sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Em “roda de conversa”, servidores do TRT manifestam suas apreensões com a volta ao trabalho presencial

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 Reunião setorial virtual desta quinta-feira (10), às 18h, será com os servidores da Justiça Federal.

Dando prosseguimento à sequência de reuniões setoriais virtuais programadas pelo SITRAEMG para esta semana para dialogar com a categoria sobre a retomada do trabalho presencial nos tribunais ainda em meio à pandemia do novo coronavírus, a roda de conversa da noite dessa quarta-feira (09/09) foi com os servidores do TRT. Pelo Sindicato, estiveram presentes os coordenadores Carlos Humberto Rodrigues, Célio Izidoro, Elimara Gaia, Adriana Mesquita, Nestor Santiago e Hélio Diogo, além do psicólogo Arthur Lobato, responsável técnico pelo Departamento de Saúde do Trabalhador e de Combate ao Assédio Moral (DSTCAM).

  • A roda de conversa desta quinta-feira (10/09), também às 18 horas, será com os servidores da Justiça Federal. Para participar, através do computador ou celular, basta acessar a internet e clicar neste link: https://meet.google.com/amm-wugo-faj

Assim como ocorreu na setorial da terça-feira (08), com os colegas da Justiça Eleitoral, na de ontem, os representantes do SITRAEMG também deixaram bem claro que o objetivo desses encontros é ouvir as queixas, expectativas e sugestões dos servidores, levando-se em consideração que os números da pandemia do novo coronavírus no Brasil ainda são assustadores – até a noite de ontem, 4.199.332 infectados pelo vírus e 128.653 mortes pela Covid-19, no País; e 238.515 e 5.935, respectivamente, em Minas Gerais – e que, por isso, o retorno às atividades presenciais ainda são motivo de muita apreensão e preocupação. No caso do TRT, o início do retorno gradual aos locais de trabalho está previsto para a próxima segunda-feira (14/09).

Também foi ouvida a opinião dos servidores sobre a possibilidade de adesão da categoria à greve sanitária que será realizada em âmbito nacional, com a proposta para que aqueles que estão sendo obrigados a retornar ao trabalho presencial se recusando a comparecer e continuando a executar suas tarefas de suas próprias casas, em regime de teletrabalho. Mas os coordenadores do SITRAEMG esclareceram que isso vai ser debatido e decidido em uma assembleia geral extraordinária, também virtual, ainda a ser convocada pela entidade. Eles também informaram aos colegas que os relatos coletados nessas reuniões setoriais – sem a identificação dos servidores, obviamente – serão apresentados via ofício às Administrações dos Tribunais, para que estas revejam suas decisões precipitadas de determinarem a retomada ao trabalho presencial neste momento ainda de alta da pandemia.

“Pacto pela vida”

Nas falas tanto dos coordenadores quanto do psicólogo Arthur Lobato, na reunião setorial de ontem à noite foi reforçado que a preocupação do SITRAEMG é com a preservação da saúde, da vida, da integridade dos servidores. O Sindicato entende que o trabalho dos servidores de forma remota está sendo muito eficiente e produtivo, conforme têm demonstrado os próprios números divulgados pelos tribunais. Por isso, não vê a necessidade de expor seus trabalhadores aos riscos de contaminação pelo vírus com as inevitáveis situações de aglomeração que serão criadas com o retorno aos locais de trabalho. Esse posicionamento foi reiteradas vezes manifestado nas reuniões virtuais realizadas com as direções dos tribunais e reforçado em matéria publicada neste site, no dia 04/09 (http://www.sitraemg.org.br/trt-determina-retomada-gradual-do-trabalho-presencial-a-partir-de-1409/). Na impossibilidade de se manter o trabalho remoto para todos, foi ressaltado que é impossível o Sindicato estar presente ou acompanhar diretamente em todos os locais de trabalho, e reiterada a orientação para que os servidores denunciem à entidade os casos de descumprimento das regras sanitárias, para que as providências sejam cobradas dos tribunais.

Entre os servidores, em falas diretas ou nas manifestações por escrito em chat disponível durante a reunião setorial, a convicção também é de que o teletrabalho está sendo eficiente e que não haveria necessidade desse retorno às atividades presenciais nesse momento. Argumentaram, ainda, que a manutenção dos tribunais fechado gera uma economia considerável ao Estado brasileiro. E a expectativa deles é de que, mesmo com a promessa do Tribunal de que tomará todos os cuidados preventivos, com o fornecimento de máscaras e álcool em gel e a recomendação para que se mantenha o distanciamento, aqueles que tiverem contato mais direto com o público estarão em alto risco de contágio. Riscos aos quais, acreditam alguns, não estarão sujeitos os magistrados e advogados.

Oficiais de justiça presentes na roda de conversa lamentaram que, pelo fato de a maioria não estar nas ruas, o trabalho que está sendo realizado por eles de forma remota não está sendo valorizado pelo Tribunal. Uma servidora pediu que a direção do Sindicato e o DSTCAM intermedeiem um trabalho de conscientização junto à Administração do TRT para que o trabalho dos OJAFs seja reconhecido.

Ressaltando a importância do debate da reunião setorial, alguns servidores lamentaram o número reduzido de colegas participantes. Foi lembrado por coordenadores e outros servidores presentes que o Sindicato não pode atuar isoladamente. Os servidores devem se unir à entidade, para que juntos se fortaleçam para o sucesso das lutas. Ainda nessa perspectiva, foi reforçada a necessidade de todos se sindicalizarem.

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