segunda-feira, 9 de setembro de 2019

II Seminário Nacional sobre a Saúde dos Magistrados e Servidores do Poder Judiciário


Rui , SERJUSMIG, Arthur Lobato, psicólogo, Elimara Gaia, SITRAEMG. 

 O psicólogo Arthur Lobato participou, nos dias 04 e 05 de setembro, da segunda edição do Seminário Nacional sobre a Saúde dos Magistrados e Servidores do Poder Judiciário, realizado no Tribunal Superior do Trabalho - TST. 





A realização do evento é uma das ações do Comitê Gestor Nacional de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores do Poder Judiciário, instituído pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ em 2015, por meio da Resolução nº 207, que institui a política de atenção ao tema. 


Segundo um levantamento divulgado pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias - DPJ do CNJ, em 2017, os transtornos mentais e comportamentais foram o quarto grupo de doenças mais expressivo nas ausências ao trabalho naquele ano, com 17.826 ocorrências, correspondendo a 11,8% do absenteísmo-doença. 

Nesta edição, foram discutidos os resultados e dados constantes das informações prestadas pelos Tribunais em resposta ao pedido realizado no processo 0002694-78.2014.2.00.0000, de relatoria do conselheiro Valtércio de Oliveira. O evento também se destinou a obter sugestões de melhoria para a condução dos comitês estaduais; permitir que os diversos Tribunais tenham conhecimento de ações na área da saúde realizadas por outros Tribunais e produzir um ambiente de compartilhamento de melhores práticas na área da atenção à saúde dos magistrados e servidores.

Saúde mental



No último painel, a professora da UnB Ana Magnólia destacou alguns dados de sua pesquisa que apontou um número crescente de suicídios no ambiente de trabalho ou motivados por problemas relacionados ao trabalho. De acordo com ela, o sofrimento é uma das principais questões apontadas pelos mais de 6 mil servidores que participaram do levantamento.

O modelo gerencialista aplicado aos ambientes de trabalho tem sido um fator preocupante, pois registra uma desumanização no trato dos servidores e a aplicação de metas exageradas. De acordo com a pesquisa, 71% dos trabalhadores sofrem de esgotamento mental; e 45% relataram tristeza e vontade de desistir de tudo. “O sistema está em estado de alerta. Alguns caminhos precisam ser alterados para que esse cenário não piore”, ressaltou.


De acordo com Ana Magnólia, o medo é o principal sintoma citado: medo de errar, de ser excluído porque errou, de ser chamado de incompetente e de ser punido. “As relações de confiança estão quebradas. O assédio moral é um dos principais causadores desse quadro. A pesquisa é importante para termos um processo de discussão”, alertou.






O seminário permitiu o intercâmbio de experiências e ideias para melhorar a qualidade dos serviços de saúde prestados a magistrados e servidores do Poder Judiciário, além da troca de conhecimentos entre os tribunais e sindicatos de trabalhadores do judiciário do país.













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