Empresa é isso: adoece o trabalhador exigindo produtividade, horários loucos, a pessoa adoece e é demitida. Arthur Lobato
Confira matéria sobre o assunto.
A jornalista Izabella Camargo, que apresentava a previsão do tempo no "Hora 1" e no "Bom Dia, Brasil" (Reprodução/TV Globo) |
Apresentadora foi dispensada em dezembro, após voltar de licença médica pela síndrome de burnout
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A Justiça determinou que a TV Globo reintegre a jornalista Izabella Camargo ao seu quadro de funcionários. Um oficial levou hoje, por volta das 13h30, a notificação ao prédio da emissora, em São Paulo. A cena chamou a atenção de quem estava por perto e a notícia pegou de surpresa os colegas da emissora.
Izabella foi apresentadora da previsão do tempo dos telejornais Hora 1 e Bom Dia, Brasil, que vão ao ar respectivamente de madrugada e pela manhã, durante seis anos. Devido aos horários da grade, ela precisava trocar o dia pela noite. Após voltar de uma licença médica, ela foi demitida. Izabella disse na época acreditar que tenha sido dispensada por ter burnout, síndrome resultante de excesso de trabalho. A emissora sempre foi enfática ao negar que a decisão tenha sido relacionada à condição de saúde da profissional.
Para o juiz do trabalho José Aguiar Linhares Lima Neto, da 24° Vara do Trabalho, a OMS (organização Mundial de Saúde) considera a síndrome como doença relacionada ao trabalho, sendo a demissão nula porque ocorrida no período de estabilidade. Ela não poderá trabalhar no período da madrugada, para evitar o agravamento do problema.
Procurada, a TV Globo disse que não se manifesta em processos “sub júdice”. O escritório Mori, Toni e Mazoca, que representa a jornalista, informou que não se manifestará.
Em depoimento a VEJA, em janeiro, Izabella relatou: “Sofri muita incompreensão. Entre um sintoma e outro, levava laudos para meus chefes pedindo só uma mudança de horário. Voltei de uma licença médica e fui dispensada. Uma doença assim não é bem-vista nas empresas. Algumas preferem até dizer que o funcionário quebrou o pé a confirmar a síndrome”.
Depois de deixar a emissora, ela havia trabalhado na comunicação do Ministério da Ciência e Tecnologia.
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