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“Assédio moral – Rei do Pedaço”, com os atores Elton, Renata e Alex |
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Márcio Roberto Santim, doutor em Psicologia Social, pela PUC/SP, fundador do IAPPF e servidor do TRT15 |
Partindo do princípio de que a sociedade
atual detém muita informação e pouco conhecimento – mas lembrando que a
primeira é muito importante, mas não adianta informação sem educação,
que promove o conhecimento -, ele explicou o que é ‘gestão por
competências’: ”processo criterioso desenvolvido pelos gestores com o
objetivo de identificar e desenvolver, mediante políticas de
capacitação, os atributos técnicos necessários a uma pessoa para ocupar
determinado cargo a fim de cumprir de maneira eficiente a função a ele
atrelada”. Mas tem que ser a “pessoa certa (preparada) para o lugar
certo (compatível). Esse conceito, explicou, começou no setor privado
(competência do mercado) e depois foi levado para o público, onde tem
apresentado limitações. Por exemplo: o funcionário de carreira, que
conhece todo o serviço, vai ter que ensinar tudo àquele que vai exercer o
cargo de livre nomeação e ser seu chefe. E aí, como é que fica?
Segundo
ele, o gestor pode modificar diretamente somente o Plano de cargos e
salários, a criação de novos cargos e melhora do material do trabalho. E
os critérios a serem adotados para a distribuição de funções
comissionadas devem ser: 1) nível de desempenho profissional
(eficiência); 2) qualificação profissional (formação); 3) tempo de
serviço dentro da organização. “Não podemos desrespeitar o espaço do
outro, pois isso causa problemas emocionais. Se um colaborador ou o
subordinado não obedecer o superior hierárquico? E se esse superior não
aceitar uma sugestão do comandado apenas por questão de vaidade? Essa
clareza é de suma importância”, comentou.
Na
opinião do palestrante, o tipo de cargo deve ser a base para considerar
ou não a personalidade do servidor como fator da competência. Ele
disse que traçou um eneagrama (palavra grega que significa ‘nove pontos”
– com um círculo contendo nove pontos equidistantes, interligados por
nove linhas que se intercruzam num determinado sentido, sendo que três
delas formam um triângulo equilátero), para avaliar a personalidade dos
servidores, definindo nove tipos segundo esse modelo – perfeccionista,
prestativo, bem sucedido, romântico, observador, questionador, sonhador,
confrontador e preservacionista -, cada um com seus possíveis vícios e
imagens. E ele chegou à conclusão de que as quatro características a
serem analisadas pelo gestor – personalidade, aptidão, interesse e
objetivo – podem ou não se relacionar. A articulação com as diferenças
individuais deve ser feita observando-se as possibilidades do coletivo.
Ele
também enumerou as vantagens e dificuldades para implantação de rodízio
de trabalho. As vantagens: 1) constante capacitação dos servidores para
realização de novas atividades, 2) avaliação mais real do grau de
dificuldade envolvido em determinadas tarefas, 3) criação de um clima de
trabalho democrático e transparente; as dificuldades: 1) reserva de
tempo destinado à capacitação, 2) desinteresse de alguns funcionários
com relação ao aprendizado de novas atividades, 3) diferenças salariais.
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A coordenadora Vilma Lourenço entrega uma lembrança ao palestrante |
A sobrecarga de trabalho, alertou o
palestrante e servidor do TRT15, traz reflexos negativos para a vida
particular do servidor, tais como ressentimento e frustração.
“Precisamos evitar ao máximo cair na lógica da sobrecarga de trabalho.
Se, por um lado, há uma pressão constante para que trabalhemos cada vez
mais dentro das nossas limitações, devemos botar um freio nisso. É
melhor ganhar menos e ter melhor qualidade de vida. Isso não tem preço
que pague. Para termos algo no nosso tempo de ócio, precisamos ter
energia”, concluiu.
No espaço para
debates, o psicólogo Arthur Lobato fez a seguinte advertência: “Temos
que realizar um trabalho de convencimento sobre os chefes. Para mediar e
melhorar as situações de conflito nas relações de trabalho”. Santim
afirmou que a tecnologia do PJe vai ao encontro de toda lógica dos
servidores serem observados, controlados, pois são contratados para
trabalhar “x” horas e agora tem o modelo de cuidar de “x”
processos/hora, impondo-se produtividade e tempo, e isso significa
‘achatamento salarial’.
Publicado em: http://www.sitraemg.org.br
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