segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Novas tecnologias, reflexos na saúde dos servidores - XII CONGRESSO DOS SERVIDORES DO JUDICIÁRIO


XII Congresso dos servidores do Judiciário paranaense discute a organização da categoria para enfrentar os ataques aos direitos históricos das trabalhadoras e dos trabalhadores, em Curitiba-PR, de 22 a 24 de novembro de 2019. Fotos: Joka Madruga/SINDIJUS-PR

 Embora o termo “inteligência artificial” seja questionável, o fato é que o processo de trabalho está passando por transformações. Profissões estão ameaçadas de extinção, a pressão para o cumprimento de metas afeta diretamente a saúde do trabalhador no que se refere aos efeitos do estresse. Em especial, a influência da inteligência artificial foi tema de reflexão no período da tarde do XII Congresso Estadual dos Servidores do Poder Judiciário do Paraná (Conseju). Participaram da exposição o doutor em Educação Histórica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Daniel Medeiros, e o psicólogo e especialista em assédio moral Arthur Lobato, de Minas Gerais. 





Daniel Medeiros falou sobre o futuro do trabalho, os novos desafios e as profissões que estão por vir. “Vivemos na era das incertezas. Quando pensamos no trabalhador no futuro, há ainda outro desafio: imaginarmos alguém que seja capaz não somente de interagir com pessoas, mas com as máquinas inteligentes. A inserção da Inteligência Artificial em nossas vidas é cada vez mais relevante como ideia concreta”, esclarece.

Durante a sua explanação, Daniel apresenta que, hoje, nos encontramos num estado de alfabetismo funcional de tecnologia, aonde empregos irão desaparecer ou serão transformados e alguns não serão afetados. Finalizando, Medeiros destacou que devemos repensar e reaprender, mostrar a nossa importância, não podemos nos deixar inserir num processo que não nos fará o bem. “Diante disso, porque não aprender a fazer uma sociedade diferente?”.

Já, o psicólogo Arthur Lobato lançou reflexões para que os servidores pensem no futuro e na importância do Sindicato na defesa dos trabalhadores, antes que a inteligência artificial (os robôs) substitua os humanos no mundo do trabalho. “Temos que entender que só vamos superar essas transformações com o apoio dos sindicatos”.

Lobato reforçou que as novas tecnologias mudam a política de metas e produtividade, aumenta a competitividade, dá flexibilidade e criam outros fatores, como o teletrabalho. Mas trazem o adoecimento brutal, estigmatiza o servidor público, o assédio moral, por exemplo, aliado ao esgotamento profissional, medo, desânimo, depressão, ansiedade, suicídios, etc.

De acordo com ele, e? fundamental o debate, palestras e intervenções do Sindicato de forma a prevenir e municiar os servidores de informações que possibilitem uma qualidade de vida melhor e o combate ao assédio moral, e outras formas de violência no ambiente de trabalho.

Para a servidora aposentada e advogada Rosângela Ziliotto, a mesa foi sensacional, conhecia ambos e a explanação enfatizou de que devemos construir uma forma de combate no coletivo, terapia em grupo. “Trabalho no combate ao assédio moral e acredito que não devemos nos calar. A vítima tem que denunciar e publicitar o caso para que a sociedade tome conhecimento e se conscientize da real situação do servidor, as vezes a baixa produtividade é porque está sofrendo assédio”.

Após as apresentações das mesas, no final da tarde, os servidores se dividiram em seis grupos para analisarem as teses expostas no Congresso que serão debatidas. 
O resultado do trabalho em grupo foi apresentado na Plenária Final.




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