sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A importância dos sindicatos no acolhimento aos trabalhadores que denunciam o assédio moral no ambiente de trabalho

'Assédio moral é institucionalizado. Empresas fazem vista grossa', diz médica da Fundacentro

Maria Maeno, médica e pesquisadora da Fundacentro, comenta campanha do Ministério Público na luta contra o assédio moral no ambiente de trabalho

por Redação RBA publicado 27/07/2015 
MPT
Assédio
Campanha do MPT sobre assédio moral quer que trabalhadores reconheçam a prática e denunciem











São Paulo – A médica e pesquisadora da Fundacentro Maria Maeno comenta hoje (27), em entrevista à Rádio Brasil Atual, a campanha lançada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-SP) de conscientização e combate ao assédio moral. Para ela, é importante atuar de maneira coletiva, dando publicidade às formas de assédio, "para que os trabalhadores possam reconhecê-las, saber que não podem ocorrer, e denunciar".
A pesquisadora explica que o assédio moral é a prática de violência psicológica cotidiana exercida nas empresas, que pode ocorrer de diversas formas: "Quando o chefe expõe o trabalhador, seja porque cometeu um erro, porque não atingiu a meta, ou, muitas vezes, sem razão. Quando ignora o trabalhador, quando se cria um clima de medo e apreensão e há uma cobrança excessiva".
"É importante dizer que isto parte, em geral, do chefe para com os seus subordinados, mas pode contaminar os colegas de trabalho, e começa a se tornar natural", destaca a médica.
Segundo Maria Maeno, é importante combater a cultura do assédio que, por vezes, é estimulada pelas empresas como uma prática de gestão, no sentido de se criar um clima de maior competitividade entre os funcionários. "O assédio moral é institucionalizado. As empresas contam com essa prática, fecham os olhos, fazem vista grossa, criando as condições para que isso aconteça."
A pesquisadora destaca a importância dos sindicatos no acolhimento aos trabalhadores que denunciam o assédio. "Muitos trabalhadores reconhecem a prática, mas não sabem o que fazer, e acabam se isolando. Isso é o que não pode acontecer. Eles têm de procurar o seu sindicato, o Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, o MPT e o Ministério do Trabalho. O importante é não se isolar."
Ouça a entrevista completa para a Rádio Brasil Atual:
Publicado em: http://www.redebrasilatual.com.br


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