quinta-feira, 25 de setembro de 2008

PROGRAMA INTEGRA E INFORMA SERVIDORES

O Sindicato dos Servidores da Justiça de 1a Instância (Serjusmig) participou do Programa Servidor Integrado - Serin 2008, que contou também com a palestra do psicólogo Arthur Lobato sobre o Assédio Moral no Trabalho.

O objetivo do programa é integrar, orientar e informar os novos servidores. O evento aconteceu de 15 a 17 de setembro, na Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (EJEF), voltado para os servidores de 1a Instância.


Os novos servidores foram recebidos pelo superintendente da EJEF Reynaldo Ximenes Carneiro. Depois, foram abordados os temas: Missão, visão, valores e projetos sociais do TJMG e Os direitos e deveres dos Servidores pelo secretário especial da presidência do TJMG Luiz Carlos Gonçalo Elói, e os gerentes Maria das Mercês Simões e Robson Eduardo Fonseca Filho.

Participaram aproximadamente 420 servidores, sendo 174 na capital e 246 nas comarcas de Governador Valadares, Montes Claros, Varginha e Uberlândia, transmitido por videoconferência.

domingo, 21 de setembro de 2008

COMISSÃO DE COMBATE AO ASSÉDIO MORAL REÚNE-SE COM LIDERANÇAS SINDICAIS

A Comissão de Combate ao Assédio Moral SINJUS-MG/Serjusmig esteve reunida com lideranças representativas do funcionalismo público mineiro na tarde dessa terça-feira, 16/9/2008. Um dos objetivos do encontro foi articulação de visita ao gabinete do deputado Domingos Sávio, relator do PLC 45/08. O PLC trata do assédio moral no âmbito da administração do Estado e está em tramitação na Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), já tendo sido aprovado na Comissão de Constituição e Justiça.

Na oportunidade, foi eleita a comissão que irá até o deputado, formada por representantes do SINJUS-MG e demais entidades - Asthemg, Aspra, Sindute. Diante da importância da questão do assédio moral também para a administração do Estado, Geraldo Antônio, diretor do Sindipúblicos MG, entrará em contato com o vice-governador, Antônio Augusto Anastásia, a fim de apresentar o PLC 45/08, e pedir sua atenção ao tema. O estado de Minas Gerais atualmente não possui nenhum tipo de regulamentação para a questão do assédio moral, ficando atrás de Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que já possuem leis em vigor.

Robert França, coordenador-geral do SINJUS-MG e Rui Viana, vice-presidente do Serjusmig, apresentaram o trabalho desenvolvido pela comissão nos últimos dois anos e meio de atuação. Eles distribuíram as cartilhas desenvolvidas pelos Sindicatos, reforçando a importância de se dar visibilidade ao assunto, principalmente no serviço público.

Fonte: SINJUS-MG

sábado, 20 de setembro de 2008

SERJUSMIG, NA LUTA EM DEFESA DOS DIREITOS DOS SERVIDORES


Veja nesta edição artigo do psicólogo Arthur Lobato sobre "Modalidades de Assédio Moral".

Em defesa da saúde e da qualidade de vida do servidor, o Serjusmig lidera frentes de batalhas e levanta a bandeira contra o Assédio Moral.
Contra injustiças e perseguições, viaja o estado inteiro com seu corpo jurídico para defender os seus filiados em sindicâncias e processos administrativos.
É o SERJUSMIG na defesa dos direitos e interesses dos servidores do judiciário mineiro!

MODALIDADES DE ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO
* Arthur Lobato

O assédio moral afeta a integridade psíquica e física de uma pessoa, incapacitando-a para o trabalho, e é caracterizado por ataques sistemáticos repetitivos com a intenção de prejudicar. Em todo assédio moral existe a discriminação e não aceitação da diferença. Mas existem diversos tipos de assédio moral no trabalho.

O assédio moral vertical descendente é o mais comum. É aquele praticado pela chefia contra seu subalterno. Um gestor que constantemente desqualifica um servidor competente na avaliação de desempenho pode estar praticando assédio moral. Já o assédio moral vertical ascendente é quando algum subordinado pratica o assédio moral contra o chefe.

No serviço público, este tipo de assédio moral geralmente é exercido pelo grupo de servidores contra o gestor. Pode ser o caso do grupo que não aceita a nomeação de um novo gestor ou do grupo que se une contra o gerente por causa do excesso de rigor na avaliação de desempenho.

Uma avaliação de desempenho feita sem critérios, onde a nota máxima é dada para todos, pode trazer insatisfação de parte do grupo, que se revolta pelo benefício aos menos capacitados e a falta de valorização dos mais competentes.

Quando o assédio moral acontece entre colegas é chamado de assédio moral horizontal. Parte do grupo exerce o assédio contra outro grupo: mais novos contra os mais velhos; mais capacitados que almejam promoções e discriminam aqueles que consideram menos capacitados. Prática que causa danos a todos.

Em todo assédio moral há manipulação para se adquirir poder, sendo que a inveja, o ciúme e a rivalidade funcionam como combustível para o assédio moral.

O importante é perceber também a questão da vitimização - quando o servidor ou gestor utiliza-se de conceitos do assédio moral em benefício próprio ou para prejudicar outros, fazendo-se de vítima de assédio moral. Independentemente dos tipos de assédio, é necessário denunciar esta prática, pois todo processo de assédio moral, se não for impedido, pode causar danos irreversíveis à saúde do trabalhador, prejudicando o ambiente de trabalho como um todo.

Canal de denúncias contra a prática do assédio moral: assediomoralnotjmg@yahoo.com.br

* Arthur Lobato é psicólogo e coordenador de grupos de combate ao assédio moral no trabalho

Publicado no SERJUSMIG NOTÍCIAS edição 127, de julho de 2008

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Palestra: Assédio Moral – Um inimigo invisível no local de trabalho






fotos: Ariane Dias/comunicação Serjusmig

A Palestra: Assédio Moral – Um inimigo invisível no local de trabalho fez parte da programação do Encontro Regional do SERJUSMIG - Sindicato dos Servidores da Justiça de 1a Instândia do Estado de Minas Gerais.

O psicólogo Arthur Lobato, coordenador do "Plantão de Combate ao Assédio Moral" em vários sindicatos, destacou na palestra a importância de se denunciar a prática de ASSÉDIO MORAL. Para Lobato todo processo de assédio moral, se não for impedido, pode causar danos irreversíveis à saúde do trabalhador, prejudicando também o ambiente de trabalho como um todo.

ENCONTRO REGIONAL BH- “SERJUSMIG: EU INTEGRO ESTA FORÇA”SÁBADO, 28/6 OTHON PALACE HOTEL - (Av. Afonso Pena, 1.050)

Assédio Moral

Veja nesta edição artigo:
Uma triste história real, relatada pelo psicólogo Arthur Lobato

O jornal Expressão Sinjus 167 publicou o relato de um dos casos de Assédio Moral no trabalho trazidos à Comissão de Combate ao Assédio Moral do Sindicato dos Servidores da Justiça de segunda instância do estado de Minas Gerais.
Combater e denunciar o assédio moral não é uma opção é, isto sim, uma obrigação de cada um de nós.
É a impunidade que faz esse tipo de ocorrência continuar afetando a vida dos trabalhadores.
O SINJUS-MG vem trabalhando intensamente no combate a práticas que configurem assédio moral no ambiente deprofissional. Esse trabalho visa garantir qualidade de vida para o servidor nos diferentes setores do judiciário e evitar que fatos como estes, narrados a seguir, voltem a ocorrer.
O assédio moral é um processo longo e doloroso para quem sofre os ataques repetidos, sistematizados, com intencionalidade de prejudicar, humilhar e transformar um trabalhador ativo e competente em um doente crônico, improdutivo, inútil - um "lixo", conforme depoimentos no plantão de combate ao assédio moral.
A vítima deseja, mais do que tudo, resgatar sua dignidade. No caso relatado, a pessoa que adoeceu por causa do assédio concordou com esta publicação, para que aqueles que praticaram o assédio moral tenham consciência do mal que fizeram, e para que sirva de alerta para que outras pessoas não adoeçam, por não perceber que estão sendo vítimas da prática de assédio moral.
Tentemos nos colocar no lugar desta servidora, que, durante 25 anos, se dedicou ao seu serviço. "Minha vida era meu trabalho", disse ela no Plantão de Combate ao Assédio Moral. Após um longo e doloroso processo de assédio, ela, que ingressara como servidora por meio de concurso, foi "aposentada à força", segundo suas próprias palavras. Tendo curso superior, conseguiu ocupar um cargo de chefia, "com muita luta trabalho e competência, pois sempre gostei de trabalhar, apesar de estar em ‘um ninho de cobras’, cercada por pessoas improdutivas, nomeadas por ‘peixada’”. Ao assumir o cargo de chefia, começou a ser assediada - sem saber - pelas próprias colegas, e também por um "superior", que desejava a nomeação de outra funcionária.
O assédio se manifestava por meio de fofocas, maledicências e desrespeito à hierarquia (nãocumprimento de ordens e de horários, faltas constantes). Apesar de ela ter um cargo de chefia, o grupo de servidores se recusava a aceitar ordens e regras. Com as recusas em executar o serviço, faltas e atrasos, o trabalho se acumulava. O grupo humilhava a diretora. Quando esta relatou aos superiores o acontecido, para seu espanto, a portas fechadas, foi tratada de forma ríspida, com gritos e termos de baixo calão. Humilhada, teve que ouvir calada que ela não era nada e estava implicando com amigas de gente poderosa e influente. Nesse momento do depoimento, o emocional acompanha as palavras, o choro é uma descarga motora para aliviar a dor, pois a humilhação deixa marcas permanentes em quem foi vítima de assédio moral. "Estou nervosa (...) até hoje estou em tratamento (...) tomo muitos medicamentos (...) estou muito triste com tudo (...) agora eu vejo, estava em um ninho de cobras".
Desde que ocupou o cargo de chefia, foram sete anos de luta, de sabotagem - "me infernizaram". Os fatos a levaram a constantes crises de choro, devido à sua impotência para mudar o acontecido, pois o grupo se recusava a trabalhar, ficavam ao telefone em ligações que tratavam de assuntos pessoais, saíam do local de trabalho quando bem queriam, e ela, como chefe, alternava sentimentos de impotência, raiva, frustração, caindo em depressão.
Além das humilhações, havia o excesso de trabalho. "Trabalhava por 10", conforme suas palavras, e o superior hierárquico "comendo meu fígado", quando reclamava. Assim, foi obrigada a suportar o insuportável, com todas as conseqüências somáticas, psíquicas e emocionais.Consolidando a tática do assédio moral, alguém do grupo se fez de "amiga" desta servidora, mas, conforme se descobriu mais tarde, era tudo fingimento, pois essa "amiga" queria o cargo de chefia. Foi quando aconteceu a ruptura emocional: durante as férias, morreu o “amado” pai dessa diretora.
Em muitos casos, o assediador, ou seja, aquele que pratica o assédio moral, se aproveita de um momento de fragilidade emocional da vítima para intensificar o ataque. Sabemos a dor que nos causa a perda de um ente querido, e o tempo de luto que é necessário para tentar superar essa dor. É justamente nesse período de luto, de dor, de perda, em que o choro é um demonstrativo de nossa fragilidade, que o assédio moral é executado com mais intensidade, de forma perversa, com objetivo de destruir a pessoa.
A vítima foi, então, convocada a ir ao Tribunal, apesar de estar de férias e ter acabado de enterrar o pai. Tinha sido feita uma "armação" com o objetivo de lhe tirar o cargo de chefia. "Foi o pior dia de minha vida, pois perdi meu pai". Deprimida, não comia, não dormia, chorava muito. Depois das férias, pediu licença saúde, mas "se o luto se transforma em melancolia" (Freud), a depressão impera. Na volta ao trabalho, não teve solidariedade, foi constantemente humilhada e desrespeitada, "chorando muito, de cabeça baixa, abatida, assumiu tanto o trabalho como o apoio a sua mãe". Nesse momento de total fragilidade, o grupo e o superior hierárquico se uniram contra ela, para destruí-la de vez. Foi exigida, pelo superior, a instauração de um processo administrativo, com o objetivo de tirar-lhe o cargo de chefia. Ao conversar com ele, descobriu que seu cargo já tinha sido prometido para uma de suas funcionárias, já que ela estava há seis meses de licença. E a humilhação foi maior porque ela tinha curso superior, e a "nova" chefia tinha somente o primeiro grau de escolaridade, ou seja, não possuía nenhuma especialização da área do departamento. Ao tentar audiência com o chefe superior, este se recusou a recebê-la. Por meio de uma ligação anônima, ouviu ao telefone alguém dizer: "Você é uma batata-quente". Alguém do alto escalão assediou quem poderia ajudar essa servidora, e as portas foram se fechando, ninguém mais a recebia.
Desesperada, enviava correspondências, mas não recebia respostas. Para sobreviver a este brutal e impiedoso processo de assédio moral, teve que tirar mais licenças médicas; esgotada, deprimida, humilhada, impotente. As licenças serviam como combustível para que o assédio continuasse, denegrindo, assim, seu nome, sua honra, sua competência. Foi proibida de entrar no Tribunal e abalada emocionalmente. Sem apoio de ninguém, reforçava-se o discurso de a servidora ser "louca", portanto, tinha que ser afastada do cargo. O assédio moral está quase concluído. Destruiu emocionalmente uma pessoa, minou sua capacidade de trabalho e, agora, o seu afastamento do cargo era questão de tempo, pois ela "já não tinha mais capacidade de exercer o cargo".
Essa servidora contava tempo para o apostilamento, mas não para a aposentadoria. Foi aposentada por invalidez, com todas as perdas salariais que isso traz, e a humilhação, como um câncer, crescia a cada dia.
Assim, a servidora, após um longo e extenuante processo de assédio moral, de competente, virou incompetente; de produtiva no trabalho, virou uma servidora doente, incapacitada para o trabalho, destruída psíquica e emocionalmente. "Sujaram meu nome, sou honrada, concursada, competente e não uma batata-quente". "Não sou amiga degente poderosa, mas exijo respeito, pois nunca pude me defender, isto dói, magoa (...) Desenvolvi medo paranóico de que iriam me matar. Não passava nem no quarteirão de minha repartição. Parentes meus pegavam meu salário. Tinha direitos que não foram respeitados. Meu nome ficou sujo. Colegas do Tribunal passavam por mim pela rua e fingiam que não me conheciam, por causa de fofocas". O caso era evitado pelos que poderiam ajudar. Ela ficou com fama de ter desacatado superiores, ficou sabendo que funcionárias foram ameaçadas, "quem a ajudasse sairia fora".
Por tudo isso, essa servidora, adoecida por causa do assédio, apesar de envergonhada e humilhada, concordou em tornar público este depoimento. Mais do que a revisão de valores de sua aposentadoria, ela quer seu nome limpo. Quer que aqueles que lerem este texto reconheçam de quem se está falando, percebam o mal que fizeram a este ser humano, reflitam, e, pelo menos, se arrependam. Quer que sirva de exemplo também para quem está sofrendo assédio moral resolva denunciar essas práticas ao sindicato, antes que o mal seja irreversível. Essa servidora, além de ter perdido sua vida profissional, até hoje faz uso de medicamentos psiquiátricos e necessita de acompanhamento terapêutico para enfrentar a dor e suportar conviver com a humilhação, ferida que não se cicatriza, dor que a levou até mesmo a pensamentos suicidas - forma desesperada de por fim à dor.
Como profissionais de saúde, sindicalistas, seres humanos, não podemos permitir que tais práticas continuem acontecendo no ambiente de trabalho. Nesse caso, todos os esforços jurídicos serão utilizados. Mas, além da compensação financeira, o mais importante para essa servidora é o resgate de sua honra, de sua dignidade - "Sujaram meu nome e eu não pude me defender. Quero limpar meu nome", emociona-se. Por isso, antes que seja tarde demais, insistimos na prevenção, para evitar que o assédio ocorra.
Este relato segue a veracidade das palavras proferidas pela servidora e prova, na prática, o que já é comprovado por especialistas e pela literatura científica.
* Arthur Lobato
psicólogo e jornalista

Artigo publicado no jornal Expressão SINJUS-MG 167 de 28 de agosto de 2008

PLC 45/08 Comisssão de Combate ao Assédio Moral participa de nova reunião na ALMG

Articular toda a categoria de servidores do funcionalismo estadual de Minas Gerais e dar maior visibilidade à questão do assédio moral. Com esse propósito, nesta sexta-feira, 12/9/2008, a “Comissão de Combate ao Assédio Moral SINJUS-MG/Serjusmig” reuniu-se, mais uma vez, com representantes dos deputados Sargento Rodrigues (PDT) e André Quintão, a fim de avaliar as estratégias que serão utilizadas para que o Projeto de Lei Complementar (PLC) 45/08 (que trata do combate ao assédio no âmbito do Estado), de autoria de Rodrigues e Quintão (PT), não seja barrado nas próximas comissões.

Para fortalecer a luta pela aprovação do PLC, o SINJUS-MG convocou representantes do serviço público estadual. Miriam Cardoso, representando o Sindpúblicos esteve presente à reunião. Os esforços para que seja regulamentada a questão do assédio moral na administração pública é uma bandeira coletiva. Como fruto dessa parceria, foi agendada um encontro, para a próxima terça-feira, 16/9/2008, no Sindipol/MG, onde representantes de todo o funcionalismo poderão avaliar e articular a postura da categoria diante da tramitação do PLC.

No dia 24/9/2008, o Projeto passará pela Comissão de Administração Pública e demandará esforços para que não seja barrado (uma vez que proposta similar já foi derrubada nessa comissão). Portanto, ficou acertado que, na próxima semana, após a reunião com os representantes do funcionalismo de Minas Gerais, será designada uma comissão que visitará o relator do PLC, deputado Domingos Sávio, com o propósito de sensibilizá-lo sobre a importância da questão. (Fonte: SINJUS-MG)

http://www.sinjus.org.br/sinjus/modulos.php?nome=noticias&arquivo=visu_not&id_not=9520

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Assédio moral e estágio probatório




*Arthur Lobato

Passar em um concurso público é, cada dia mais, o sonho de muitos brasileiros. A estabilidade e as possibilidades de ascensão profissional são fatores motivadores. Mas, ser aprovado é apenas a primeira etapa, pois a seguir vem o estágio probatório.

Os novos servidores vão enfrentar uma série de desafios - o aprendizado do trabalho, o relacionamento com colegas, chefes e público -, e vão perceber que há muito serviço a ser feito.

O respeito à hierarquia e à autoridade das chefias são elementos importantes na organização do trabalho, assim como, os deveres e direitos dos servidores. No estágio probatório é importante que os novos servidores exerçam seu trabalho com qualidade, mas cabe também às chefias gerenciar e compreender as dificuldades. Somente a prática diária faz com que a produtividade aumente e as metas sejam alcançadas.

É importante que o rigor com a qualidade do trabalho não seja motivo de conflitos e práticas autoritárias - humilhações, perseguições, agressão verbal ou violência moral no ambiente de trabalho. É preocupação do SINJUS-MG, como representante dos servidores do TJMG, impedir que aconteça o assédio moral no trabalho. Ou seja, condutas inapropriadas com o objetivo de prejudicar a pessoa, através de ataques sistematizados e repetidos, com intencionalidade de destruir psíquica e emocionalmente o servidor, que adoece e torna-se inapto ao trabalho.

Como o assédio moral é um processo realizado ao longo do tempo, é importante impedir que aconteça, e, caso esteja acontecendo, é essencial impedir sua continuação. Pessoas que se sintam prejudicadas pela prática do assédio moral devem procurar o sindicato para esclarecimentos e denúncia.

Não devemos esquecer que existe assédio vertical e horizontal. No primeiro, há o poder da chefia. Já o segundo acontece entre os próprios colegas de trabalho, mas o mal causado tem a mesma intensidade.


*Psicólogo e membro de comissões de combate ao assédio moral em sindicatos

Publicado no jornal Expressão Sinjus 168 - 17 de setembro de 2008

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

TJMG: NOVOS SERVIDORES RECEBEM ORIENTAÇÕES DO SERIN

















fotos: Dinorá Oliveira/comunicação Sinjus-MG

Cento e seis novos servidores do Tribunal e Justiça de Minas Gerais (TJMG), participaram do Serin (Programa Servidor Integrado), organizado pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (EJEF).



Os participantes assistiram à palestra do psicólogo Arthur Lobato (foto) sobre o Assédio Moral e as ações para a prevenção. Eles também receberem a cartilha de Combate ao Assédio Moral editada pelo Sinjus e Serjusmig, sindicatos que lutam contra esta prática.

Assédio moral: uma história real






Combater e denunciar o assédio moral não é uma opção é, isto sim, uma obrigação de cada um de nós.




É a impunidade que faz esse tipo de ocorrência continuar afetando a vida dos trabalhadores.

O SINJUS-MG vem trabalhando intensamente no combate a práticas que configurem assédio moral no ambiente deprofissional. Esse trabalho visa garantir qualidade de vida para o servidor nos diferentes setores do judiciário e evitar que fatos como estes, narrados a seguir, voltem a ocorrer.

O assédio moral é um processo longo e doloroso para quem sofre os ataques repetidos, sistematizados, com intencionalidade de prejudicar, humilhar e transformar um trabalhador ativo e competente em um doente crônico, improdutivo, inútil - um "lixo", conforme depoimentos no plantão de combate ao assédio moral.

A vítima deseja, mais do que tudo, resgatar sua dignidade. No caso relatado, a pessoa que adoeceu por causa do assédio concordou com esta publicação, para que aqueles que praticaram o assédio moral tenham consciência do mal que fizeram, e para que sirva de alerta para que outras pessoas não adoeçam, por não perceber que estão sendo vítimas da prática de assédio moral.

Tentemos nos colocar no lugar desta servidora, que, durante 25 anos, se dedicou ao seu serviço. "Minha vida era meu trabalho", disse ela no Plantão de Combate ao Assédio Moral. Após um longo e doloroso processo de assédio, ela, que ingressara como servidora por meio de concurso, foi "aposentada à força", segundo suas próprias palavras. Tendo curso superior, conseguiu ocupar um cargo de chefia, "com muita luta trabalho e competência, pois sempre gostei de trabalhar, apesar de estar em ‘um ninho de cobras’, cercada por pessoas improdutivas, nomeadas por ‘peixada’”. Ao assumir o cargo de chefia, começou a ser assediada - sem saber - pelas próprias colegas, e também por um "superior", que desejava a nomeação de outra funcionária.

O assédio se manifestava por meio de fofocas, maledicências e desrespeito à hierarquia (nãocumprimento de ordens e de horários, faltas constantes). Apesar de ela ter um cargo de chefia, o grupo de servidores se recusava a aceitar ordens e regras. Com as recusas em executar o serviço, faltas e atrasos, o trabalho se acumulava. O grupo humilhava a diretora. Quando esta relatou aos superiores o acontecido, para seu espanto, a portas fechadas, foi tratada de forma ríspida, com gritos e termos de baixo calão. Humilhada, teve que ouvir calada que ela não era nada e estava implicando com amigas de gente poderosa e influente. Nesse momento do depoimento, o emocional acompanha as palavras, o choro é uma descarga motora para aliviar a dor, pois a humilhação deixa marcas permanentes em quem foi vítima de assédio moral. "Estou nervosa (...) até hoje estou em tratamento (...) tomo muitos medicamentos (...) estou muito triste com tudo (...) agora eu vejo, estava em um ninho de cobras".

Desde que ocupou o cargo de chefia, foram sete anos de luta, de sabotagem - "me infernizaram". Os fatos a levaram a constantes crises de choro, devido à sua impotência para mudar o acontecido, pois o grupo se recusava a trabalhar, ficavam ao telefone em ligações que tratavam de assuntos pessoais, saíam do local de trabalho quando bem queriam, e ela, como chefe, alternava sentimentos de impotência, raiva, frustração, caindo em depressão.

Além das humilhações, havia o excesso de trabalho. "Trabalhava por 10", conforme suas palavras, e o superior hierárquico "comendo meu fígado", quando reclamava. Assim, foi obrigada a suportar o insuportável, com todas as conseqüências somáticas, psíquicas e emocionais.

Consolidando a tática do assédio moral, alguém do grupo se fez de "amiga" desta servidora, mas, conforme se descobriu mais tarde, era tudo fingimento, pois essa "amiga" queria o cargo de chefia. Foi quando aconteceu a ruptura emocional: durante as férias, morreu o “amado” pai dessa diretora.

Em muitos casos, o assediador, ou seja, aquele que pratica o assédio moral, se aproveita de um momento de fragilidade emocional da vítima para intensificar o ataque. Sabemos a dor que nos causa a perda de um ente querido, e o tempo de luto que é necessário para tentar superar essa dor. É justamente nesse período de luto, de dor, de perda, em que o choro é um demonstrativo de nossa fragilidade, que o assédio moral é executado com mais intensidade, de forma perversa, com objetivo de destruir a pessoa.

A vítima foi, então, convocada a ir ao Tribunal, apesar de estar de férias e ter acabado de enterrar o pai. Tinha sido feita uma "armação" com o objetivo de lhe tirar o cargo de chefia. "Foi o pior dia de minha vida, pois perdi meu pai". Deprimida, não comia, não dormia, chorava muito. Depois das férias, pediu licença saúde, mas "se o luto se transforma em melancolia" (Freud), a depressão impera. Na volta ao trabalho, não teve solidariedade, foi constantemente humilhada e desrespeitada, "chorando muito, de cabeça baixa, abatida, assumiu tanto o trabalho como o apoio a sua mãe". Nesse momento de total fragilidade, o grupo e o superior hierárquico se uniram contra ela, para destruí-la de vez. Foi exigida, pelo superior, a instauração de um processo administrativo, com o objetivo de tirar-lhe o cargo de chefia. Ao conversar com ele, descobriu que seu cargo já tinha sido prometido para uma de suas funcionárias, já que ela estava há seis meses de licença. E a humilhação foi maior porque ela tinha curso superior, e a "nova" chefia tinha somente o primeiro grau de escolaridade, ou seja, não possuía nenhuma especialização da área do departamento. Ao tentar audiência com o chefe superior, este se recusou a recebê-la. Por meio de uma ligação anônima, ouviu ao telefone alguém dizer: "Você é uma batata-quente". Alguém do alto escalão assediou quem poderia ajudar essa servidora, e as portas foram se fechando, ninguém mais a recebia.

Desesperada, enviava correspondências, mas não recebia respostas. Para sobreviver a este brutal e impiedoso processo de assédio moral, teve que tirar mais licenças médicas; esgotada, deprimida, humilhada, impotente. As licenças serviam como combustível para que o assédio continuasse, denegrindo, assim, seu nome, sua honra, sua competência. Foi proibida de entrar no Tribunal e abalada emocionalmente. Sem apoio de ninguém, reforçava-se o discurso de a servidora ser "louca", portanto, tinha que ser afastada do cargo. O assédio moral está quase concluído. Destruiu emocionalmente uma pessoa, minou sua capacidade de trabalho e, agora, o seu afastamento do cargo era questão de tempo, pois ela "já não tinha mais capacidade de exercer o cargo".

Essa servidora contava tempo para o apostilamento, mas não para a aposentadoria. Foi aposentada por invalidez, com todas as perdas salariais que isso traz, e a humilhação, como um câncer, crescia a cada dia.

Assim, a servidora, após um longo e extenuante processo de assédio moral, de competente, virou incompetente; de produtiva no trabalho, virou uma servidora doente, incapacitada para o trabalho, destruída psíquica e emocionalmente.

"Sujaram meu nome, sou honrada, concursada, competente e não uma batata-quente". "Não sou amiga degente poderosa, mas exijo respeito, pois nunca pude me defender, isto dói, magoa (...) Desenvolvi medo paranóico de que iriam me matar. Não passava nem no quarteirão de minha repartição. Parentes meus pegavam meu salário. Tinha direitos que não foram respeitados. Meu nome ficou sujo. Colegas do Tribunal passavam por mim pela rua e fingiam que não me conheciam, por causa de fofocas". O caso era evitado pelos que poderiam ajudar. Ela ficou com fama de ter desacatado superiores, ficou sabendo que funcionárias foram ameaçadas, "quem a ajudasse sairia fora".

Por tudo isso, essa servidora, adoecida por causa do assédio, apesar de envergonhada e humilhada, concordou em tornar público este depoimento. Mais do que a revisão de valores de sua aposentadoria, ela quer seu nome limpo. Quer que aqueles que lerem este texto reconheçam de quem se está falando, percebam o mal que fizeram a este ser humano, reflitam, e, pelo menos, se arrependam. Quer que sirva de exemplo também para quem está sofrendo assédio moral resolva denunciar essas práticas ao sindicato, antes que o mal seja irreversível. Essa servidora, além de ter perdido sua vida profissional, até hoje faz uso de medicamentos psiquiátricos e necessita de acompanhamento terapêutico para enfrentar a dor e suportar conviver com a humilhação, ferida que não se cicatriza, dor que a levou até mesmo a pensamentos suicidas - forma desesperada de por fim à dor.

Como profissionais de saúde, sindicalistas, seres humanos, não podemos permitir que tais práticas continuem acontecendo no ambiente de trabalho. Nesse caso, todos os esforços jurídicos serão utilizados. Mas, além da compensação financeira, o mais importante para essa servidora é o resgate de sua honra, de sua dignidade - "Sujaram meu nome e eu não pude me defender. Quero limpar meu nome", emociona-se. Por isso, antes que seja tarde demais, insistimos na prevenção, para evitar que o assédio ocorra.

Este relato segue a veracidade das palavras proferidas pela servidora e prova, na prática, o que já é comprovado por especialistas e pela literatura científica.

* Arthur Lobato
psicólogo e jornalista


Artigo publicado no jornal Expressão SINJUS-MG 167 de 28 de agosto de 2008

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Assédio Moral é Combatido no Congresso Nacional de Jornalistas

fotos: Taís Ferreira





Jornalistas de 31 sindicatos de todo o país aprovam tese de Combate ao Assédio Moral no Congresso Nacional dos Jornalistas realizado em São Paulo de 20 a 24 de agosto.






A tese foi defendida pelo jornalista e psicólogo Arthur Lobato atual diretor de fiscalização do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e diretor executivo da FENAJ. Lobato já realiza estudos, palestras e pesquisas na área e coordena grupos de trabalho nos sindicatos Sinjus-MG, Serjusmig e Sitraemg.


Confira a tese na íntegra: