quinta-feira, 13 de março de 2025

Na retomada dos trabalhos do ConSaúde, Fenajufe e sindicatos debatem saúde mental

 O encontro nacional continua neste domingo (23)

Na retomada dos trabalhos do Coletivo Nacional de Saúde da Fenajufe (ConSaúde), neste sábado (22), os debates que nortearam a segunda etapa do encontro trataram de saúde mental e o perfil da saúde das trabalhadoras e trabalhadores do PJU e MPU. O ConSaúde ocorre neste fim de semana, em formato híbrido, e conta com a participação de 21 sindicatos de base.

Participaram as coordenadoras Lucena Pacheco, Sandra Dias, Soraia Marca, Márcia Pissurno, Denise Carneiro, Paula Meniconi e os coordenadores Manoel Gérson, Edson Borowski e Ribamar França.

Da base, representantes do Sinsjustra-RO/AC, Sindjus/AL, Sitraam/AM-RR, Sinjeam/AM, Sindjufe/BA, Sinje/CE, Sintrajufe/CE, Sinpojufe/ES, Sitraemg/MG, Sindjufe/MS, Sindijufe/MT, Sindjuf/PA-AP, Sintrajuf/PE, Sintrajufe/PI, Sinjutra/PR, Sintrajurn/RN, Sintrajud/SP, Sindiquinze/SP, Sisejufe/RJ, Sintrajusc/SC e Sintrajufe/RS.

A condução da segunda e terceira mesa do dia ficou a cargo da coordenadora Paula Meniconi e dos coordenadores Edson Borowski e Ribamar França – que compõem a Coordenação de Carreira, Relações, Condições de Trabalho e Saúde. Os convidados foram a professora titular da Universidade de Brasília (UnB) Ana Magnólia; o médico e ex-deputado federal Pedro Tourinho; o psicólogo Arthur Lobato; e a analista judiciária especialidade assistente social, Karla Valle.

Saúde mental

A professora Ana Magnólia alertou para três dimensões que estão produzindo adoecimento atualmente: discursos tirânicos; atos de violência que decorrem desse modelo – humilhação, intimidação e discriminação; e ausência de espaços de escuta.

Magnólia explicou que essa política de “calar o servidor”, muito forte no sistema de justiça, leva a uma servidão voluntária – quando servidoras e servidores aceitam essa situação para não entrar em certos confrontos que levam ao adoecimento.

Assista:

Já o médico Pedro Tourinho observou que a dimensão do mundo do trabalho na determinação da saúde ou da doença da população é absolutamente imensa. Para Tourinho, a discussão sobre saúde mental se torna mais evidente não porque há um ganho de humanismo ou uma percepção mais consistente da saúde, mas porque é uma situação explosiva e devastadora para os processos sociais – acarretando taxas elevadas de trabalhadores(as) afastados(as) por problemas psíquicos.

Tourinho mencionou, ainda, o trabalho realizado pela Frente Parlamentar Mista para a Promoção da Saúde Mental – que contabiliza mais de 200 parlamentares.

Assista:

Perfil da Saúde

Em seguida, o psicólogo Arthur Lobato abordou o impacto do assédio moral no adoecimento psíquico dos servidores e servidoras, destacando a relação entre fatores sociais e o mundo do trabalho, como:

 Ataques midiáticos ao serviço público;

– Crise de identidade do servidor;

– Metas impossíveis de cumprir e a sensação de fracasso

– Assédio moral como ferramenta de gestão;

– Gestão baseada no estresse e no individualismo;

– Exigência de maior produtividade com menos recursos.

Ele também ressaltou o avanço do neotoyotismo, modelo de trabalho neoliberal que prioriza a produtividade acima do trabalhador, de seus direitos e saúde mental, gerando consequências como depressão, transtorno de ansiedade, esgotamento mental, entre outros. Portanto, mais do que nunca é necessário que os sindicatos se organizem contra esse fenômeno.

“O direito a saúde é uma questão que estamos discutindo há anos. Mas agora, mais do que nunca precisa ser uma pauta política do sindicalismo”, alerta Arthur Lobato.

Assista:

Entre as questões abordadas pela analista judiciária Karla Valle, está o avanço tecnológico no Judiciário durante e pós pandemia e os impactos que causaram aos(às) servidores(as). Ela ressalta que a tecnologia é uma conquista humana, entretanto, muitas vezes essas ferramentas são utilizadas como mecanismos de hipervigilância para subjugar o trabalho dos(as) servidores(as) e que é necessário que os sindicatos e servidores fiquem em alerta.

Ainda neste contexto, ela traz um fenômeno que surgiu também no período pandêmico: o fenômeno da telepressão, que é a aflição e urgência em responder e-mails, mensagens instantâneas de texto e a voz de supervisores, clientes e colegas – mesmo em horários de folga ou férias e se caracteriza pela pressão imediatista e por trabalhar fora do horário do expediente. Nesta situação, o trabalhador chega a não reconhecer que isso pode adoecê-lo, pois se torna algo natural.

Assista:

Os trabalhos neste domingo (23) seguem da seguinte forma:

9h30 – Mesa 4: Política de saúde para as trabalhadoras e trabalhadores do PJU e MPU

✔ Guilherme Feliciano – coordenador do Comitê Gestor Nacional de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores do Poder Judiciário;

✔ Mara Weber –servidora aposentada do TRT4 e ex-coordenadora da Fenajufe e do Sintrajufe/RS.

12h40 – Encerramento do encontro

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