segunda-feira, 16 de agosto de 2021

TRT quer 70% dos servidores no presencial

 Sitraemg é contra o novo percentual e avisa que dará todo respaldo àqueles que não se sentirem em segurança para voltar enquanto a pandemia não passar.










No momento em que os números da pandemia parecem mostrar que a situação de maior tragédia arrefece um pouco, a administração do TRT prepara nova resolução para ampliar o retorno ao trabalho presencial. E esse tema foi debatido na manhã de hoje em reunião virtual do grupo de trabalho responsável pela implementação e acompanhamento de medidas de retorno gradual ao trabalho na Justiça do Trabalho em Minas Gerais.

O coordenador do Sitraemg David Landau e o psicólogo Arthur Lobato, responsável técnico pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM) do sindicato, participaram da discussão.

O Tribunal pretende ampliar, para 70% do seu quadro, o número de servidores no trabalho presencial. A alegação é de que a maioria das cidades mineiras encontra-se na situação de “bandeira amarela” em relação ao coronavírus, em que os leitos dos hospitais estão mais vazios e a taxa de transmissão do vírus está abaixo do indicador “1”, em que cada 100 pessoas transmitem para outras 100.

O chefe da Seção de Assistência Médica Gustavo Veloso afirmou que essa situação varia de região por região, mas que o número de municípios em situação de bandeira vermelha já diminuiu bastante e está crescendo o quantitativo daqueles que já atingiram a bandeira verde, em que as condições são ainda mais favoráveis.

Em sua fala, o coordenador do Sitraemg David Landau ressaltou que, embora a ameaça do vírus esteja diminuindo, os índices da pandemia no país ainda são bastante preocupantes. A média diária de mortes pela Covid ainda está acima de mil, apenas 20% da população foi imunizada com duas doses da vacina e ainda tem o agravante da variante Delta. Lembrou que, por isso, alguns países europeus tiveram que recuar na decisão de flexibilizar suas restrições às aglomerações e alertou que ainda não se sabe qual vai ser o real impacto dessa cepa no Brasil. “Não acho que essa volta tem que ser somada, intensificada, por uma mudança de critérios. Se for para mudar os critérios, tem que ser o contrário: é frear um pouco para ver o que vai acontecer com as últimas novidades que a gente não controla, como a cepa Delta”, disse.

Landau também contestou a afirmação da coordenadora do comitê de saúde do Tribunal, desembargadora Denise Alves Horta, de que há servidores cuja possibilidade de retorno os leva ao mesmo pânico por que passaram quando se viram na obrigação de ficar em casa para trabalhar. O coordenador salientou que o pânico, agora, é em razão do risco, que ainda existe, de serem contaminados – e até mesmo mortos – pelo vírus.

O coordenador do Sitraemg defendeu que continuem sendo seguidas as regras de retomada “gradual” ao trabalho estipuladas pela Resolução em vigor, com o retorno de servidores que realmente se encontrem em segurança e com convicção de que podem voltar. Ele esclareceu que o sindicato está aberto para dialogar sobre essas novas condições. Lembrou, porém, que há uma greve sanitária da categoria aprovada em assembleia geral, e avisou que a entidade dará todo o respaldo àqueles que não se sentirem seguros para voltar enquanto os números da pandemia não favorecerem.


http://www.sitraemg.org.br/trt-quer-70-dos-servidores-no-presencial/

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