segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

XII Conseju-PR - Novas tecnologias, reflexos na saúde dos servidores





Inteligência Artificial (IA), Automação e Saúde do Servidor no Judiciário Brasileiro

Estudo apresentado pelo psicólogo Arthur Lobato no XII Congresso dos Servidores do Poder Judiciário Paranaense (Conseju). Atividade acontece nos dias 22, 23 e 24 de novembro, em Curitiba

O objetivo deste estudo é analisar as mudanças no modo de trabalhar do judiciário brasileiro através da automação e do uso da inteligência artificial e suas consequências para a saúde do trabalhador.
Nanotecnologia, provedores cada vez mais rápidos na conectividade e o enorme estoque de informação armazenado nas nuvens. A IV revolução industrial é um produto da tecnologia que se retroalimenta das inovações e aperfeiçoamentos.
O papel vira documento virtual, smartphones fazem com que as pessoas digitem com um ou dois dedos. A escrita é abreviada, rápida e após enviada requer uma resposta instantânea. Ficar ligado em redes sociais, em muitos casos, assemelha-se ao comportamento do vício.
Isso é a construção de uma nova subjetividade, campo dos psicólogos, mas no mundo do trabalho não há uma nova reconfiguração do trabalho que passa pela relação prioritária do contrato de trabalho: o contratante e o contratado. Assim, estabelece-se um lado mais forte que impõe regras e normas através do poder diretivo da chefia, e do outro lado aquele que possui apenas sua força de trabalho física ou mental, que será utilizada para os objetivos do contratante. O contratado é o subordinado. Seu chefe agora pode estar em um computador a quilômetros de distância ou ser uma plataforma de inteligência artificial.
Na relação homem/homem, homem/robô, homem/IA, surge um novo campo de relacionamento no trabalho — a automação —, o uso de uma máquina para execução de serviços. O computador é um exemplo de uma máquina que segue os princípios da automação, ou seja, é necessário um ser humano para operá-la, com a máquina potencializando o serviço, seja agilizando o tempo, ou, a partir de uma série de comandos executando o serviço de forma automática.
O Processo Judicial Eletrônico (PJE) é um exemplo da automação no serviço público. O processo deixa de ser físico com suas dezenas ou centenas de páginas, arquivado em um espaço físico, para se transformar em um processo digital arquivado em HDs externos ou em “nuvens”.
Se o PJE representa a automação, a inteligência artificial (IA) já esta presente em escritórios de advocacia para fazer sentenças mais simples e em bancos e empresas.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) possui um computador com IA, chamado Viktor, que ordena jurisprudências, assim como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE.) O Superior Tribunal de Justiça (STJ) iniciou a implantação de um projeto-piloto destinado a aplicar soluções de inteligência artificial (IA) nas rotinas relacionadas ao processo eletrônico.
Alice” trabalha com “Sofia” e “Monica”, são um conjunto de linhas de código que “vivem” nos sistemas do Tribunal de Contas da União (TCU). Elas “leem” o grande volume de textos produzidos e analisados pelo Tribunal para encontrar incongruências, organizar melhor as informações e apontar correlações.
Sinapses, sistema com nome de processo cognitivo humano, faz uso de redes neurais artificias no processo de aprendizagem e foi criado pelo Tribunal de Justiça de Rondônia (TJR). Na Estonia plataformas de IA fazem sentenças ocupando o lugar do magistrado. Quais as consequências destes fatos para a saúde dos servidores do judiciário?
Para estudo, apresentei um projeto de pesquisa Programa Universitário de Apoio às Relações de trabalho e à Administração da Justiça PRUNART- UFMG, do qual sou aluno/ pesquisador.


Arthur Lobato/ Psicólogo/Saúde do Trabalhador 

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