quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral



O psicólogo Arthur Lobato fala sobre o Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral- DSTCAM do SITRAEMG.

Para saber mais sobre as propostas do Departamento de Saúde acesse o site do SITRAEMG, localize o banner e acompanhe as reportagens, pesquisas e artigos sobre o tema.

INÍCIO DAS ATIVIDADES JUNTO À CATEGORIA:
  • Atendimento às vítimas de Assédio Moral e outras violências no ambiente de trabalho, divulgado através de reportagem, ressaltando o canal de denúncias: denuncia.assedio@sitraemg.org.br/.
  • Telefone para agendamento: (31) 4501 1541 (secretária Danúbia).
  • Campo de ação: Prevenção, intervenção, acolhimento.  
http://www.sitraemg.org.br/

SERJUSMIG discute na Corregedoria condições de trabalho nas comarcas

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

A subjetividade, o corpo, a mente e o sofrimento mental

Por Arthur Lobato, psicólogo, responsável técnico pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM) do SITRAEMG.
Quando falamos em processos mentais conscientes, estamos nos referindo a cognição, raciocínio lógico, memória, capacidade de abstração e cálculo entre outros fenômenos que são produtos da mente. Mas na mente existe também o inconsciente, que pode ser acessado pela interpretação dos sonhos, nos atos falhos, no jogo de palavras, revelados à consciência através das associações de palavras e oculto pelo sintoma, o qual deve ser analisado e interpretado pelo psicólogo e paciente no encontro terapêutico.
Entretanto, quando falamos de mente, estamos falando de uma abstração, pois fisicamente o que existe é o cérebro. A mente seria o “software” – “conjunto de componentes lógicos de um computador ou sistema de processamento de dados; programa, rotina ou conjunto de instruções que controlam o funcionamento de um computador; suporte lógico”. A mente/software, portanto, seria um conjunto de “aplicativos”, cada um com uma função, interligados entre si; e o cérebro, um hardware, ou seja, o suporte físico da mente, “equipamento mecânico necessário para realização de uma determinada atividade” em uma comparação com um computador. Assim como o software para funcionar depende do hardware, também não existe mente sem corpo.  Portanto, o mental é um efeito da  sensação e da percepção sobre o cérebro, percebidas pelo indivíduo através dos cinco sentidos (tato, olfato, audição, visão e paladar), os quais levam as informações ao cérebro que as processa, na forma de entendimento lógico racional. Neste constante processo de aprendizagem, a memória (capacidade de reter informações e usá-las posteriormente) tem um papel fundamental. Todo aprendizado e sua relação com a memória começam na infância. Por exemplo, após uma criança se queimar, a dor deixa uma sensação, marca retida na memória, cria-se um aprendizado sensorial/cognitivo, assim ela evita o fogo que queima e causa dor. Além das experiências sensoriais, a educação, a cultura e a moral transmitem conhecimento, valores, conceitos e formas de se relacionar com o mundo e com nosso semelhante. A aprendizagem é um processo evolutivo em todo ser humano saudável.
O ser humano aprende com o outro, seja um professor, familiares, ou pelos livros, áudio e vídeos. Por isso, somos seres relacionais, precisamos nos relacionar com os nossos semelhantes para aprender e evoluir. Portanto, o corpo/mente é uma unidade, síntese de um indivíduo, que habita o mundo com outros seres humanos.
No entanto, também somos vulneráveis aos perigos externos do mundo e pelos atos de violência praticados por nossos semelhantes. A violência pode ser física, psicológica, moral, mas somente a violência física deixa marcas visíveis. Nos outros tipos de violência, as marcas do trauma são invisíveis, como no caso do sofrimento psíquico em que só o sujeito tem acesso à dimensão de sua dor, vivência subjetiva que só pode ser acessada pelo outro via discurso.
Porém, esse discurso do sofrimento mental, emocional ou moral pode ser a verdade do sujeito, mas não ser aceito pela família, por chefias no trabalho e até mesmo por profissionais de saúde. Aqui, a verdade do sujeito manifesta no discurso pode ser interpretada por quem a escuta, considerando esta dor invisível como no caso da depressão, fingimento ou exagero.
A verdade do sujeito contém sua subjetividade, ou seja, seus valores, ideais, frustrações, revolta, amor e ódio, e outras polaridades.
A doença física pode vir através de vírus e bactérias invisíveis aos nossos sentidos.  Podemos sofrer com os acidentes naturais, nas estradas, nos veículos. Não vamos para um deserto sem água ou comida, pois a mente racional pensa e organiza o que é necessário para nossa sobrevivência em ambientes hostis à vida humana. O corpo, através dos sentidos (percepção, sensação), utiliza e retroalimenta as informações sensoriais e do aprendizado através da razão/memória, para proteger o corpo/mente dos perigos. É o nosso instinto de sobrevivência.
A dor é um sinal de que algo está errado em nosso corpo. Mas, além dos perigos que causam riscos físicos, que causam sofrimentos físicos – ou seja, relacionadas ao corpo, que são visíveis -, há o sofrimento invisível, sofrimento mental, emocional, cuja dor é subjetiva e só quem a vive sabe de sua intensidade, muitas vezes, paralisante, como no caso da depressão.
A medicina trabalha na relação de causa/efeito. Se quebro a perna, o osso quebrado precisa de ser recuperado, imobilizado, e a perna engessada. Se a pele de nosso corpo fica amarela, assim como a região branca dos olhos, há um indício de hepatite. Ao se fazer exames de sangue, é confirmada a doença: é feito o diagnóstico e a forma de se intervir. O órgão afetado, neste caso, é o fígado. Logo, através do medicamento ou da cirurgia, haverá uma atuação no órgão que é a causa da doença localizada no fígado. Ou seja, a doença é o efeito. A cor amarela da pele é um dos sintomas da doença. Assim, estabelece-se uma relação de causa e efeito e a forma de se intervir no local em que se origina a doença.
No caso do sofrimento mental e emocional, não existe esta relação exata de causa e efeito, entre o órgão afetado e a doença. Onde se localiza o sofrimento do deprimido? No cérebro? Em falhas químicas nos neurotransmissores? Da mesma forma pergunto:  onde se localiza o amor? No corpo todo? Na mente? Nos hormônios? Pois quando amo, amo com todo meu corpo, mente e sentimento. Antigamente, os poetas diziam que o amor estava no coração. Mas, na era dos transplantes, troca-se o coração, mas o coração transplantado não mantém os desejos e o amor daquele que morreu, mas sim o amor e os desejos de quem recebeu o órgão.
Lanço a questão: onde se localiza a depressão?
A maioria dos remédios antidepressivos e ansiolíticos contêm, em sua bula, uma dúvida: “…espera-se que este medicamento…”. O alvo são as conexões sinápticas localizadas no cérebro, buscando alterar o processo químico. Nas conexões sinápticas, química e eletricidade se alternam. Os antidepressivos e ansiolíticos podem ser “inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS ou SSRI), inibidores da monoamina oxidase (IMAO), uma classe de fármacos que atuam bloqueando a ação da enzima monoamina oxidase, e os antidepressivos tricíclicos, uma classe de fármacos usados no tratamento sintomático da depressão e outras síndromes depressivas. Eles têm esse nome devido à presença de três anéis de carbono. Estes medicamentos realmente alteram a química cerebral, mas isso não quer dizer que vão alterar os pensamentos e sentimentos da forma desejada pelo médico e paciente. É por isso que todo tratamento psiquiátrico deve ser acompanhado de psicoterapia, pois é na relação entre o psicólogo e o paciente, no discurso, na fala, que se localizam as origens do sofrimento. A palavra é o corpo/mente verbalizado e revelado no discurso. Afinal, sempre falamos para alguém e, ao mesmo tempo, somos ouvintes de nosso próprio discurso.
Procure o DSTCAM do SITRAEMG para falar de seu sofrimento. Procure ajuda para amenizar o mal-estar psíquico. Nós acreditamos em sua verdade e queremos ajudar a recuperar a saúde mental e emocional, desestabilizadas pelo trabalho, pelas humilhações, injustiças, abuso de poder ou pelo excesso de trabalho sem valorização ou reconhecimento.

Publicado em: http://www.sitraemg.org.br/

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

SITRAEMG convida para AGE e Encontro Regional em Belo Horizonte


Será no dia 15/02, no Hotel Normandy. 
Veja a programação.


No dia 15 de fevereiro, sábado, a partir das 9 horas, será realizada uma Assembleia Geral Extraordinária para os filiados de Minas, no Hotel Normandy (Rua dos Tamoios, 212, Centro). A pauta da AGE será: eleição dos delegados para a ampliada da Fenajufe, bem como votar a mobilização de Minas para a atividade nacional do dia 18 de março.
Já no período da tarde, às 13h, no mesmo local, acontecerá o Encontro Regional do SITRAEMG de Belo Horizonte.  O evento é aberto aos filiados do SITRAEMG lotados em órgãos do Judiciário Federal de BH e região metropolitana.
Para os filiados que residem fora da cidade-sede, o Sindicato arcará com as despesas de transporte, mediante reembolso posterior dos recibos dos tickets de ônibus ou NF de abastecimento, sendo 1 litro para cada 8 km rodados, e hospedagem em apartamento duplo com outro filiado – imprescindível confirmação prévia (pelo e-mail eunice@sitraemg.org.br) e cancelamento, no caso de desistência, no mínimo de 24h antes do ckeck-in.
As inscrições devem ser feitas pelo e-mail descrito acima, preferencialmente, até o dia 12/02, devendo o(a) filiado(a) informar o nome completo, cidade e órgão em que é lotado(a) e número do telefone.
Veja a programação:
9h – Início do credenciamento
9h30 – Primeira chamada da Assembleia Geral Extraordinária – AGE (convocatória específica será publicada oportunamente)
9h30 – Informes sobre Campanha Salarial e mobilizações (Representante da Fenajufe)
10h – Segunda chamada da Assembleia Geral Extraordinária – AGE
12h – Almoço
13h – Abertura oficial do Encontro Regional
13h30 – Painel Conjuntura: Reformas Administrativa e Sindical – seguido de debate
Palestrantes: Sebastião Pereira (Cacau) – Advogado especialista em Direito Público, Consultor no Instituto Classe de Consultoria e Formação Sindical.
Humberto Marcial Fonseca – Advogado Trabalhista; Assessor Jurídico de Sindicatos dos Trabalhadores; Diretor Sindical da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas – ABRAT; Integra a Comissão de Direito do Trabalho da OAB/MG; Diretor do Instituto de Defesa da Classe Trabalhadora (Instituto DECLATRA), Sócio do Escritório Humberto Marcial Fonseca Advogados Associados; Escritor de artigos e coautor de livros jurídicos.
15h30h – Informes: “Ações Parlamentares de interesse dos Servidores”
Apresentação:  Alexandre Marques. Bacharel em Direito. Pós-graduando em Direito Público pela Universidade Cândido Mendes. Assessor Parlamentar de várias entidades sindicais do Judiciário.
16h – Coffee Break.
16h15 – Informes específicos sobre as Ações do Jurídico do Sindicato; reflexos da Reforma da Previdência e redução salarial.
Palestrante: Dra. Aracéli Rodrigues – Sócia-fundadora do escritório Cassel Ruzzarin Santos Rodrigues, especializado na defesa dos servidores públicos.
16h45 – “Metas e Produtividade, Assédio Moral e o Adoecimento do Servidor do Judiciário Federal”.
Palestrante: Arthur Lobato – Psicólogo, Coordenador técnico do Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM) do SITRAEMG e membro do Comitê Gestor de Saúde da 3ª Região. É consultor na área de saúde do trabalhador e combate ao Assédio Moral no Trabalho no SITRAEMG e SERJUSMIG.
17h30 – Violência e segurança no trabalho dos Oficiais de Justiça, assédio moral, riscos psicossociais e outros informes específicos da categoria.
Coordenação da mesa: Hélio Ferreira Diogo, Elimara Gaia, que são oficiais de Justiça do TRT e coordenadores executivos, e o psicólogo Arthur Lobato.
18h30  – Encerramento e Happy Hour (pode levar 1 acompanhante, mediante confirmação prévia de presença).

SERJUSMIG Notícias - Edição Retrospectiva 2019 está no ar



O SERJUSMIG Notícias, edição Retrospetiva 2019 acaba de ser disponibilizado. Confira aqui.








SERJUSMIG intensifica combate ao assédio moral O SERJUSMIG sempre foi precursor do combate ao assédio moral e em 2019 intensificou suas ações nesse sentido. Além de integrar o Núcleo de Combate ao Assédio e promover palestras, o Sindicato oferta ajuda psicológica, mantendo um psicológo que atende presencialmente e por telefone, os Servidores filiados. Para agendar um horário, basta entrar em contato com a Raquel, pelo telefone: 31-3025-3516.



Sintrajusc e mais dois Sindicatos debatem saúde dos servidores


A saúde e as condições de trabalho dos servidores foram os temas da reunião realizada ontem (21) em Florianópolis entre o psicólogo Arthur Lobato e representantes do Sintrajusc e do Sinjusc (sindicato dos servidores do Judiciário estadual). Lobato é responsável pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM) do Sitraemg (sindicato dos servidores de Minas Gerais) e estava na capital para participar de um evento na UFSC. Pelo Sintrajusc participou a coordenadora Denise Zavarize e, pelo Sinjusc, o secretário de Finanças e Patrimônio, Cláudio Del Prá Netto, e o psicólogo Mateus Mendes. A reunião com os dois Sindicatos foi intermediada pelo médico do trabalho Roberto Ruiz, que já fez trabalhos com o Sintrajusc.
A conversa explicitou pontos em comum entre os Sindicatos em pautas que envolvem condições de trabalho, saúde, assédio e cobrança excessiva de metas, em especial no contexto do processo eletrônico. Lobato observou que a pilha de processos que antes caracterizava os ambientes de trabalho continua, mas agora de forma virtual. Com o processo eletrônico, a sensação de “dever cumprido” não existe, porque o servidor sai do local de trabalho sabendo que, com o PJE, o andamento processual não para à noite ou nos finais de semana ou feriados.
A cobrança de metas também foi abordada por ser imposta sem considerar as particularidades da situação de cada trabalhador, como, por um exemplo, um a pouco tempo de se aposentar e outro recém chegado ao serviço público. Denise também relatou a preocupação do Sintrajusc com as novas realidades impostas pela reforma da previdência. Com as mudanças, muitos colegas que começaram a trabalhar antes dos 20 anos e estavam prestes a completar os critérios para usufruir da aposentadoria foram obrigados a continuar na ativa, muitas vezes tendo, ao longo dos anos, acumulado problemas de saúde de menor ou maior gravidade. Com isso, projetos de vida são frustrados e as metas e exigências tornam-se ainda mais pesadas.
A partir da reunião, o objetivo é estreitar o trabalho entre os Sindicatos para que esses e outros problemas sejam enfrentados de forma coletiva.

Sindjus-DF em parceria com o Fonaprecam, no combate ao assédio moral no Serviço Público

Representado pelos coordenadores  Arlete Alves Ribeiro, Chico Vaz e Gisele Sérgio, o Sindjus-DF participou do encontro promovido pelo “Fórum Nacional de Prevenção e Combate ao Assédio Moral no Serviço Público – Fonaprecam”, realizado nos dias 9 e 10 de novembro do corrente, em Vitória/ES.

Além do Sindjus-DF o evento contou com a parceria de Sindicatos do Poder Judiciario  Federal e Estadual de outros estados tais como SITRAEMG(Minas Gerais), Sintuf-ES, Sindjufe-TO, Sinsjus-TO, Sintrajufe-CE, Sinje-AM, SindMPU, Assemp-ES, Serj/AL, Sindjudiciário, Sindjufe-MS, Sindjud-PE, do Ministério Público, bem como de Associações de servidores como a Associação dos Servidores da Secretaria de Educação do Estado do Ceará (ASSEEC) e associações de ensino universitário e secundário dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Pernambuco e ainda da Central Pública de Servidores.

Participaram como palestrantes, o psicólogo Arthur Lobato, responsável técnico pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM) do SITRAEMG e o doutor Valério Soares Heringer, Procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho do Espírito Santo, Mestre em Gestão Pública pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e professor de pós-graduação em compliance da Faculdade de Direito de Vitória (FDV)/ES.

O evento foi muito proveitoso donde, ao término das palestras e dos debates os participantes tiraram encaminhamentos a serem enviados ao CNJ, Procuradoria e Ministério Público do Trabalho, Presidentes dos Tribunais, além de outras instituições, sugerindo e reivindicando providências no sentido da adoção de medidas conjuntas que visem prevenir e combater o assédio moral no Serviço Público, de modo geral.

Para o Coordenador Geral do Sindjus-DF, Chico Vaz, o assédio moral no Serviço Público “é um câncer que vitimiza o servidor e adoece sua alma, tornando-o uma pessoa frágil e impotente diante do assediador, comprometendo cada vez mais sua saúde física e mental e, consequentemente, inibindo sua capacidade de melhor contribuir com a necessária prestação jurisdicional do Estado para com a sociedade”, por isso a necessidade urgente de se tomar providências no sentido de combatê-lo de uma vez por todas.
O Coordenador ressalta ainda a importância da união das entidades representativas, sejam federativas, sindicais ou associativas nessa frente de combate à prática do assédio moral no Serviço Público.

XII Conseju-PR - Novas tecnologias, reflexos na saúde dos servidores





Inteligência Artificial (IA), Automação e Saúde do Servidor no Judiciário Brasileiro

Estudo apresentado pelo psicólogo Arthur Lobato no XII Congresso dos Servidores do Poder Judiciário Paranaense (Conseju). Atividade acontece nos dias 22, 23 e 24 de novembro, em Curitiba

O objetivo deste estudo é analisar as mudanças no modo de trabalhar do judiciário brasileiro através da automação e do uso da inteligência artificial e suas consequências para a saúde do trabalhador.
Nanotecnologia, provedores cada vez mais rápidos na conectividade e o enorme estoque de informação armazenado nas nuvens. A IV revolução industrial é um produto da tecnologia que se retroalimenta das inovações e aperfeiçoamentos.
O papel vira documento virtual, smartphones fazem com que as pessoas digitem com um ou dois dedos. A escrita é abreviada, rápida e após enviada requer uma resposta instantânea. Ficar ligado em redes sociais, em muitos casos, assemelha-se ao comportamento do vício.
Isso é a construção de uma nova subjetividade, campo dos psicólogos, mas no mundo do trabalho não há uma nova reconfiguração do trabalho que passa pela relação prioritária do contrato de trabalho: o contratante e o contratado. Assim, estabelece-se um lado mais forte que impõe regras e normas através do poder diretivo da chefia, e do outro lado aquele que possui apenas sua força de trabalho física ou mental, que será utilizada para os objetivos do contratante. O contratado é o subordinado. Seu chefe agora pode estar em um computador a quilômetros de distância ou ser uma plataforma de inteligência artificial.
Na relação homem/homem, homem/robô, homem/IA, surge um novo campo de relacionamento no trabalho — a automação —, o uso de uma máquina para execução de serviços. O computador é um exemplo de uma máquina que segue os princípios da automação, ou seja, é necessário um ser humano para operá-la, com a máquina potencializando o serviço, seja agilizando o tempo, ou, a partir de uma série de comandos executando o serviço de forma automática.
O Processo Judicial Eletrônico (PJE) é um exemplo da automação no serviço público. O processo deixa de ser físico com suas dezenas ou centenas de páginas, arquivado em um espaço físico, para se transformar em um processo digital arquivado em HDs externos ou em “nuvens”.
Se o PJE representa a automação, a inteligência artificial (IA) já esta presente em escritórios de advocacia para fazer sentenças mais simples e em bancos e empresas.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) possui um computador com IA, chamado Viktor, que ordena jurisprudências, assim como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE.) O Superior Tribunal de Justiça (STJ) iniciou a implantação de um projeto-piloto destinado a aplicar soluções de inteligência artificial (IA) nas rotinas relacionadas ao processo eletrônico.
Alice” trabalha com “Sofia” e “Monica”, são um conjunto de linhas de código que “vivem” nos sistemas do Tribunal de Contas da União (TCU). Elas “leem” o grande volume de textos produzidos e analisados pelo Tribunal para encontrar incongruências, organizar melhor as informações e apontar correlações.
Sinapses, sistema com nome de processo cognitivo humano, faz uso de redes neurais artificias no processo de aprendizagem e foi criado pelo Tribunal de Justiça de Rondônia (TJR). Na Estonia plataformas de IA fazem sentenças ocupando o lugar do magistrado. Quais as consequências destes fatos para a saúde dos servidores do judiciário?
Para estudo, apresentei um projeto de pesquisa Programa Universitário de Apoio às Relações de trabalho e à Administração da Justiça PRUNART- UFMG, do qual sou aluno/ pesquisador.


Arthur Lobato/ Psicólogo/Saúde do Trabalhador