quarta-feira, 2 de março de 2022

O assédio moral “corrói o fígado e o coração” do trabalhador, explica psicólogo Arthur Lobato

 

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 “Identidade profissional, saúde mental e emocional dos agentes de Polícia Judicial” é tema de palestra em evento do Sitraemg.

Como era a emoção que você tinha quando entrou no trabalho? Qual é a emoção que você tem hoje? É de alegria, de frustração, de ansiedade?

Esses questionamentos foram a base da reflexão do psicólogo Arthur Lobato em sua palestra “Identidade profissional, saúde mental e emocional dos agentes de Polícia Judicial”.

A palestra foi feita no 1º Encontro dos Agentes da Polícia Judicial do PJU/MG, promovido pelo Sitraemg, em 4 de dezembro, em Belo Horizonte.

De acordo com Lobato, a identidade profissional é aquela que o trabalhador adquire a partir da agregação da sua história de vida com a sua atividade profissional. Ocorre que, ao longo do exercício da profissão, fatores vividos pelo trabalhador vão interferir, positiva ou negativamente, na construção dessa identidade profissional.

No caso dos agentes da Polícia Judicial, o palestrante pontuou que o exercício da atividade, por si só, já oferece situações constantes de tensão. Além disso, deparam-se com relacionamentos interpessoais conflituosos.

O palestrante abordou os fatores psicológicos que influenciam negativamente na identidade profissional dos agentes ou de qualquer outro servidor.

A humilhação, o desprezo e a perseguição, afirmou Lobato, afetam gravemente o emocional do servidor. “Corroem o fígado, o coração”, dimensionou. “Esse é o assédio moral, e essa é a minha área de atuação”, explicou. O psicólogo o responsável técnico pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral (DSTCAM) do Sitremg.

Dois casos de situações-limite

O palestrante narrou dois casos de situações-limites de assédio moral.

Em um deles, um vigilante de banco foi rendido por um assaltante, tendo uma arma apontada para a sua cabeça sob ameaça de morte. O estresse pós-traumático sofrido pelo trabalhador ocorreu mais em razão das ofensas do chefe por ele não ter reagido ao assalto. Lobato explicou que a orientação a esses profissionais é reagir em situação extrema.

No outro caso, o trabalhador ficou com tanta aversão ao chefe assediador que adquiriu uma arma e fez curso de tiro com o único objetivo de matá-lo. “Por sorte o chefe foi logo transferido”, narrou o palestrante.

As doenças do mundo do trabalho, reforçou Lobato, afetam as emoções e a capacidade de raciocínio do trabalhador.

Lobato colocou Departamento de Saúde do Trabalhador e Combate ao Assédio Moral à disposição dos filiados. Ele explicou que é possível fazer consultas coletivas e individuais. Nas consultas individuais, assegurou, é garantido sigilo absoluto.

Subsídios para artigo

Ao longo da palestra de Lobato foram distribuídos três testes para os participantes responderem, anonimamente. Os testes abordavam ansiedade, esgotamento e depressão. As respostas serão objeto de análise para a elaboração de um artigo científico pelo psicólogo.

Ao final, Lobato sorteou um livro de sua autoria entre os participantes. O título da obra é “Assédio moral, saúde do trabalhador e ações sindicais”. Foi sorteado o agente da Polícia Judicial do TRT-2 Cláudio Azevedo, um dos palestrantes do evento.

Assessoria de Comunicação
Sitraemg

 

http://www.sitraemg.org.br/o-assedio-moral-corroi-o-figado-e-o-coracao-do-trabalhador-explica-psicologo-arthur-lobato/

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