No artigo, a análise do psicólogo e especialista em assédio moral, Arthur Lobato. Nesse estudo, o colunista trata de dois fenômenos ligados à saúde do trabalhador: o absenteísmo, que é a ausência do funcionário no ambiente de trabalho, e o presenteísmo, que é quando o trabalhador comparece ao serviço, mesmo estando doente, porque se sente pressionado ou sofre assédio moral.
Um estudo sobre absenteísmo realizado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em 2013, apontou um alto índice de afastamento do trabalho por transtornos mentais e comportamentais como primeira causa do absenteísmo. De acordo com o estudo “o absenteísmo pode ser atribuído tanto a problemas de saúde como a causas diversas”.
Em sua essência, o absenteísmo é a ausência do funcionário no ambiente de trabalho. Roberto Heloani, em seu livro: Gestão e Organização para o Capitalismo Globalizado, considera o termo “fuga do trabalho”, como a revolta da classe trabalhadora americana no final da década de 50, quando sob o governo Nixon, várias ações têm início para a redução de salários. Com alto índice de absenteísmo empresas tem sua produção inviabilizada.
Segundo o autor, esta “fuga do trabalho” é o indício do esgotamento da organização da produção, e dos mecanismos convencionais da economia, deixando à mostra aexaustão de um modelo que pretendia aumentar a intensidade do trabalho por meio da gratificação correspondente em ganhos salariais.
Por analogia percebemos que a implantação de métodos gerenciais da iniciativa privada no serviço público, como produtividade e metas, traz de volta o debate entre o excesso de serviço, tempo, número de servidores e as condições para se realizar o trabalho.
Além da intensidade, do ritmo e da carga de trabalho já existente, exige-se uma aceleração do tempo produtivo para o trabalhador cumprir a META 1 e 2 do Conselho Nacional de Justiça, (que em sua essência significa produzir mais, sem aumento do número de funcionários).
Segundo Dejours, estudos sobre a psicodinâmica do trabalho revelam que “o sofrimento começa quando o nível de insatisfação não pode ser diminuído”. O autor afirma que a luta pela saúde do corpo conduzira à denúncia das condições de trabalho. Quanto ao sofrimento mental, ele resulta da organização do trabalho.
O absenteísmo para Dejours é um efeito concreto da subjetividade na relação homem-trabalho.
Podemos supor que, o alto índice de absenteísmo pode ter uma ligação com um trabalho que se tornou insuportável, desmotivador, e pode apontar um nexo epidemiológico entre uma organização do trabalho que adoece um grande número de trabalhadores.
Na relação de violência no trabalho surge um novo fenômeno: O presenteísmo, que significa a presença do trabalhador adoecido, exercendo sua atividade, apesar do atestado médico no bolso.
O SINJUS-MG há mais de 7 anos realiza uma série de ações em prol da saúde do servidor, focando a questão do assédio moral no trabalho e suas consequências sobre a saúde do trabalhador.
Excesso de serviço, serviço extra além da carga de trabalho, pressão por produzir mais sem tempo e condições materiais de trabalho, autoritarismo das chefias, humilhações, perseguições, recusa de comunicação são fatores que deterioram o ambiente de trabalho, tornando-o insuportável, e pode ter relação com o adoecer do trabalhador. Quem sofre o fenômeno denominado assédio moral tem atingidas sua personalidade, sua identidade e sua autoestima. O sintoma principal é a depressão, entre outros transtornos psíquicos e emocionais.
Um ambiente de trabalho humanizado baseia-se no respeito ao outro. Será que no seu setor você é respeitado?
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