segunda-feira, 25 de setembro de 2017

SOFRIMENTO NO TRABALHO E SUAS CONSEQUÊNCIAS



A Organização Mundial de Saúde afirma:
“A depressão é a principal causa de problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo. De acordo com as últimas estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão, um aumento de mais de 18% entre 2005 e 2015. A falta de apoio às pessoas com transtornos mentais, juntamente com o medo do estigma, impedem muitas pessoas de acessarem o tratamento de que necessitam para viver vidas saudáveis e produtivas. ”
Ainda segundo a OMS,
“A depressão é um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza persistente e uma perda de interesse por atividades que as pessoas normalmente gostam, acompanhadas por uma incapacidade de realizar atividades diárias por 14 dias ou mais. Além disso, as pessoas com depressão normalmente apresentam vários dos seguintes sintomas: perda de energia; alterações no apetite; dormir mais ou menos do que se está acostumado; ansiedade; concentração reduzida; indecisão; inquietação; sentimentos de inutilidade, culpa ou desesperança; e pensamentos de autolesão ou suicídio. A depressão também é um fator de risco importante para o suicídio, que acaba com centenas de milhares de vidas a cada ano. ”
Vivemos em permanente tensão, por exemplo, quando sou obrigado a ser um ator social representando um personagem que é falso. Quando agimos no trabalho obedecendo ordens absurdas, dizendo sempre “sim senhor”. Quando nosso potencial não está sendo bem aproveitado e mesmo assim continuamos trabalhando em um ambiente desmotivador. Convivemos com fatores que geram tristeza, desanimo, melancolia, sentimentos que se agravam, quando não há nenhuma expectativa de melhora ou mudança.
Hoje é inegável o fator trabalho como componente de análise entre as possíveis causas de depressão. No Tribunal de Justiça de Minas Gerais os estudos sobre absenteísmo apontam os transtornos mentais e emocionais como o principal fator de afastamento do trabalho.
Segundo Edith Seligmann-Silva, pesquisadora, médica com doutorado em medicina preventiva pela USP “o desgaste mental acontece quando a carga psíquica é maior que a capacidade do trabalhador executar a (sobre)carga de trabalho. Para a autora “Os componentes da carga psíquica podem ser constituídos pelos mais variados sentimentos — medo, repugnância, raiva, vergonha, ou resultam ainda do sentimento de impotência e/ou fracasso na realização das próprias expectativas de desempenho. ”
Afinal, o que tenho que suportar para sobreviver?
Quais são os limites entre sanidade, sofrimento e adoecimento?
Os transtornos mentais e emocionais se manifestam em diferentes sintomas, (choro, insônia, ideia fixa, tristeza…), quadro clínico que evolui do sofrimento para um quadro depressivo.
O desequilíbrio emocional pode ser causado pela mágoa, pela impotência de reagir. Perceber-se sozinho frente a apatia dos colegas, pois o individualismo, que é outra característica do trabalho no mundo globalizado, rompe os laços de solidariedade.
Para falar sobre sofrimento no trabalho e suas consequências para a saúde, convido os servidores do SINJUS, para comparecerem na Roda de Conversa. Saiba mais aqui.

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