O assédio moral no trabalho deve ser compreendido como um processo perverso e autoritário por parte do assediador. Todo assédio é realizado de forma oculta, dúbia, maliciosa, dando margem a diversas interpretações por parte do assediado, causando um adoecimento psíquico/emocional da vítima.
Em todo assédio moral, há constantes agressões pontuais, sistematizadas, geralmente contra pessoas competentes e questionadoras. Há, por parte do assediador, uma intencionalidade em prejudicar, em fazer o mal. Existe uma ambivalência do discurso, na qual o que é feito é negado, o dito vira não dito. O assediador sempre conta com alguém do grupo de trabalhadores para validar o assédio.
Em todo assédio moral sempre há a questão de não se aceitar a diferença do outro, seja por gênero, crença, raça, estética, idade, etc. O assédio moral é uma prática autoritária e desumana, os danos psíquicos causados à vítima são, muitas vezes irreversíveis.
As vítimas de assédio mantém um sentimento de terem sido rejeitadas, maltratadas, desprezadas, humilhadas e desejam mais do que tudo o resgate de sua dignidade.
Somente a prevenção o debate e esclarecimento pode cortar este mal pela raiz.
* Arthur Lobato é psicólogo, pesquisador do assédio moral no trabalho
* Artigo publicado no jornal Expressão Sinjus Nº 154, em 10 de outubro de 2007
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