domingo, 28 de setembro de 2014

SINJUS Debate discute ações para melhoria da saúde no TJMG

Publicado em: http://www.sinjus.com.br
Fotografias: Sinjus


A saúde de servidores e magistrados foi o tema da 24ª edição do SINJUS Debate – “A saúde de servidores e magistrados e a questão do absenteísmo no TJMG”, realizado nesta terça-feira, 23/9, no auditório da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef).

O evento contou com a participação de cerca de 80 servidores e de representantes de outras entidades. A mesa foi formada pelo coordenador-geral do SINJUS-MG, Wagner Ferreira – que mediou o debate –, pelo diretor de Assuntos Sociais, Culturais e de Saúde, Jonas Pinheiro, pela médica Ciwannyr Machado de Assumpção, que atua tanto no TJMG como no Tribunal Regional do Trabalho – 3ª região (TRT-3); pelo juiz e vice-presidente de Saúde, Bruno Terra Dias, representante da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) e pelo psicólogo e especialista em assédio moral, Arthur Lobato.

A primeira a palestrar foi a médica Ciwannyr Machado, que apresentou e comentou dados do relatório de absenteísmo por licença-saúde no TJMG relativo ao ano 2013. Segundo ela, no ano passado, os servidores perderam cerca de 144 mil dias devido aos afastamentos, que duraram em média 21 dias. Os números da pesquisa com magistrados também são altos: 5497 dias perdidos e uma média de 20 dias perdidos por licença saúde. Para Ciwannyr Machado, é preciso buscar uma ação conjunta com a Administração do Tribunal para enfrentar o problema do adoecimento de servidores e magistrados. “É difícil reduzir o volume de trabalho e de processos, mas podemos melhorar a qualidade de vida do trabalhador. Para isso é necessário buscar a valorização da saúde dele e fazer exames periódicos para identificar as patologias com mais precocidade. E a partir dos resultados, propor intervenções que possam melhorar as condições de trabalho”, disse.

Em seguida, o juiz Bruno Terra Dias falou sobre jornada excessiva de trabalho e suas consequências, contando experiências vividas nos fóruns por ele e por colegas. “O índice de adoecimento é muito elevado no Tribunal, o que significa que juízes e servidores estão submetidos a uma carga e a condições de trabalho inadequadas”, afirmou. O magistrado acredita que se deve conhecer a dimensão do problema para que não sejam tratados somente os efeitos, mas que também possam ser identificadas as causas, para se estabelecer politicas e alternativas de combate. “O excesso de trabalho e o adoecimento destroem famílias e levam à morte. É necessário que haja um reconhecimento do próprio TJ sobre esse assunto”, ressaltou.


Depois foi a vez do psicólogo e especialista em assédio moral, Arthur Lobato, falar sobre o que caracteriza estresse, burn out, presenteísmo e o assédio moral – problemas de saúde ligados à organização do trabalho. Segundo ele, para enfrentar o problema do adoecimento no Judiciário, o primeiro ponto é reconhecer que ele existe e que ele faz parte das consequências do trabalho globalizado sobre a saúde do trabalhador. “É importante que o trabalhador também tenha voz e possa apresentar soluções para o problema. Hoje o serviço do servidor e do magistrado envolve metas, aumento do ritmo e das cargas de trabalho. Não vamos conseguir desacelerar esse ritmo, mas podemos tentar humanizá-lo de forma que os trabalhadores não adoeçam”, explicou.

Ao final do debate, Wagner Ferreira agradeceu a presença dos palestrantes e falou sobre a importância de se discutir a prevenção e promoção da saúde no mundo do trabalho. Em seguida, foi aberta a rodada de perguntas para a plateia, quando os servidores puderam esclarecer suas dúvidas sobre o tema.


Ações


O SINJUS-MG tem estudado a questão do absenteísmo no Tribunal, e já apresentou à Gerência de Saúde do TJMG (Gersat) a proposta de criação de um Núcleo Paritário de Saúde e Segurança do servidor do Judiciário do TJMG. Outros assuntos que fazem parte do universo do servidor como os exames periódicos, os possíveis acidentes em viagem de trabalho, o perfil de adoecimento e absenteísmo no Estado, bem como os programas e ações que favoreçam a qualidade de vida no trabalho também foram alvo de discussões com a Gerência.

Em agosto, o SINJUS-MG também divulgou uma série de artigos sobre o assunto. O tema continuará sendo objeto de estudo para o Sindicato até que se entenda porque o Tribunal apresenta um elevado grau de absenteísmo causado por licença médica, por problemas relacionados ao clima e à gestão organizacionais.

O SINJUS-MG conta, há 7 anos, com uma Comissão de Combate ao Assédio Moral, que atua de forma intensa junto à Coordenação Intersindical dos Servidores Públicos e deputados mineiros. Um dos avanços conquistados foi a decisiva colaboração na redação da Lei 116/2011, que dispõe sobre a prevenção e punição do assédio moral na administração pública. Com esse mecanismo legal, foi possível implementar uma comissão paritária com a participação dos Sindicatos nos Tribunais de Justiça e Justiça Militar, visando o combate ao assédio moral também nessas instituições.


Certificado


Os inscritos no debate receberão um certificado, que vai contar pontos para a Promoção Vertical. O documento estará disponível para retirada na sede do SINJUS-MG a partir do dia 29/9. Informações pelo telefone (31) 3213-5247. E atenção, servidor! Fique ligado no site do SINJUS-MG. A próxima edição do SINJUS Debate será em outubro. Participe!

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