quinta-feira, 8 de setembro de 2011

IV CONSEJU finalizou com a palestra sobre assédio moral



“Fundamentalmente, é preciso denunciar o assédio moral ao sindicato e a outros
órgãos competentes”, Arthur Lobato 

Publicado no jornal do Sindjus RS edição 166



O segundo dia do IV CONSEJU finalizou com a palestra sobre assédio moral. O jornalista e psicólogo
Arthur Lobato, destacou que as características do mundo do trabalho hoje, como competitividade, individualismo,  produtividade, são fatores que criam um ambiente propício ao assédio moral. Ele lembrou
que, em todo assédio, há um problema com relação à diferença (gênero, idade, raça, religião, competência,
estética, etc). “Há intencionalidade de prejudicar”, disse ele.
Foto: Maria Rosa Junges

Segundo o palestrante, o assédio se dá através de observações sarcásticas e irônicas, críticas sistemáticas
e desvio de função. “A vítima é vigiada, pressionada e aos poucos vai sendo isolada do grupo e do processo
produtivo. Recados e avisos não são repassados. O assediador nega e deturpa os fatos”.

O assédio, diz ele, geralmente é praticado por chefes ou subchefes, com entendimento equivocado dos
objetivos a serem cumpridos ou agindo por conta própria. Pode haver assédio entre grupos de funcionários
que se unem em busca de poder e exclusão de outros funcionários. “Geralmente, a vítima é uma pessoa  competente e questionadora”, esclareceu.

“O objetivo é desestabilizar psiquicamente, emocionalmente e profissionalmente um funcionário, transformando a vítima em alguém que se sinta incapaz, incompetente, desmotivado, o que justifica a demissão, perda do cargo de chefia, exoneração, ou mudança de setor”.

Para as mulheres, segundo o especialista, a situação é ainda pior. Às vezes, por rejeitar um assédio sexual,
ela passa a sofrer assédio moral. Até mesmo em relação à gravidez, às vezes, há motivos de culpa por comentários e atitudes do assediador. “Há sentimento de culpa na gravidez, na licença maternidade e na volta ao trabalho”. Mas destacou que, quando está no poder, a mulher tem o mesmo comportamento do homem e exerce o assédio moral com a mesma intensidade contra homens e mulheres.

Entre as ações para enfrentar o assédio, ele sinalizou alianças com os colegas de trabalho, em não entrar em
conflito direto com o assediador e fazer um diário dos atos de violência. “Mas fundamentalmente, é preciso
denunciar ao sindicato e a outros órgãos competentes. É necessário agir na fonte, na raiz, não deixando que cresçam essas práticas perversas. É preciso entender as causas e motivações, a fim de estabelecer ações eficazes no combate ao assédio moral. Não adianta só criticar o assediador e indenizar as vítimas”, concluiu.

Nenhum comentário: