quinta-feira, 4 de junho de 2020

Assédio Moral, Teletrabalho e Direito à Desconexão foram temas da última live do SERJUSMIG




Em conversa descontraída e esclarecedora, o SERJUSMIG realizou mais uma transmissão ao vivo de sucesso entre os Servidores do Poder Judiciário de Minas Gerais. Na última quarta-feira, 03, o Vice-Presidente Eduardo Couto recebeu o psicólogo e especialista em Saúde do Trabalhador Arthur Lobato no nosso canal do Youtube e página do Sindicato no Facebook

Com o tema “Assédio Moral no trabalho remoto e direito à desconexão”, os participantes tiraram dúvidas dos Servidores e apresentaram diversas dicas de como garantir melhor qualidade de vida durante os dias de trabalho remoto. Na conversa ao vivo, os participantes fizeram denúncias de assédio moral durante esse período de isolamento e o SERJUSMIG, como sempre, se comprometeu a dar o apoio necessário.

Durante a transmissão, Arthur apontou as muitas facetas do trabalho remoto, com pontos positivos e muitos negativos. Ele reforça que o teletrabalho é uma possibilidade no Poder Judiciário há muito, no entanto, a forma como ele foi imposto nesse momento de pandemia traz à tona seus principais problemas. “Foi implantado o teletrabalho com decreto imediato, sem tempo para adaptação a todas as necessidades que essa modalidade gera, como espaço para escritório, internet e equipamentos. E ainda tem exigência de metas e produtividade”, alerta o psicólogo.

Ele destaca o adoecimento mental provocado pela modalidade, aumentadas ainda pela insegurança na saúde e economia durante a pandemia. A dificuldade de concentração, ansiedade constante, assédio moral da chefia para garantir metas e produtividade e problemas nas relações familiares são situações com que os Servidores têm que lidar diariamente, de acordo com Arthur.

Uma das sugestões do especialista em Saúde do Trabalhador, durante a transmissão ao vivo, foi a elaboração de um relatório pelos Servidores em trabalho remoto, contendo suas tarefas executadas que não são computadas pelas estatísticas de produtividade. Ele reforça, ainda, a necessidade de se criar uma rotina de trabalho, com horário para início e fim. 

A decisão tomada pelo TJMG flexibilizando a política de metas e produtividade durante a pandemia foi elogiada por Arthur, que afirma ainda ser necessária a cobrança de diversas outras medidas que devem ser adotadas pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), para garantir o melhor cenário possível durante o teletrabalho compulsório, tais como: contrapartida com gastos de equipamentos, internet e outras despesas economizadas pelo TJMG com o afastamento dos Servidores dos imóveis da instituição; fornecimento de materiais de trabalho, equipamentos de informática e móveis ergonômicos.

Preocupado com a sobrecarga gerada pelo trabalho remoto, o diretor Eduardo Couto alerta que, em muitos grupos de Servidores na rede social Whatsapp, vê o trabalho sendo realizado em horários extremos, como tarde da noite ou finais de semana. “O Servidor deve estar à disposição do Serviço Público 24 hortas por dia?”, questiona o Vice-Presidente do SERJUSMIG. Ele reforça o direito à desconexão como um direito inerente ao trabalhador e que o Servidor deve “estar comprometido também com sua família, lazer, saúde e descanso”. 

Sobre o direito à desconexão, o psicólogo alerta para a disciplina, que deve ser estipulada pelo próprio Servidor, que, muitas vezes, acaba por fazer ele mesmo a cobrança que gera o excesso de trabalho, mas aponta também a responsabilidade do TJMG.

“Tem que ter uma portaria falando a hora de entrar e sair do trabalho, apontando que é proibido mandar e-mail ou mensagem de Whatsapp antes a após a jornada de trabalho, ou aos fins de semana. Só um sindicato forte é que vai poder enfrentar esses problemas, que tenha participação dos Trabalhadores. É uma luta de todos os Servidores”, provoca Arthur. 

 

SERJUSMIG realiza campanha e trabalho permanente contra assédio moral 

Segundo explica o psicólogo Arthur Lobato, o assédio moral está ligado ao modelo de pressão e abuso de poder. “O assédio tem essa característica de ser sutil e permanente. Tem o assédio misto, que vem da chefia junto com estagiários; de servidor contra servidor, que busca cargo de chefia ou promoção. Tem sempre esse componente do poder, do autoritarismo, e uma organização do trabalho que permite isso”, explica. 

O SERJUSMIG realiza um trabalho de prevenção ao assédio moral, sob a proteção da Lei Complementar nº 116/2011. Eduardo explica que as denúncias de assédio são acompanhadas pelo Sindicato, que leva o caso para a Comissão Paritária, que busca mediar o caso junto a outros integrantes do TJMG. Em casos mais graves, a demanda segue na forma de denúncia para a Corregedoria-Geral de Justiça, com apoio do setor jurídico do Sindicato. O SERJUSMIG oferece ainda o acompanhamento psicológico, realizado pelo Dr. Arthur Lobato. 

Caso algum Servidor ou Servidora esteja vivendo uma situação de assédio moral que está causando sofrimento ou até mesmo adoecimento, entre em contato com o SERJUSMIG em nossos canais de atendimento.

 

SERJUSMIG
Unir, Lutar e Vencer

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