terça-feira, 20 de outubro de 2020

Saúde dos trabalhadores é objeto de pesquisa na UFSC. Participe!

 







Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) quer entender a situação dos trabalhadores brasileiros em meio à Pandemia da Covid-19. Por isso, o grupo realiza uma investigação sobre os fatores de risco e prevenção, com um roteiro de perguntas sobre as percepções dos próprios trabalhadores. 

Podem responder ao roteiro, até o mês de novembro, voluntários com 18 anos ou mais que estejam trabalhando no atual momento.  A pesquisa é realizada pelo Núcleo de Estudos de Processos Psicossociais e de Saúde nas Organizações e no Trabalho (NEPPOT) e coordenada pela professora Renata Silva Carvalho Chinelato. 

“Muitas preocupações têm se dirigido para a saúde mental dos trabalhadores durante a pandemia da Covid-19, sejam os que estão em casa em isolamento social trabalhando em home office e vivenciando novas formas (teletrabalho), bem como os profissionais que estão na linha de frente, tais como profissionais de saúde. Partindo de tais considerações, a pesquisa tem como objetivo investigar fatores de risco e proteção em trabalhadores brasileiros frente à pandemia”, afirma Renata Silva. 

 

Teletrabalho e saúde 

No contexto da pandemia, o processo do teletrabalho foi acelerado, com consequências diretas na vida privada das pessoas. É o que explica o psicólogo Arthur Lobato, especialista em saúde do trabalhador e consultor do SERJUSMIG. Arthur lembra que, no Tribunal de Justiça, houve uma mudança abrupta na rotina dos servidores, que passaram a trabalhar em casa no início da pandemia, com novos procedimentos. 

“Nos atendimentos, aparecem muitas queixas sobre excesso de trabalho, envio de e-mails fora do dia e horário de trabalho pela chefia, muitas exigências, sem tempo adequado. Daí, uma realidade muito estressante, que leva ao sofrimento e adoecimento. Essa pesquisa é muito importante para mostrar essa relação”, afirma. 

O psicólogo também destaca a mudança do trabalho por jornada para o trabalho por metas e produtividade, bem como a falta de condições no ambiente doméstico. “No teletrabalho, o cara adapta um lugar da casa dele. E quem tem família, filhos pequenos, quem não tem escritório em casa? Algumas pessoas não conseguem se concentrar em casa, existe o acúmulo de trabalho doméstico pelas mulheres. Há um excesso de trabalho e um controle da produtividade”, conclui. 

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