quinta-feira, 20 de maio de 2021

Sitraemg contesta reportagem do Jornal Estadão sobre gastos do Brasil com salários dos servidores públicos

 Sindicato chama a atenção para a verdadeira intenção por trás de reportagens que denigrem a imagem do servidor público


Reportagem publicada nesta segunda-feira (17) pelo Jornal Estadão e replicada no portal R7 afirma que o Brasil é o 7º país que mais gasta com salário de servidor público, tendo 12,9% do PIB comprometidos com a despesa com pessoal ativo da União, estados e municípios.

O veículo diz que dados do Tesouro permitem observar a proporção de gastos com o funcionalismo no Brasil que “supera a observada em outras nações emergentes como Rússia, Chile, Peru e Colômbia, e também em países avançados como Estados Unidos, Alemanha e Espanha. O dado considera as despesas não só com salários, mas também com a contribuição patronal para a Previdência desses servidores”.

O Sitraemg contesta a publicação e lembra que cerca de 12% da força de trabalho no Brasil provém do poder público, o que equivale a 5,5% da população. A média dos 32 países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 21%.

Segundo a Forbes, entre 2020 e 2021, o número de bilionários brasileiros saltou de 45 para 65 e juntos representam um quinto da riqueza gerada no país.

Enquanto isso, os salários dos servidores públicos permanecem congelados, sem perspectivas de reajuste nos próximos anos. Isso porque, apesar da autorização contida no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2022, a categoria não possui garantia de aumento salarial, considerando a relação imposta pela PEC Emergencial de 95% entre a despesa primária e a despesa obrigatória geral.

Essa previsão, no entanto, acontece após o governo ter aprovado a Reforma da Previdência (EC 103), que aumentou o tempo e valor da contribuição previdenciária com ampliação da idade mínima e redução do valor do benefício; a Lei Complementar 173, que congelou os salários até 31 de dezembro de 2021; e a PEC Emergencial (EC 109), que criou um gatilho que poderá suspender qualquer reajuste sempre que a relação entre despesa primária obrigatória e despesa primária geral, atingir 95%.

Outro ponto a ser destacado é que, somente neste ano, o que será pago a critério de serviço da dívida pública refere-se ao índice de 54% do orçamento (R$ 2,2 trilhões). Em 20 anos, apesar do superávit primário de R$ 1 trilhão, o Brasil aumentou sua dívida de R$ 86 bi para R$ 4 trilhões, o que não condiz com os créditos recebidos no período que serviriam para abater a dívida.

Uma pesquisa realizada pelo governo no ano de 2018 apontou a média salarial do servidor público municipal é R$ 2.150,00. Um servidor estadual ganha cerca de R$ 4.150,00 mensais, enquanto um concursado federal tem média salarial de R$ 6.500,00. No entanto, a imprensa e a base governista insistem em incluir juízes, procuradores e cargos políticos no cálculo dos grandes salários do funcionalismo.

A Reforma Administrativa (PEC 32) traz ainda mais prejuízos para a categoria, pois, apesar de não prever reduções salariais, retira direitos como a estabilidade e abre espaço para a contratação de trabalhadores da iniciativa privada que, sem ingresso por concurso público, poderão ocupar cargos de assessoramento.

O Sitraemg chama a atenção para a verdadeira intenção por trás de reportagens que denigrem a imagem do servidor público como se a categoria tivesse privilégios que a classe trabalhadora não possui. O objetivo deste tipo de publicação é fazer com que a população se volte contra o funcionalismo para apoio à aprovação de projetos como a PEC 32, que acaba com o serviço público de qualidade para o cidadão.

Mais uma vez, o sindicato conclama todos os servidores à união contra todos os tipos de ataques! Vamos juntos demonstrar a relevância e defender o serviço público!

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