalhar. Os sindicatos têm que estar atentos, pois a questão do sofrimento do trabalhador não é individual e sim da organização do trabalho, portanto, e fundamental que se ouça o sofrimento do tralhador em uma conversa clínica prolongada em que o trabalhador tenho todo o tempo necessário para expor o que acontece, disse a médica.

Para terminar, Barreto lembrou aos mexicanos, que há 10 anos esta discussão também não existia no Brasil. Que a luta é difícil, mas é possível avançar no trabalho cotidiano de sensibilização de sindicatos, movimentos sindicais, academia. Um movimento por ética, para romper o silêncio e denunciar a realidade.

Taís Ferreira - jornalista brasileira
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 Confira as fotografias da conferência magistral de Margarida Barreto: