Por Taís Ferreira
As repercussões do trabalho na vida mental e as violações dos direitos humanos no trabalho são temas de mesas de diálogo e oficinas, no dia 30 e 31, no Fórum Social Mundial, em Belém. Participam do evento referências nacionais e internacionais na área, como: Prof Dr. José Roberto Heloani - UNICAMP/FGV-Brasil, Lídia Guevara – ALAL – Cuba, Margarida Barreto -NEXIN/PUC/SP, Arthur Lobato - SINJUS - SERJUSMIG - Brasil, entre outros.
A saúde mental e as relações de trabalho, apesar de serem estudadas há muito tempo, começam a receber maior atenção a partir da introdução de novas tecnologias nos processos de trabalho. Essas transformações, além de interferirem sobre a organização do trabalho, têm reflexos e conseqüências no cotidiano fora do trabalho, no modo de viver, na família e em todas suas relações humanas.
Os transtornos mentais constituem a terceira causa de afastamento junto à Previdência Social e, na maioria das vezes, não são reconhecidos como doenças ocupacionais. Aprimorar este olhar, debater aspectos legais e notificar o Ministério da Saúde sobre a ocorrência deste agravo para a saúde dos trabalhadores são os objetivos dos profissionais que atual nesta área.
Atualmente, muitos estudos têm sido feitos com o intuito de estabelecer mais claramente a relação entre trabalho e a saúde mental. Nesses estudos, o trabalho tem sido considerado como mediador das relações sociais e humanas, por isso como um elemento fundamental para a saúde, tanto para o seu fortalecimento, quanto para o seu desgaste. Na categoria de desgaste à saúde mental incluímos tanto um mal-estar e tensão no trabalho quanto transtornos psicopatológicos. Isso porque, o conhecimento do primeiro estágio de mal-estar é fundamental para as práticas preventivas, ou seja, de identificação das fontes de estresse e tensão no trabalho, potencialmente prejudiciais à saúde mental.
Dados da OIT indicam que, no mundo, 10% trabalhadores padecem de ansiedade, nos países da UE 3% a 4% PIB é gasto com problemas de saúde mental, 9% dos trabalhadores sofrem assédio moral(13 milhões), Nos EUA 30 a 44 milhões de dólares são gastos com depressão por ano, depressão afeta 10% dos adultos em idade de trabalhar,
perdidos por volta de 200 milhões de dias de trabalho, por ano. Na Inglaterra 33% trabalhadores apresentam problemas de saúde mental, 5% dos adultos idade trabalho sofrem depressão grave. Na Alemanha 7% das aposentadorias antecipadas por transtornos depressivos. Na Finlândia 50% dos empregados padecem sintoma relacionados com o stress, 7% sofrem cansaço severo.Segundo a OMS, no mundo em 2020, depressão será a maior causa de incapacitação no INSS. Pesquisa da USP indica que 17,8% da população da alta classe média SP sofrem de depressão. Na Espanha 50% a 60% do absentismo no trabalho é relacionada com o stress e 15% da população ativa (2 milhões de trabalhadores) sofrem assédio moral.
Estas e outras questões deverão ser pensadas e debatidas durante as mesas de diálogo e oficinas sobre a saúde mental e o trabalho, em Belém, para estimular a reflexão dos participantes sobre a atual conjuntura brasileira e mundial, as transformações no mundo do trabalho e a violação dos direitos dos trabalhadores, estudos importantes para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
MESAS de DIÁLOGOS
Data: 30/01/2009 - Manhã 8:30 as 11:30
Tarde 12:00 as 15:00
ATIVIDADE número: 1730 – 1731
Local: UFPA Profissional EP 08
Tema: Saúde mental e trabalho
Coordenador de mesa: Prof Dr. José Roberto Heloani
1.Lídia Guevara – ALAL – Cuba - A violência no trabalho: panorama na América Latina
2.Luiz Salvador - ALAL- Brasil - O atual modelo econômico e a violação dos direitos dos trabalhadores. 3.José Roberto Heloani - UNICAMP/FGV-Brasil - Panorama atual do mundo do trabalho: a fragilização das relações humanas.
4.Margarida Barreto -NEXIN/PUC/SP-Saúde mental no trabalho: contradições e desafios
5.José Erivalder Guimarães – Federação Nacional dos Médicos - Brasil - Saúde mental dos profissionais de saúde no Brasil 6.Lourival Batista - SINDQUIM – SP – As transformações no mundo do trabalho e o movimento sindical.
OFICINASData: 31/01/2009 Manha 8:30 as 11:30
Tarde 12:00 as 15:00
Atividade: 1732 – 1733 Local: UFPA Profissional EP 08
Tema: Mundo do trabalho: os impactos e as atuais transformações do trabalho à Saúde Mental dos trabalhadores e trabalhadoras. Coordenadores da Oficina: Lourival Batista + Margarida Barreto
1.Lídia Guevara–ALAL-CUBA-Direitos humanos e dignidade no trabalho para um mundo justo e igualitário
2.Jose Roberto Heloani – UNICAMP/FGV – SP - Saúde mental dos trabalhadores da aviação brasileira.
3.Arthur Lobato - SINJUS - SERJUSMIG - Minas Gerais – A saúde mental dos trabalhadores do judiciário em Minas Gerais 4. Pérsio Dutra - DIESAT-SP - Telemarketing: a violação repetitiva dos direitos humanos dos trabalhadores
5.Carmem Regina Rocha de Lima - Federação Nacional dos Urbanitários – FNU - STIUPA - Como anda a saúde dos Urbanitários?
6.Margarida Barreto e Lourival Batista – SINDQUIM-SP - A experiência no dia-a-dia sindical
7.Walcir Previtale Bruno - Sindicato dos Bancários/SP - O sindicato dos bancários: pensando novas formas de resistência. ENDEREÇO: Universidade Federal do Pará - Rua Augusto Corrêa, 01 - Guamá. CEP 66075-110. Caixa postal 479 PABX +55 91 3201-7000. Belém - Pará - Brasil 2008
Taís Ferreira é jornalista
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