segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sinjus apresenta experiência de Minas em 2º Seminário Catarinense de Prevenção ao Assédio Moral no Trabalho


Nos dias 25 e 26 de agosto foi realizado em Florianópolis, com o apoio do CEREST/SC,  o II Seminário Catarinense de Prevenção ao Assédio Moral no Trabalho. Com o objetivo de  divulgar o tema assédio moral no trabalho, por meio de palestras com pesquisadores referenciais no Brasil, o problema foi discutido em mesas redondas e apresentação de relatos de investigação científica, casos e experiências.


O assédio moral no trabalho é uma prática desumana que degrada as relações interpessoais e organizacionais. Situações de humilhação, constrangimentos, violências, deterioração proposital das condições de trabalho, atentados contra a dignidade são característica da ocorrência do assedio moral. Os seus efeitos nocivos podem comprometer a saúde e a vida dos trabalhadores, bem como o desempenho organizacional.

Robert França,  coordenador-geral do Sinjus (Sindicato dos Servidores da Justiça de Segunda Instância de Minas Gerais), que representa também o Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais (TJMMG), falou sobre a importância dos sindicatos na prevenção do assédio. 




Para França, no Brasil alguns sindicatos iniciam agora o que o Sinjus e o Serjusmig, através da "Comissão de Combate ao Assédio na Administração Pública" já fazem a quatro anos,  um trabalho com base teórica que é referendado por instituições de ensino superior através de convites para congressos e seminários como o II Seminário sobre assédio moral em Santa Catarina, onde relatos de investigação científica e pesquisas avançadas proporcionam  a discussão de experiências práticas e a interlocução entre pesquisadores e profissionais da saúde.

Para ele os sindicatos devem usar todos os meios para dar visibilidade a este mal e discutir no espaço público para trabalhar estratégias de prevenção, educação, escuta multidisciplinar privilegiada (plantão) e intervenção no local do trabalho. 


"Os servidores, assim como os empregadores tem direitos e deveres e é necessário que cada um se conscientize deles, para que possamos produzir com respeito, preservando a saúde física e psíquica. É preciso transformar o pacto de silêncio em pacto de solidariedade", finalizou Robert França.


Respondendo à pergunta de um participante sobre o motivo da pressão tão grande em cima do trabalhador, o psicólogo Arthur Lobato que também participou do evento disse: "Nós tivemos uma transformação muito rápida do mundo do trabalho. Passamos para um trabalho mais intelectual, em frente ao computador, seja numa logística de carga, serviço público, ou empresa privada, e a organização do trabalho não teve uma mudança, ou seja, ela continua a mesma, você tem uma ferramenta, o computador, para produzir mais e a consequência é o alto número de licenças de saúde e aposentadorias por problemas mentais e emocionais. São tantos os casos que a sociedade civil organizada tem que tomar uma providência". 
Na opinião de Lobato, "quando o INSS já começa a detectar que o problema do adoecer psíquico está relacionado à empresa, nós estamos avançando. Quando o Ministério do Trabalho já publica uma cartilha sobre o assédio moral, é porque chegamos a um ponto onde não há como negar o problema. Então, a gente entra com as discussões, as universidades entram com as pesquisas científicas, os psicólogos entram com as intervenções nas empresas. O assediado teria aí, que ter o acolhimento dos CERSATS, dos sindicatos e da família".


O psicólogo também falou sobre o projeto de saúde dos servidores da justiça do estado de Minas Gerais "Combate ao Assédio Moral na Administração Pública", no qual participa desde a constituição do grupo de estudos em 2007. Segundo o psicólogo a prevenção é a base do trabalho, mas para isso é necessário conhecer o conceito, as leis, produzir cartilhas, artigos, canais de denúncia no site, e outros materiais para intervir e dar visibilidade ao tema, como o projeto de lei aprovado pelo governo de Minas e o plantão de atendimento multidisciplinar.


Taís Ferreira - jornalista
http://cinejornalismoempauta.blogspot.com/
http://assediomoralesaudenotrabalho.blogspot.com/


A fotógrafa Taís Ferreira disponibiliza mais algumas fotografias do Seminário:



























































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