segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Conselho Nacional de Justiça promove pesquisa sobre casos de assédio no Judiciário

 

Entre os dias 22 de novembro e 3 de dezembro, o Comitê de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, Sexual e da Discriminação no Poder Judiciário, do CNJ, disponibilizará para os trabalhadores e trabalhadoras da Justiça um questionário referente aos casos de assédio moral, sexual ou de outras formas de preconceito. A pesquisa será aplicada a todos os magistrados, servidores, estagiários e colaboradores. O CNJ assegura o direito dos participantes de responder ao questionário de maneira sigilosa e segura e apresentará os resultados em dezembro.

O questionário será aplicado periodicamente, com a finalidade de levantar dados e relatos com o fim de acompanhar os índices de assédio e discriminação e as políticas adotadas pelos tribunais com o fim de prevenir e coibir essas práticas, de forma que de tempos em tempos possa ser feita uma análise comparativa entre o “antes” e o “depois”, identificar o que precisa melhorar, ser mantido e sugerir a adoção de políticas voltadas para a prevenção e combate ao assédio e discriminação.

O formulário permitirá ao Comitê entender quais as situações mais frequentes, quem são as vítimas mais comuns desses abusos, e onde elas estão sendo cometidas. Assédio é toda conduta abusiva, seja por gestos, palavras e atitudes, que atingem a dignidade, a integridade psíquica ou física de um trabalhador. Entre os exemplos mais comuns estão as críticas constantes; a sobrecarga de tarefas ou o oposto; o tratamento grosseiro.

 

Luta permanente do SERJUSMIG

O SERJUSMIG tem na sua história o combate ao Assédio Moral como permanente e imprescindível. Atualmente, integra a Comissão Paritária para combate a essa violação, formada por magistrados e servidores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais-TJMG. Comprometido com a luta ampla e com o bem estar de cada Servidor, o Sindicato ainda oferece aos filiados e filiadas o acompanhamento de especialistas em casos de assédio moral ou sexual, ocorridos em decorrência das relações de trabalho.

Caso algum Servidor ou Servidora esteja vivendo uma situação de assédio moral que está causando sofrimento ou até mesmo adoecimento, entre em contato com o SERJUSMIG em nossos canais de atendimento.

O Sindicato ainda reitera a importância de ações como a pesquisa a ser realizada pelo CNJ, para inibir essas violências e trazer informações para os servidores em geral. 

 

http://site.serjusmig.org.br/noticia/8276/conselho-nacional-de-justica-promove-pesquisa-sobre-casos-de-assedio-no-judiciario


Tempo, ansiedade e qualidade de vida na aposentadoria. Assista live do SERJUSMIG


 

O tempo se transforma ao longo da vida. Durante a infância, juventude e vida adulta, as formas de lidar com o tempo são diferentes. E quando chega o momento da aposentadoria, o “vazio” pode assustar. 

Como convidado especial para ajudar na reflexão sobre este assunto, o psicólogo Arthur Lobato aponta o período como oportunidade para lidar de forma positiva, aproveitando para finalmente dar espaço para as memórias, emoções, pequenas coisas e simplicidades da vida.  

A ansiedade pode ser também grande vilã, já que o dia-a-dia anterior não existe mais. A preocupação com a forma de ocupar o novo tempo livre pode dominar e se transformar em ansiedade, mas o especialista sugere que a leveza seja lema do momento. 

Passeios, viagens, momentos de contemplação, apreciação dos detalhes podem ser prazeres desta nova fase da vida. O resgate de antigas memórias e até mesmo a filosofia sobre a vida, o mundo e si mesmo podem ser excelentes “passatempos” agora. 

Assista a transmissão ao vivo completa e aproveite de forma prazerosa desta uma hora!

 

http://site.serjusmig.org.br/noticia/8297/tempo-ansiedade-e-qualidade-de-vida-podem-ser-vistos-de-forma-leve-e-positiva-na-aposentadoria-assista-live-do-serjusmig

 

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Trabalhar em casa: a captura da subjetividade do trabalhador, por Arthur Lobato

 

 

O trabalho no mundo globalizado apresenta algumas características principais, seja na iniciativa privada ou no serviço público: o uso da tecnologia para acelerar o ritmo em busca de mais produtividade e metas que devem ser batidas constantemente. Esses três elementos, tecnologia, metas e produtividade, são a base do capitalismo. Adam Smith, no século XVIII em seu livro “A riqueza das Nações” citou a tecnologia e a produtividade como essenciais ao desenvolvimento e lucratividade no capitalismo, afinal, foi a tecnologia das máquinas movidas a vapor e a fiadeira, que movimentou locomotivas e fábricas, gerando mais produtividade e lucro na chamada Primeira Revolução Industrial.

A produtividade, dogma do modo de produção capitalista, pode ser conseguida pela aceleração do ritmo de trabalho, pela tecnologia, pela agilidade ou capacidade física/psíquica dos envolvidos no trabalho, pela captura da subjetividade do trabalhador pela empresa/instituição ou pelo recurso de obrigar o trabalhador fazer horas extras e ser multifuncional.

A captura da subjetividade do trabalhador, segundo Ricardo Antunes, “é uma forma de controle, e uma organização do trabalho capaz de se apropriar ainda mais efetivamente do intelecto do trabalho, na sua dimensão cognitiva”, ou seja, o que seria um problema da empresa torna-se um problema para o trabalhador resolver, pois ele “é a empresa”.

Segundo Giovanni Alves, o trabalhador é encorajado a pensar proativamente e a encontrar soluções antes que o problema aconteça. O trabalhador é obrigado a pensar muito mais, mas colocando a inteligência humana a serviço do capital. Alves afirma em seu livro
“Trabalho e Subjetividade” que a captura da subjetividade do trabalho pelo capital “é a gestão do trabalho vivo e da força de trabalho”. O mesmo autor, citando Marx, afirma que “com as redes de informação tornou-se possível estar junto à distância”. O trabalhador social ou o trabalhador combinado, por meio das novas tecnologias de informação e comunicação, não apenas estendem (ou estreitam) o mesmo espaço/ tempo, mas podem virtualmente suprimi-lo com a constituição de um novo local de cooperação complexa, o ciber espaço.

Portanto, estas já são algumas características do trabalho à distância: uso da tecnologia, o trabalhador produzindo distante do local de trabalho, mas integrado ao processo produtivo no ciber espaço. Giovanni Alves afirma também que os investimentos em tecnologia, ciência e infraestrutura social “apresentam-se como um método, empregado pelo capital, para mediante o aumento de sua força produtiva explorá-lo mais lucrativamente, ou seja, a tecnologia vem para explorar ainda mais o trabalhador”.

Assim, a captura da subjetividade se dá por meio da coerção ou do consentimento, da manipulação de valores fetiche (trabalhar em casa), mas como afirma Ricardo Antunes, o sentido da captura da subjetividade é traduzido na figura do inspetor interior que perscruta com seu olhar as tarefas do trabalho de si e dos outros. O operário ou empregado torna-se patrão de si mesmo e dos outros, através de um corpo útil, produtivo e submisso conforme constatado por Alves.

Um exemplo atual desta tentativa da captura da subjetividade do trabalhador é o home office, ou tele trabalho (trabalho à distância), ou seja, trabalhar em casa. À primeira vista é uma proposta sedutora, afinal, quem não quer ficar em casa trabalhando, sem ter que enfrentar o trânsito, colegas chatos, chefes insuportáveis, entre outros fatores que geram insatisfação no trabalho?

Como no canto das sereias que nas lendas gregas enfeitiçavam os marinheiros levando os navios ao naufrágio com o choque nas rochas, o teletrabalho, neste aspecto, é sedutor e ao mesmo tempo perigoso, pois o trabalhador seduzido por esta proposta, também pode naufragar em sua ilusão. Não percebe os aspectos negativos desta mudança no modo de trabalhar.

Entendemos que o teletrabalho possui aspectos positivos e negativos, mas quem vai decidir é o servidor e, para discutir esse tema – os prós e os contras –, convidamos os servidores para participar das Rodas de Conversa que serão realizadas pelo Sindjus/RS em breve para debatermos este tema. Afinal, são os servidores os maiores interessados, usuários ou não desta nova modalidade de trabalho. É função dos sindicatos debater o tema para que o teletrabalho não seja mais uma fonte de sofrimento dos servidores. Não podemos esquecer, citando Giovanni Alves, que “a verdade da ideologia é mascarar as contradições sociais”.

Arthur Lobato é psicólogo, especialista em saúde do trabalhador e integra o Grupo de Trabalho do Teletrabalho criado pelo Sindjus.

http://www.sindjus.com.br/trabalhar-em-casa-a-captura-da-subjetividade-do-trabalhador/14511/

Fruto de reivindicação do Sindjus, curso de combate ao assédio moral teve aula inaugural nesta segunda (18)

 


Dirigentes do Sindjus-RS participam de curso da Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral do TJRS, iniciado nesta segunda-feira (18). O curso, uma proposta do sindicato para a comissão, é ministrado pelo psicólogo do trabalho Arthur Lobato, que também assessora o sindicato na área da regulamentação do teletrabalho e trabalhou junto ao CNJ na elaboração da Resolução nº 351, que trata do tema.

A atividade é voltada para um grupo de servidores, magistrados e chefias do Tribunal, com o objetivo de identificar e coibir práticas de assédio moral e sexual do ambiente laboral, sobretudo na prevenção de tais ocorrências. Segundo Janete Fabíola Togni, diretora executiva do Sindjus-RS, a iniciativa é de fundamental importância educativa para combater o assédio moral. “Os servidores das Justiças Estaduais estão mais sobrecarregados do que quaisquer outros setores da justiça nacional, pois atendem a tudo, físico, eletrônico e com um déficit de trabalhadores gigante”. No mesmo sentido, Arthur Lobato refere que “os servidores e servidoras estão absolutamente doentes, com metas impossíveis e sensação de incompetência por não conseguirem atingir essas metas. A pessoa trabalha quinze horas por dia, fim de semana, dia e noite, aumentando os conflitos familiares por consequência”. Um outro fator de agravamento desse quadro, segundo Lobato, são “as horas de redes sociais, as quais viraram verdadeiro espaço de ódio, aumentando e generalizando a ansiedade e as doenças laborais.”

O psicólogo aponta que “é necessário que todos se desconectem mais das redes sociais e dos atuais meios de comunicação, pelos quais somos bombardeados e demandados pela absurda quantidade de informações que atingem o nosso cérebro. “Todos precisamos de limites, pois estamos doentes. O assédio moral é inclusive incentivado em muitas empresas da iniciativa privada, sendo uma ferramenta e decorrência direta das políticas neoliberais”, assevera o professor.

O curso prosseguirá nos dias 25 de outubro e 03, 08, 17 e 24 de novembro, das 14h às 16h e pode ser assistido pelo YouTube, no canal do CJud do TJRS, por meio do link:

https://www.youtube.com/channel/UCFXtg-Ba3L737QzwIeEh0yw

 
http://www.sindjus.com.br/fruto-de-reivindicacao-do-sindjus-curso-de-combate-ao-assedio-moral-teve-aula-inaugural-nesta-segunda-18/14634/

Vitória do Serjusmig e dos concursados! TJ convoca mais 298 candidatos aprovados no concurso de 2017

 

A Direção do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) convocou mais 298 candidatos aprovados no concurso regido pelo Edital nº 01/2017. São 297 vagas para Oficial Judiciário, especialidade Oficial Judiciário e uma convocação para Oficial Judiciário, especialidade Comissário da Infância e da Juventude.

A convocação foi disponibilizada na edição do Diário do Judiciário eletrônico (DJe) desta quinta-feira (28) e atende a uma reivindicação permanente do SERJUSMIG, reforçada na mesa de negociações entre o TJ e os Sindicatos que representam os servidores e servidoras. Os candidatos devem manifestar, até o dia 10 de novembro de 2021 (5 dias úteis), o interesse na nomeação para as vagas, mediante resposta ao e-mail que lhes foi enviado.

Para o vice-presidente do SERJUSMIG, Eduardo Couto, “a convocação de quase 300 novos servidores representa uma vitória gigantesca para o Sindicato e para os candidatos aprovados no concurso, os quais aguardam ansiosamente pela nomeação. A medida também beneficiará os atuais servidores, tão sobrecarregados e, principalmente, a população mineira, que terá mais celeridade na prestação jurisdicional ofertada no Estado”, argumenta.

O diretor também relembra a luta do SERJUSMIG na defesa intransigente do concurso, desde a publicação do edital inaugural até essa convocação. “Esse concurso já estava vencido. Com muita luta do SERJUSMIG, de braços e mãos dadas com a comissão dos aprovados, nós conseguimos ressuscitar o concurso e possibilitar todas essas nomeações, mesmo em um momento de intenso ataque ao Serviço Público”, complementa.

Relembre aqui o histórico de lutas do SERJUSMIG na defesa do concurso público regido pelo Edital nº. 01/2017, desde a publicação do Edital, passando pela questão das cotas, primeiras nomeações, processo de escolha de Comarcas, garantia de validade do concurso após a unificação dos quadros do TJMG, vencimento do concurso e a luta pela suspensão do prazo de validade em razão da pandemia, a luta pela retomada das nomeações e pela prorrogação do prazo de validade do certame.

O SERJUSMIG continuará pleiteando novas nomeações, bem como lutando para que o concurso seja prorrogado por mais dois anos, trazendo mais segurança aos aprovados e economia para a Administração Pública.

O Sindicato parabeniza todos os 298 convocados e convocadas e desde já os convida para fazer parte da luta pela valorização da categoria e por Serviços Públicos de qualidade. Filie-se ao SERJUSMIG e fortaleça a nossa luta, pois juntos somos mais fortes!

 

SERJUSMIG
Unir, Lutar e Vencer

 

https://www.serjusmig.org.br/noticia/8233/vitoria-do-serjusmig-e-dos-concursados-tj-convoca-mais-298-candidatos-aprovados-no-concurso-de-2017

Assembleia encerra greve sanitária e rejeita proposta do TRT-3 para retorno de trabalho presencial

 A diretoria do Sitraemg explicou que segue dialogando com as administrações, cobrando medidas que minimizem os riscos de contágio do novo coronavírus

 

A Assembleia Geral Extraordinária do Sitraemg decidiu encerrar a Greve Sanitária da categoria. Realizada virtualmente na noite de quinta-feira (4), a assembleia avaliou que o avanço da vacinação e a retomada das atividades presenciais permitem o fim deste recurso.

A Greve Sanitária foi um expediente legal pensado para resguardar os servidores que não se sentissem seguros em retornar ao trabalho presencial.

O mecanismo foi utilizado por vários servidores, impedindo o corte de ponto quando um chefe exigiu o trabalho presencial mesmo diante de uma calamidade sanitária.

“Foi uma greve diferente. Sem ter um caráter paredista. Ela tinha uma função de proteger a saúde do servidor que se sentisse ameaçado”, explicou o coordenador do Sitraemg Helvécio Domingos Moreira.

Segundo disse, o objetivo da Greve Sanitária era dar guarida jurídica a quem achasse que sua saúde estivesse em risco. “A greve cumpriu esse objetivo”, avaliou.

Na assembleia, os servidores apontaram que existem problemas em instalações do Poder Judiciário, como prédios sem ventilação. A diretoria do Sitraemg explicou que segue dialogando com as administrações, cobrando medidas que minimizem os riscos de contágio pelo novo coronavírus.

“Problemas setoriais serão colocados nas negociações com os tribunais nos debates sobre o tema”, reforçou David Landau, coordenador do Sitraemg.

Assembleia rejeita proposta de retorno do TRT-3

Outra decisão da assembleia foi a de rejeitar a proposta do TRT-3 para o retorno ao trabalho presencial. Pela proposta de acordo do Tribunal, só seriam poupados do trabalho presencial aqueles servidores sem o primeiro ciclo vacinal completo cuja atribuição fosse de atendimento ao público.

Para o Sitraemg, entretanto, todos os servidores que não tenham o primeiro ciclo de vacinal completo, por não ter tido oportunidade de completá-lo, deveriam ser poupados do trabalho presencial.

Um dos exemplos apresentados na assembleia acontece no do Tribunal Superior do Trabalho, onde o acesso ao prédio está vedado para quem não tem o primeiro ciclo vacinal completo: servidor, magistrado, usuário, advogado etc.

Os diretores do sindicato pontuaram que o tema é objeto de análise pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O Sitraemg acionou o órgão por meio de um Procedimento de Controle Administrativo (PCA) questionando as regras estabelecidas pelo TRT-3.

Na assembleia debateu-se sobre os servidores que possuem comorbidades e que, involuntariamente, ainda não conseguiram completar o ciclo vacinal contra a covid-19. Uma das servidoras presentes, portadora de comorbidade, disse que tentaria permanecer em teletrabalho até que 70% da população esteja vacinada.

Assessoria de Comunicação

Sitraemg

 

http://www.sitraemg.org.br/assembleia-encerra-greve-sanitaria-e-rejeita-proposta-do-trt-3-para-retorno-de-trabalho-presencial/

 

Após meses de trabalho remoto, noção de produtividade é reavaliada


 

NAS debate: O tempo na aposentadoria e sua relação com a ansiedade

 


Semana de Valorização da Saúde e do Trabalho Seguro - 2021

 













https://www.youtube.com/watch?v=jgsRufA0CiE

 


 












https://www.youtube.com/watch?v=_WyOsJPQ7mQ

 


 












https://www.youtube.com/watch?v=njKyDajPyM4

VI CONGRESO IBEROAMERICANO SOBRE EL ACOSO LABORAL E INSTITUCIONAL "MARGARIDA MARIA SILVEIRA BARRETO"

 




segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Violencia en el mundo del trabajo

 


Home office pode piorar qualidade do sono e provocar insônia; veja estudo

 

A tendência da adoção definitiva do modelo híbrido de trabalho, aquele que alterna entre as atividades presenciais com o home office pode gerar dificuldades para o sono regular das pessoas e até aumentar ou provocar insônia. Segundo pesquisadores do Instituto do Sono, esse modelo de trabalho traz um desafio adicional, que consiste na mudança de horário entre os dias de atividades presenciais com home office. Enquanto nos dias de trabalho presencial, a pessoa precisa de mais tempo entre acordar e chegar ao posto de trabalho, ao ficar em casa é possível estender as horas de sono.

Além de quebrar a rotina do horário de dormir e acordar, o trabalho híbrido pode estragar a qualidade do sono pelo fato de que trabalhando em sistema remoto, as pessoas dividem seu tempo em casa entre trabalho, estudos dos filhos e rotina doméstica, dividindo a jornada de oito horas ao longo do dia para conseguir realizar todas as tarefas, hábito já observado no período da pandemia, quando o trabalho estava sendo desenvolvido só remotamente. “E as empresas flexibilizaram o trabalho que não tiveram mais receio de mandar um e-mail à meia-noite, esperando resposta”, disse o biomédico e pesquisador do Instituto do Sono, Gabriel Natan Pires.

De acordo com ele, para manter uma boa qualidade do sono, o indivíduo precisa seguir uma rotina com horários determinados para lazer, trabalho, alimentação e descanso e não seguir esses hábitos pode resultar até mesmo em reflexos negativos para o sistema imunológico. “É como se o nosso cérebro precisasse de pistas para entender quando chega hora de dormir e a hora de acordar”, comenta.

Segundo Pires, nos dias de home office, o trabalhador pode até dormir um pouco mais porque não precisará enfrentar o trânsito para chegar ao trabalho, mas é importante que inicie e encerre o expediente nos mesmos horários. “Esse esquema dará certo se a corporação zelar pela saúde mental do colaborador e o profissional não abrir mão do seu sono para aumentar a produtividade. Mesmo porque é uma utopia trabalhar até as 23 horas e achar que às 23h05 estará dormindo”.

Ele destaca que outro desafio para o trabalho híbrido é ter em casa um ambiente de trabalho adequado para não prejudicar a saúde e manter a rotina. Aqueles que já têm tendência à insônia precisam manter a regularidade do trabalho e dos hábitos saudáveis, porque qualquer alteração mínima pode piorar o quadro. "É preciso ter um regramento para ver se essa pessoa que está se dispondo ao trabalho híbrido consegue realmente se adequar isso. A ideia é a de que pessoas que não conseguem, prefiram o trabalho no escritório porque se a rotina incerta prejudica o sono, estar no escritório pode ser menos prejudicial”.

Pires ressaltou ser necessário que trabalhador e empresa negociem a forma mais confortável para que a produtividade se mantenha, mas a disponibilidade para isso varia de acordo com a ideologia da direção. "Há empresas que têm uma visão mais tradicional e não aceitam que o funcionário escolha seu horário de trabalho. A flexibilização é importante porque há pessoas com tendência fisiológica de acordar e dormir mais tarde, como há aquelas que acordam e dormem mais cedo. São as pessoas matutinas e as vespertinas. Isso é uma variação normal".

Trabalho remoto e insônia

Segundo Pires, a pandemia de covid-19 gerou outra pandemia, a de insônia, com pelo menos 60% das pessoas tendo seu sono prejudicado seja por conta da ansiedade devido à crise sanitária ou pelas alterações de rotina. A princípio a percepção era a de que o trabalho em casa poderia auxiliar as pessoas a dormirem melhor, porque teoricamente elas poderiam escolher seus horários de trabalho e não gastariam tempo de deslocamento, o que não ocorreu.

"Uma coisa é trabalhar em casa porque escolheu isso, outra é ter quer trabalhar porque foi imposto, sabendo que não tenho ambiente adequado e que tenho que ficar trancado, assim como meus filhos que não podem ir para a escola. Não foi um trabalho remoto adequado. Isso alterou a rotina e o sono perdeu espaço porque o trabalho em casa sem regra picotou e estendeu a jornada de trabalho, que ficou sem hora para terminar".

Um dos principais problemas para o sono é quando se leva o trabalho para o quarto, principalmente para quem tem insônia, porque para o sono natural e de qualidade acontecer é preciso que o cérebro desacelere aos poucos. Trabalhando até antes de dormir, leva-se tudo isso para a cama e no momento em que o cérebro deveria desacelerar a pessoa está levando o stress que o reacelera, gerando uma reação parecida com a de stress pós traumático, disse.

"Se eu comecei a levar o celular para a cama e comecei a estressar, com o tempo meu cérebro vai associar a minha cama com um ambiente de stress. No passado eu deitava na minha cama e o sono já vinha porque aquilo era um ambiente de relaxamento, agora não", explicou.

Pires disse que nenhum tipo de sono induzido é recomendado e que, apesar de sono ser um processo cerebral complexo, é preciso que aconteça naturalmente. Por isso é necessário entender que o sono deve ser uma prioridade na agenda e que a pessoa não seja privada de sono. "Se eu entender que quero dormir por volta das 22h, devo entender que a partir das 20h eu já tenho que começar a desacelerar. O sono tem que ser permitido e natural".

Piora do sono

Uma pesquisa do Instituto do Sono revelou que 55,1% apresentaram piora do padrão de sono durante a pandemia de covid-19, período no qual predominou o trabalho remoto. Além do aumento das preocupações, a mudança de rotina foi um dos motivos mencionados pelos mais de 1.600 participantes do levantamento, que citaram ainda o medo de adoecer, a insegurança financeira e a distância da família e amigos.

Segundo dados do o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), na fase mais aguda da pandemia, 11% dos brasileiros aderiram ao trabalho remoto, totalizando de 8,4 milhões de pessoas em 2020. Deste percentual, 63,9% eram da iniciativa privada, dos quais 51% eram ligados à educação, 38,8% ao setor financeiro e 34,7% a atividades de comunicação.

Dicas para assegurar uma boa noite de sono

- Mantenha uma rotina: estabeleça horários para o sono, alimentação, exercícios físicos, lazer, trabalho e atividades com a família.

- Arranje um lugar específico para trabalhar: procure um local da casa para desempenhar suas funções profissionais. Se possível, evite escolher o quarto. É importante que o cérebro associe o quarto como um ambiente ao descanso e tranquilidade, não a uma atividade estressante.

- Não leve o notebook ou celular para cama: o excesso de interatividade e a luz das telas desses aparelhos atrapalham o sono.

- Desacelere antes de dormir: pelo menos uma hora antes de se deitar faça uma atividade relaxante: tome banho, leia, ouça música, faça meditação ou qualquer outra atividade que ajude a desacelerar.

- Evite alimentos pesados e bebidas com cafeína: faça refeições leves até duas horas antes de deitar. Não tome café, energéticos e chá preto e outras infusões que contêm cafeína à noite.

- Exponha seu corpo à luz pela manhã: abra as janelas, caminhe pelo jardim ou pelo quintal. Assim você mostra ao seu cérebro que é dia e, portanto, hora de trabalhar.

- Conheça seu cronotipo: o ciclo circadiano, que compreende vigília e sono, dura cerca de 24 horas. Cada pessoa tem seus horários de preferência para dormir e acordar. O cronotipo é o nosso perfil de preferência circadiana.

 

https://www.itatiaia.com.br/noticia/home-office-pode-piorar-qualidade-do-sono-e-provocar-insonia-veja-estudo

Volta ao trabalho presencial é tema de reunião entre Sitraemg e presidência do TRT-3

 Sindicato também pautou a sobrecarga de trabalho dos assistentes de juízes em razão das transcrições das audiências

 

O retorno do atendimento presencial Justiça Trabalhista foi tema de debate entre o Sitraemg e a presidência do TRT-3. O encontro virtual aconteceu na tarde de terça-feira (19).

O Sitraemg reivindicou da presidência do Tribunal algumas medidas que diminuam os riscos de um surto do novo coronavírus nos fóruns e no próprio órgão.

Entre as reivindicações está a instalação de barreiras de acrílico para o atendimento ao público e o fornecimento de máscaras como Equipamento de Proteção Individual e de álcool em gel.

O Sitraemg reivindica, além disso, que alguns servidores não sejam obrigados a retornarem ao trabalho presencial: 1) aqueles que têm comorbidades; 2) os que convivem com pessoas nessas condições; 3) os que ainda não estejam com o ciclo vacinal completo; 4) os que convivem com idosos e com crianças.

Os representantes do sindicato argumentaram que apesar do avanço da vacinação contra a covid-19, pessoas dos grupos de risco são mais suscetíveis à doença. Além disso, as crianças abaixo de 12 anos ainda não estão sendo imunizadas, e infectologistas apontam que o número de casos neste grupo populacional tende a aumentar.

A presidência do TRT-3 argumentou que o retorno é importante pela função social exercida pela Justiça Trabalhista e que ele não está sendo feito de forma acelerada. Segundo a administração, outras atividades sociais estão sendo retomadas, como nas escolas e nas academias.

De acordo com a administração, foram distribuídos face shields a todas as varas e aos oficiais de justiça, bem como aos terceirizados. Além disso, as audiências estão reduzidas a um número mínimo e as instalações são amplas e bem ventiladas.

A preocupação do sindicato, debatida e deliberada em assembleia da categoria, é o risco de vir a ocorrer um surto de covid-19 nas dependências do TRT-3 ou nas varas trabalhistas.

Como não se chegou a um acordo, o sindicato vai realizar mais uma assembleia com a categoria para debater o tema. E como o assunto está em discussão no Conselho Nacional de Justiça, o Sitraemg informará a conselheira que está analisando o tema sobre este impasse.

Transcrições de audiência

Outro tema debatido na reunião foi a sobrecarga de trabalho que os assistentes de juízes estão submetidos desde que passaram a ter que transcrever as audiências.

A administração do TRT-3 reconhece que a transcrição aumenta a demanda de trabalho para estes profissionais. Contudo, segundo foi dito, trata-se de uma realidade que está sendo debatida no Conselho Superior da Justiça Trabalhista (CSJT) e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Portanto, a solução virá dessas instâncias superiores.

Segundo foi informado pela administração, o tema está na pauta da sessão ordinária do CSJT na próxima sexta-feira (22). Parte deste debate envolve um sistema desenvolvido por um juiz trabalhista de Caratinga (MG).

O magistrado estaria ajudando no desenvolvimento de um sistema que possibilita indicar em que parte do arquivo de áudio ou vídeo tal assunto foi abordado, o que agilizaria o trabalho de transcrição.

Para o Sitraemg, o tema é sensível e urgente, uma vez que, neste momento, assistentes de juízes estão adoecendo em razão da intensificação do trabalho por conta das transcrições.

Calculistas

O Sitraemg também apresentou uma demanda dos servidores que atuam como calculistas nas varas da Justiça do Trabalho. A administração já estaria estudando, por meio de uma comissão específica, a reestruturação do segmento.

Em assembleia setorial do Sitraemg, os servidores debateram o tema e decidiram reivindicar a manutenção das unidades centralizadas nos foros das cidades. Em defesa da manutenção do atual modelo, o sindicato argumentou que os calculistas dos foros nas cidades já conhecem bem as realidades locais.

O Sitraemg também defendeu o cumprimento da Resolução 296 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), que mantém a unidade centralizadora de calculistas por cidade/foro. Igualmente, o sindicato defendeu o cumprimento do anexo V da mesma resolução. O anexo estipula um mínimo de calculistas por Vara Trabalhista de acordo com a movimentação processual.

Como o assunto ainda está sendo estudado pela administração, não houve uma resposta por parte do Tribunal.

Participaram da reunião pelo Sitraemg os coordenadores regionais Alexandre Magnus e Helvécio Domingos Moreira, o coordenador executivo David Landau e o coordenador-geral Paulo José da Silva.

Pelo TRT-3: José Murilo de Morais (desembargador, presidente do tribunal), Ana Maria Amorim Rebouças e Maristela Iris da Silva Malheiros (respectivamente corregedora e vice-corregedora do TRT-3) e a servidora Sandra Pimentel Mendes, diretora-geral do tribunal.

Assessoria de Comunicação
Sitraemg

 

http://www.sitraemg.org.br/trabalho-presencial-e-tema-de-reuniao-entre-sitraemg-e-trt-3/