sábado, 28 de junho de 2008

Palestra sobre assédio é sucesso de público e de interatividade

Sucesso total: essa é a avaliação dos organizadores da “Palestra Contra o Assédio Moral no Trabalho”, ocorrida na noite da quinta-feira, 26/6/2008, no (lotado) auditório do Sitraemg. O professor doutor José Roberto Heloani fez uma apresentação clara, completa e esclarecedora. A atividade foi promovida pela “Comissão de Combate ao Assédio Moral no Trabalho SINJUS-MG/Serjusmig”, em parceria com o Sitraemg.

Na oportunidade, houve o lançamento e a distribuição aos participantes da cartilha “Combate ao Assédio Moral na Administração Pública”, elaborada pela “Comissão”. Os presentes também receberam uma cópia do programa “Conexão Solidária”, que tratou do tema. Exibido em 2007, tal programa teve três componentes da Comissão SINJUS-MG/Serjusmig entre os entrevistados: Robert Wagner (então secretário de comunicação do SINJUS-MG); Leonardo Militão (advogado) e Arthur Lobato (psicólogo).

Durante a palestra, o professor fez uma leitura panorâmica do assédio, dos perfis e posturas dos assediadores e das conseqüências dessa prática danosa. Heloani fez questão de ressaltar que, hoje, a forma como o trabalho está organizado favorece a prática. O excesso de cobranças, a hipercompetitividade, a crescente pressão às pessoas, que fazem muito mais coisas em tempo menor, foram alguns dos pontos elencados por ele. Ao abordar a questão no setor público, o professor disse considerar a situação ainda mais grave, destacando também que, cada vez mais, teorias típicas da iniciativa privada têm pautado gestores públicos, agravando o quadro. Além da excelência da explanação, o debate foi bastante participativo, com diversas intervenções e questionamentos. Após a palestra, houve um coquetel de confraternização. Clique aqui e veja algumas fotos do evento.


matéria publicada em 27-06-2008 no site http://www.sinjus.org.br/

ENCONTRO REGIONAL BH - "SERJUSMIG:EU INTEGRO ESTA FORÇA" SÁBADO 28-06-2008

ENCONTRO REGIONAL BH- “SERJUSMIG: EU INTEGRO ESTA FORÇA”
SÁBADO, 28/6 - A PARTIR DAS 8H30MIN - OTHON PALACE HOTEL - (Av. Afonso Pena, 1.050)



Saiba, oficialmente, sobre os assuntos de seu interesse, avalie as mudanças propostas, apresente suas críticas, observações e, principalmente, suas sugestões sobre a condução das ações do Sindicato.


CONFIRA A PROGRAMAÇÃO:

08:30 às 09:00 – Credenciamento e café da manhã.

09:00 às 09:20 – Abertura oficial com apresentação das lutas do Sindicato: “SERJUSMIG, Eu integro esta força”.

09:20 às 10:00 – Plano de Carreiras, Adicional de Desempenho (ADE) e Avaliação de Desempenho (AVD).

10:00 às 10:30 – Debates

10:30 às 12:00: - Palestra: “Consciência e Mudança de Comportamento” – Professor, Júlio Machado.

12:00 às 13:30 – Almoço.

13:30 às 14:00 – Palestra: Assédio Moral – Um inimigo invisível no local de trabalho – Professor, Jornalista e Psicólogo, Arthur Lobato.

14:00 às 14:30 – Ginástica Laboral – Fisioterapeuta, Sânia de Sousa Cançado.

14:30 às 16:00 – Temas diversos (convênios, Contribuição Compulsória de 3,2% para o IPSEMG; Ações Judiciais, Campanha salarial 2008, diligências, redesenho, Instituição da Gratificação de 20% sobre PJ 77 para os gerentes de Secretaria, PLC 26/07...).

16:00 às 16:30 – Debates16:30 – Encerramento com sorteio de brindes e Coffe-breack.


Atenção: Vamos discutir, juntos, os assuntos de interesse da 1ª Instância e decidirmos os rumos da nossa luta.

fonte: site Serjusmig - http://www.serjusmig.org.br/

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Convite lançamento cartilha: ASSÉDIO MORAL


Palestra e lançamento de cartilha - Combate ao Assédio Moral na Administração Pública

Assédio moral no Trabalho

Sindicatos se unem e trazem um dos maiores especialistas do país, para abordar o assédio moral na administração pública.

No dia 26 de junho (quinta-feira), Roberto Heloani, especialista em assédio moral vai proferir uma palestra sobre o ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO, no auditório do Sitraemg, rua Euclides da Cunha, 14, bairro Prado, a partir das 19h. Na oportunidade, SINJUS/MG e Serjusmig vão lançar uma cartilha, intitulada “Combate ao Assédio Moral na Administração Pública”.

O trabalho no mundo globalizado, caracterizado por competitividade, individualismo e produtividade, favorece a prática de um dos grandes males para a saúde física e mental dos trabalhadores: o Assédio Moral.

“Uma sociedade violenta e arrogante cria igualmente indivíduos violentos e arrogantes. Para que a sociedade mude é preciso que cada indivíduo que a compõe repense seus valores e se esforce para mudar”. Heinz Leymann

Para coibir esta prática são necessárias campanhas de esclarecimento em palestras, seminários e a criação de grupos de estudos sobre o tema. Além disso, é fundamental o fortalecimento e a união dos trabalhadores na denúncia dos abusos, dando visibilidade a essa violência.

Quem é o palestrante?
Professor e pesquisador da área de psicologia do trabalho, José Roberto Heloani é graduado em Direito pela Universidade de São Paulo, graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mestre em Administração pela Fundação Getulio Vargas, doutor psicologia pela Puc de São Paulo (1991) e pós-doutor pela USP. Atualmente, ele é professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade São Marcos e da FGV/SP. Heloani, ao lado da médica do trabalho Margarida Barreto (USP), é um dos idealizadores do site http://www.assediomoral.org.br/.

Palestra/Debate sobre Assédio Moral no Trabalho
Lançamento da Cartilha “COMBATE AO ASSÉDIO MORAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA”
Palestrante: José Roberto Heloani
Data: 26 de junho/2008 (quinta-feira)
Horário: A partir das 19h
Local: Auditório do Sitraemg
Rua Euclides da Cunha, 14 – bairro Prado
Promoção: SINJUS, SERJUSMIG, SITRAEMG

Contatos: 3213 5247 (SINJUS)
taisttf@yahoo.com.br
(31) 9806-3249 (Taís Ferreira)

domingo, 8 de junho de 2008

A CONSTRUÇÃO DE RELATOS DOS CASOS DE ASSÉDIO MORAL

* Arthur Lobato

A técnica da escuta do psicólogo sobre o livre discurso do servidor é a fonte primária para a elaboração escrita do discurso sob a forma de anamnese (o histórico do trabalho do servidor, os conflitos, quando os problemas começaram a acontecer...), para se entender se houve a prática do assédio moral, perseguição ou abuso de autoridade; situações que degradam o ambiente de trabalho e causam danos à saúde do servidor. A sistematização do discurso livre do servidor tem suas pontuações – os momentos onde aconteceu, o clímax, o fator desencadeante da doença – do sofrimento psíquico.

No atendimento do “Plantão do Assédio Moral” o discurso livre do servidor é, aos poucos, analisado pelo psicólogo, que tenta entende-lo, decifrar significantes - como nome de pessoas e situações vividas, sem que o discurso seja interrompido. Após ouvir, pontua-se momentos do discurso, para que o servidor os explique detalhadamente. São os pontos nevrálgicos do discurso, percebidos pela escuta do psicólogo. Construímos os relatos dos casos de assédio moral com a escuta do discurso, pela anamnese e, num segundo momento, juntamente com o servidor, preenchemos lacunas, re-significando significantes, separando o emocional do discurso, construindo assim um texto que é identificado pelo paciente como a tradução do que ele viveu ou esta vivendo.

Um dos últimos textos escritos por Sigmund Freud, o fundador da psicanálise, tem o sugestivo título de “Construções em Análise”. Em determinado momento Freud alude à técnica para construções em análise:“Se ele (o paciente) se entrega à associação livre, produz ainda idéias em que podemos descobrir alusões às experiências reprimidas, e derivados dos impulsos afetivos recalcados, bem como das reações contra eles. Finalmente há sugestões de repetições dos afetos pertencentes ao material reprimido, que podem ser encontradas em ações desempenhadas pelo paciente, algumas bastante importantes, outras triviais, tanto dentro quanto fora da situação analítica. Nossa experiência demonstrou que a relação de transferência que se estabelece com o analista é especificamente calculada para favorecer o retorno destas conexões emocionais”.

No segundo atendimento (retorno do servidor ao “Plantão do Assédio”, o caso já foi construído na forma de texto, analisado pelo viés da psicologia; do sindicalista - que percebe como a estrutura do trabalho esta possibilitando o adoecer do servidor; e pelo advogado, que busca dados para uma ação jurídica. É comum, durante o segundo atendimento, que algo não dito no primeiro atendimento seja a essência do discurso. Geralmente, começa-se assim: “Tem algo que esqueci de falar...”, ou então lacunas são preenchidas pelo servidor quando se faz a leitura da anamnese. No assédio moral, o discurso está repleto de afetos pertencentes ao material vivido e recalcado, e muitos servidores vivenciam a dor e o sofrimento no ato do discurso, daí a importância da relação de confiança e transferência que se estabelece entre o servidor e o analista, para favorecer o retorno destas conexões emocionais, que muitas vezes são chaves que elucidam porquê ocorreu ou esta ocorrendo o assédio moral.

Citando Freud novamente em Construções em Análise – “Pode-se por um momento parecer estranho que um fato tão fundamental não tenha sido apontado, mas imediatamente se perceberá que nada estava sendo retido nisso, que se trata de um fato universalmente conhecido e por assim dizer auto-evidente e que simplesmente é colocado em relevo aqui e examinado isoladamente para um propósito especifico. (...) Nossa tarefa é a de completar aquilo que foi esquecido a partir dos traços que deixou atrás de si ou mais corretamente construí-los. A ocasião e o modo como transmite suas construções à pessoa que esta sendo analisada, bem como, as explicações com que as faz acompanhar constituem o vínculo entre as duas partes do trabalho de análise”.
Portanto, nosso trabalho no plantão do assédio moral é a construção do caso para entender se houve a prática do assédio moral, quando começou, como foi exercido sobre o servidor e as conseqüências para sua saúde, e o que pode ser feito através de ações sindicais ou jurídicas.

*Arthur Lobato é psicólogo e trabalha no “Plantão de Combate ao Assédio Moral” no Sinjus e Serjusmig.

Artigo publicado no jornal Expressão Sinjus, em fevereiro de 2008

Seminário Nacional - Brasília - Abril 2008

fotos: Ariane Dias/Comunicação Serjusmig




Trabalho e Saúde dos Servidores do Judiciário
Perspectivas para uma ação unificada
16, 17, 18 de abril de 2008 - Brasília - DF
FENAJUD

Arthur Lobato, Margarida Barreto, Rui Viana



Encontro Regional Serjusmig Pouso Alegre

Palestra Assédio Moral
Palestrante: Arthur Lobato - Psicólogo e jornalista
Data: 26 abril 2008


fotos: Ariane Dias/comunicação Serjusmig






Encontro Regional Serjusmig Uberaba 31-05-2008

Palestra Assédio Moral
Palestrante: Arthur Lobato
Psicólogo e jornalista



fotos: Ariane Dias/comunicação Serjusmig





















Encontro Regional Serjusmig Uberlândia

Palestra: Assédio Moral




Palestrante:
Arthur Lobato
Psicólogo e jornalista


fotos: Ariane Dias/comunicação Serjusmig

Encontro Regional Serjusmig Uberlândia

Palestra: Assédio Moral






Palestrante:
Arthur Lobato
Psicólogo e jornalista


fotos: Ariane Dias/comunicação Serjusmig

Encontro Regional SERJUSMIG - Juiz de Fora

Palestra: Assédio Moral
Palestrante: Arthur Lobato - Psicólogo e jornalista
Data: 22-09-2007


fotos: Ricardo/Comunicação Serjusmig



Encontro Regional Serjusmig Juiz de Fora

Palestrante: Arthur Lobato
Juiz de Fora 22-09-2008










fotos: Ricardo/Comunicação Serjusmig

Encontro Regional Serjusmig Uberlândia







fotos: Ariane Dias/comunicação Serjusmig

Encontro Regional Serjusmig Uberlândia






fotos: Ariane Dias/comunicação Serjusmig

Encontro Regional Serjusmig Juiz de Fora

fotos: Ricardo/Comunicação Serjusmig









AÇÃO SINDICAL E ASSÉDIO MORAL

*Arthur Lobato

A incompetência é uma ameaça para a própria pessoa; a competência é uma ameaça para os outros” Amiel P. Marchio.

Estudos confirmam que as vítimas de assédio moral são geralmente pessoas questionadoras, competentes, e possuem um referencial ético que norteia sua vida e suas atitudes no trabalho. Já no processo de “vitimização” (tomar posições vitimárias), o trabalhador deturpa fatos, manipula pessoas, com o objetivo de esconder suas falhas. Por isso, de acordo com a psiquiatra e psicanalista Marie-France Hirigoyen, é importante o uso rigoroso do termo assédio moral, para se evitar a inclusão de elementos diferentes.

Resultados de pesquisas comprovam o dano emocional que as constantes humilhações, perseguições e violência moral no ambiente de trabalho provocam no trabalhador. Nunca devemos esquecer que no assédio moral as agressões são pontuais, repetidas, com a intenção de prejudicar, de atingir o outro, até desestabiliza-lo.

Muitas vezes, ações sindicais em prol dos direitos do trabalhador podem encontrar resistências em estruturas autoritárias e conservadoras, onde o exercício do poder é feito de forma inquestionável, “naturalizada”, isto é, “sempre foi assim e assim será”. Nesse caso, os sindicalistas devem estar alerta, pois, ao questionar, exigir mudanças e atuar politicamente em prol do trabalhador, eles também podem ser vítimas de assédio moral. O sindicalista deve estar atento à mudança de comportamento de suas chefias, ao afastamento do grupo de colegas, ao modo como é tratado após encampar denúncias que vão de encontro aos interesses da instituição. O sindicalista deve ter coragem, pois, “o medo é um motor indispensável ao assédio moral”.

Segundo Heinz Leymann, autoconfiança, autoestima, apoio irrestrito dos próximos são forças poderosas de resistência subjetiva, em estruturas de trabalho onde predomina o autoritarismo. “Uma sociedade violenta e arrogante cria igualmente indivíduos violentos e arrogantes. Para que a sociedade mude é preciso que cada indivíduo que a compõe repense seus valores e se esforce para mudar”. É papel dos sindicatos intervir em casos de gestão que causa adoecimento aos trabalhadores, “pois compete ao sindicato interpelar a direção e obrigá-la a mudar os métodos” afirma Marie-France. O sindicato pode também participar de mediações internas, atuando em planos de prevenção, conscientização, e até mesmo em comissões paritárias de saúde, mas deve ser o primeiro a agir no combate ao assédio moral no ambiente de trabalho.

Cabe ao sindicalista ter conhecimento de procedimentos que atentem contra a dignidade e a saúde do trabalhador, interpelar os responsáveis, formular representações à corregedoria, ao CNJ e até mesmo à justiça cível, na questão do dano moral. “Agir é decerto não só ajudar às vítimas a se tratar e reparar o mal que lhe fizeram, mas, tomar medidas concretas para fazer cessar tais comportamentos e, sobretudo modificar os contextos que os propiciaram”.

A luta contra o assédio moral é uma luta política do sindicato, encampada tanto pela diretoria como pelos servidores, pois, somente unidos seremos fortes para conseguir um ambiente de trabalho que não cause adoecimento ao trabalhador. Somente a partir das denúncias, o sindicato pode agir, constatando a existência da prática do assédio moral,como é feito, e por quem é executado. Assim, caso você seja vítima de assédio moral, faça sua denúncia pelo e-mail assediomoralnotj@yahoo.com.br. Procure o SINJUS-MG, agende no plantão de combate ao assédio moral, faça sua parte na luta contra o assédio moral no ambiente de trabalho.

* Arthur lobato é psicólogo, faz parte da comissão de combate ao assédio moral no Sinjus-MG / Serjusmig e Sitraemg.

Artigo publicado no jornal Expressão Sinjus nº 164 em junho de 2008

sexta-feira, 6 de junho de 2008

O SOFRIMENTO PSÍQUICO DA VÍTIMA

* Arthur Lobato

O sintoma é aquilo que emerge, que aparece, que denuncia o mal estar. As vítimas de assédio moral mantêm um sentimento de terem sido rejeitadas, maltratadas, desprezadas, humilhadas. Estudos demonstram que trabalhadores vítimas de assédio moral no trabalho, vivenciaram “uma jornada de humilhações”, conforme atesta Margarida Barreto em seu livro “Violência, Saúde e Trabalho (uma jornada de humilhações)”, versão original de sua dissertação de mestrado.

O assédio fragiliza emocionalmente e psiquicamente a vítima. Ser humilhado diariamente abala. Surgem sentimentos de culpa, baixa-estima, pensamentos obsessivos -“sou incompetente”-, dúvidas sobre a própria capacidade laboral. O trabalhador, sob forte stresse, causado pelo doloroso processo de assédio moral, apresenta vários sintomas como: crises de angústia, choro, desânimo, cansaço, nervosismo, insônia, taquicardia, perturbações gastro-intestinais, perda de libido. Aparentemente, esses sintomas não possuem relação com o assédio, mas eles podem ser efeitos das humilhações vividas no trabalho. Daí, a necessidade de se guardar os atestados médicos, exames clínicos, consultas a médicos, psicólogos e psiquiatras.

Muitas vezes, sem perceber, a vítima de assédio moral faz uso de medicamentos em excesso, bebe diariamente (alcoolismo), falta ao serviço sem justificativa (absenteísmo). O consumo indiscriminado de drogas lícitas e ilícitas vai aumentando, causando esgotamento físico e psíquico. No trabalho, apresenta queda de produtividade e qualidade do serviço. E o pior, não há respostas para as perguntas/esclarecimento de dúvidas - ambivalência do discurso do assediador. A falta de motivação e a inibição conduzem ao isolamento e a quadros depressivos.“Só de lembrar choro”. “Me revolto até hoje”. “Não posso nem passar perto da repartição”. “Na casa da justiça prevalece a injustiça”. “Não me conformo”.“Quero justiça, quero o resgate de minha dignidade”...

O impacto traumático do assédio é tão grande que o assediado não gosta de lembrar do acontecido, tem vergonha do que passou, e continua a se sentir culpado, (sem saber de quê), por muito tempo. Por isso, é importante que os servidores estejam unidos na defesa de seu bem maior, que é a saúde. Adoecer no ambiente do trabalho ocorre, muitas vezes, porque as pessoas não são solidárias, não querem se envolver“em problemas dos outros”, não querem participar de um processo de luta, de transformação, de não-aceitação da prática do assédio moral no trabalho.

É necessário que os sindicatos sejam representativos na luta por melhores condições de trabalho, e, isso só acontece com o envolvimento dos servidores nesse projeto político, que é a preservação da saúde e o combate ao assédio moral no ambiente de trabalho.

*Arthur Lobato é psicólogo e atua na comissão de combate ao assédio moral nos sindicatos SINJUS-MG, SERJUSMIG-MG E SITRAEMG.

Artigo publicado no jornal Expressão Sinjus nº 163 de 28 de maio de 2008

Assédio Moral no serviço público

Confira na edição 126 do SERJUSMIG NOTÍCIAS, artigo do psicólogo Arthur Lobato, sobre o ASSÉDIO MORAL NO SERVIÇO PÚBLICO.

* Arthur Lobato

O trabalho no mundo globalizado, caracterizado por competitividade, individualismo e produtividade é campo fértil para disseminação de um dos grandes males para a saúde física e mental dos trabalhadores: o Assédio Moral.

Segundo Mary France Hirigoyen, uma das maiores estudiosas do assunto, o assédio moral é toda conduta abusiva e repetitiva, manifestada por comportamentos, palavras ou gestos, que possam trazer danos à dignidade, integridade física e psíquica de uma pessoa no ambiente de trabalho. O Assédio Moral se manifesta, por exemplo, quando o funcionário é sobrecarregado; retirado de suas funções, com tarefas que não condizem com seu cargo; é isolado e tem seu trabalho subestimado. Trata-se de uma prática autoritária, desumana, que adoece física e psicologicamente, incapacitando o assediado, até que ele peça demissão, ou, seja demitido por justa causa.

No serviço público, o assunto deve ser amplamente debatido, pois apesar da estabilidade, o assédio se apresenta de formas sutis: na avaliação de desempenho, nas promoções, no apostilamento, na obrigação de executar tarefas com prazos impossíveis de serem cumpridos. Perseguida, a vítima é frustrada na possibilidade de ascensão funcional, se acomoda ou cai em depressão, necessitando, muitas vezes de licenças médicas.

Quem já atendeu vítimas de assédio moral percebe, imediatamente, como o discurso racional está entrelaçado com o afeto. A palavra (significante) possui vários significados, remetendo a períodos de dor e frustração.O dano psicológico e emocional está avançado e, muitas vezes, são necessários muitos anos de acompanhamento psiquiátrico e psicológico para a superação deste processo de agressão psicológica.A vítima de assédio moral deseja mais do que tudo o resgate de sua dignidade.

Diante das conseqüências nocivas à saúde física e mental dos trabalhadores, o assédio moral tem sido motivo de preocupação de diversos setores da sociedade organizada. Para coibir esta prática são necessárias campanhas de esclarecimento sobre o que é o Assédio Moral em palestras, seminários e grupos de estudos. Além disso, é fundamental o fortalecimento e a união dos trabalhadores na denúncia dos abusos, dando visibilidade a essas práticas abusivas, pois a próxima vítima pode ser você.

O SERJUSMIG-MG criou um grupo de estudos para debater, intervir e combater o Assédio Moral no serviço público.

Para isso, disponibilizou o email assediomoralnotjmg@yahoo.com.br , para denúncias, com sigilo absoluto, e um plantão de atendimento a vítimas de assédio moral, composto por psicólogo, advogado e sindicalista.

Somente unidos poderemos enfrentar este mal que assola a saúde dos trabalhadores.

*Arthur Lobato é psicólogo e pesquisador da questão do assédio moral

Artigo publicado no jornal SERJUSMIG NOTÍCIAS Nº 126, em março / abril de 2008